16/09/2025
A vida não é uma linha reta, nem uma estrada bem sinalizada.
É um caminho cheio de curvas, buracos, descidas que assustam e subidas que cansam.
É também a surpresa de um pôr do sol quando menos esperas, o abraço inesperado que te salva de um dia mau, o riso que aparece a meio de uma lágrima.
Durante muito tempo achei que viver era ter tudo planeado.
Traçar metas, cumprir objetivos, seguir mapas.
Mas a vida ensinou-me outra coisa: nada é como esperamos, e ainda bem.
Porque é nos imprevistos que encontramos as melhores histórias. É nos tropeços que descobrimos a nossa força. É nas despedidas que percebemos o valor dos encontros.
A vida não é sobre chegar sempre em primeiro.
É sobre chegar com quem importa.
É sobre partilhar a mesa, repartir o pão, ter alguém que te segure a mão quando já não tens forças.
Não é feita só de dias bons, mas também não é feita só de perdas. É feita do equilíbrio entre ambos, da forma como aprendemos a levantar-nos, da coragem de continuar mesmo quando o chão parece escapar.
Viver é aceitar que há dores que nunca se explicam e milagres que nunca se planeiam. É acreditar que o tempo tem uma maneira bonita de pôr tudo no lugar certo, mesmo quando não entendemos nada.
E no fim, talvez a vida seja isto: um mosaico de memórias, gargalhadas, mágoas e conquistas.
Um bordado imperfeito, mas só nosso.
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💛💚💙
Hoje quero mexer na ferida.
Vai doer, vai levantar algumas ondas, algumas delas podem muito bem aparecer nos comentários.
Hoje vou mexer nesta ferida, sinto que é importante fazer olhar para ela, fazer com que os holofotes se centrem nela, para ver se nos salvamos todos dela, nem que seja um pouco, nem que sirva como grito silencioso já serviu para alguma coisa.
Há tantas violações dentro de casamentos.
Mulheres que não querem, que são coagidas, manipuladas, levadas a crer que afinal querem, a ter relações se***is pelos maridos, como se fossem obrigadas a isso. No dia seguinte, tudo segue naturalmente, como se fosse normal. Como se fosse mais um acto de amor. Não é. É uma violação.
Vivemos numa organização social em que se confunde posse com ternura, que ainda acredita que o amor é um contrato, uma sentença vitalícia. Não pode ser. Nenhum papel assinado, verbalizado, dá esse poder a alguém. O casamento não é salvo-conduto para violar, não é um álibi para a violência.
O corpo não é uma dívida.
Que nenhuma mulher, que nenhuma pessoa, se entregue sem querer, só porque tem de ser. Se é o que tem de ser, já não é amor; é invasão. É, sim, violação. Sem gritos, sem queixa explícita, sem polícia. Só com silêncio. O silêncio dói mais do que a penetração forçada. O silêncio corrói, destrói, encolhe, amedronta. Apaga.
O amor não pode ser obrigação.
O amor que se impõe não é amor. A violência disfarçada de carinho é o mais repugnante dos disfarces.
Talvez escrever isto não mude quase nada. Não o escrever teria mudado ainda menos.