01/10/2024
Fui “desafiada” para mostrar aqui mostrar a Catarina - Mãe.
Pois bem, não nego um bom desafio e o argumento de que as pessoas gostam de saber que também somos de “carne e osso” convenceu-me. Para além disso, sempre quis trabalhar em Pediatria e em Primeira Infância, mas a decisão de estudar e investir na área da Parentalidade, do Sono e da Amamentação, teve muito a ver com a minha experiência de Mãe.
Então cá vai...
Sempre me lembro de querer Ser Mãe.
Tenho 3 filhos e o caminho para cá chegar foi longo e por vezes complicado: foram três gravidezes de risco, vários internamentos, três cesarianas, três prematuros e muitos sustos pelo caminho.
(Quando vos digo que a Maternidade não são só fadas e unicórnios... lembram-se?)
A minha filha mais velha, nunca conseguiu mamar (aí se eu soubesse o que sei hoje...) eu consegui extrair leite para que ela fosse alimentada, inicialmente de duas em duas horas, exclusivamente com leite materno só até aos 3 meses.
A minha filha do meio, também não conseguia mamar e foi alimentada num misto de leite materno e leite artificial.
Em ambas as situações eu sabia muito menos do que sei hoje sobre Amamentação e ainda assim sinto que nem sempre soube defender a minha vontade.
Foram nascimentos de urgência e a rotina imposta e necessária dos cuidados intensivos neonatais desgasta e assusta. Sofri e senti-me exausta. Fui criticada e auto julguei-me por não ter conseguido uma amamentação de sucesso com elas e sim, em alguns momentos senti-me pior mãe.
Já na altura eu sabia que a Amamentação é muito mais do que alimentação, mas também já sabia que a vinculação se consegue de outras formas, trabalhei isso e elas cresceram de igual forma cuidadas, amadas e seguras.
Mas, desta vez, para além da experiência de quem já tinha duas filhas, já havia estudado e investigado muito mais sobre Sono e Amamentação e foi tudo diferente. Apesar de também prematuro, o meu filho nasceu e foi colocado a mamar na primeira meia hora de vida, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde. Esteve sempre comigo, aliás continuou sempre comigo, literalmente colado a mim, em alguns momentos no colo quase 24h/dia, amamentado em exclusivo e em livre demanda e assim continuámos até aos seis meses.
Desta vez, preparei-me toda a gravidez para isto, nasceu rodeado pelos profissionais em quem eu confiei que seguissem as minhas instruções e tudo confluiu para isso: o contexto, os profissionais, o meu corpo, a minha vontade, o meu filho.
Mas ainda assim também ouvi comentários de que “se o menino chora secalhar tem fome e precisa de suplemento, secalhar “o leite é fraco e não sustenta, se não amamentasse ele dormia a noite inteira” (quem disse que não dorme?). Compreendem agora quando vos digo que entendo bem quando partilham comigo os comentários que ouvem?
Como já disse a maternidade pode ser solitária! Então é necessário que se apoie mais as mães, que se informe sem julgar. É necessário também que as mães peçam ajuda, sem culpa ou vergonha, e se façam ouvir, que defendam as suas vontades: amamentar é um ato de alimentar e de cuidar, mas também de respeito por nós e pelo nosso corpo, se essa for a nossa escolha.
O fundamental é que se tomem decisões seguras e conscientes.
E se for preciso, estou cá para ajudar, para caminhar ao Vosso lado.
Entretanto, lembra-te:
És a melhor Mãe para o teu bebé.
❤️🍀🙏🏻
O Sonhos de Família - Consulta da Família e do Bebé tem como missão afigurar-se como espaço de Suporte à Parentalidade.