Domingos Gomes & Associado, lda

Domingos Gomes & Associado, lda Gabinete de Psicologia com serviços de Consulta Psicológica de Crianças, Jovens e Adultos

A sociedade actual movimenta-se a um ritmo alucinante e sabendo que a maturidade psicológica dos indivíduos é um factor importante no sucesso e realização pessoal e profissional, esse investimento deve passar inevitavelmente pela promoção no desenvolvimento dos indivíduos e grupos, no sentido de promover competências para lidar com a constante mudança. A sua missão é a promoção do desenvolvimento pessoal dos indivíduos e dos grupos. A estratégia para o conseguir passa pela prestação de serviços no âmbito da intervenção psicológica, que se traduz no desenvolvimento, implementação e avaliação de programas de intervenção psicológica, individual ou em grupo, sob a forma de trabalho directo ou indirecto (consultadoria), com finalidades de tipo remediativo, preventivo ou desenvolvimental. A procura da inovação na concepção dos serviços, na qualidade na sua prestação e na proximidade às pessoas são as directrizes deste projecto.

Perder-se a querer salvar o outro.Uma pergunta: Quantos de nós se reconhecem neste título? Quantas vezes nos sentimos pe...
21/08/2025

Perder-se a querer salvar o outro.

Uma pergunta: Quantos de nós se reconhecem neste título? Quantas vezes nos sentimos perdidos a querer salvar o outro? Quantas vezes colocamos em risco as nossas relações, a nossa integridade, o nosso bem-estar, a tentar mostrar ao outro como deveria ser agir diferente, a tentar demovê-lo das suas escolhas, acreditando pretensiosamente saber melhor aquilo de que ele precisa?
Movidos pela vontade de ajudar, queremos evitar que o outro sofra, queremos que ele não se engane, acreditando, no fundo, que a nossa verdade é melhor que a sua, que a nossa análise é mais inteligente, que a nossa intuição é mais forte.
Vivemos tempos propícios a clivagens em várias dimensões da sociedade, na família, nos grupos, às vezes só porque cada uma das partes está convencida que tem de salvar a outra. Acontece que muitas vezes, tentar teimosamente salvar o outro significa afirmar que a Vida não sabe o que faz, e que muito menos o sabe o outro. Significa não ter confiança na Vida e não ter confiança no outro. Significa acreditar-se superior ao outro.
Insistir em tentar salvar o outro, mudar o mundo, evitar o sofrimento do outro, é viver no engano, pois não há ninguém para salvar, não há mundo para mudar nem sofrimento a evitar. Talvez que esta postura apenas sirva para lidar com uma qualquer ferida narcísica, fugindo do que em nós nos dói. Evitamos olhar para nós próprios e projectamos nos outros aquilo de que temos necessidade. No lugar de cuidar do que em nós precisa de cuidado focamos toda a nossa atenção e investimos toda a nossa energia nos males do mundo. Por estranho que pareça, ajudar os outros é mais fácil do que cuidar de si mesmo, pois evita olhar de frente com aquilo que não gostamos em nós, daquilo que nos dói, do que precisa ser trabalhado. Fugimos do nosso próprio sofrimento, fugimos do que precisamos, acreditando inconscientemente que salvando os outros nos permite acumular pontos que evitarão a nossa própria introspecção e salvamento. Nesse sentido, antes de tentar ajudar vale a pena perguntar a si mesmo: quero mesmo ajudar, ou estou apenas a tentar uma forma de me sentir bem? Sou capaz de me colocar, verdadeiramente, no lugar do outro? Ajudar o outro é bom e nobre desde que haja a consciência que ninguém pode salvar ninguém e ninguém pode mudar o mundo. Apesar da responsabilidade do que vivemos não depender só de nós, cada um tem um papel activo. O mesmo acontece com todos e inclusivamente com aquele que se pretende salvar. O sofrimento de um pode ser útil para aprender uma lição importante, para se livrar duma falsa crença, para passar a uma outra fase. Por muito que nos custe o mundo precisa duma certa dose de caos para encontrar a ordem e a luz. Nessas alturas é preciso lembrar que a Vida tem uma Sabedoria que escapa ao nosso entendimento e que não se deixa capturar nos nossos esquemas de pensamento.
É preciso confiar na Vida, com a consciência que ninguém pode obrigar o outro a mudar o que quer que seja, mesmo que o nosso ego se sinta frustrado por saber que os outros estão a fazer uma má escolha ou que precisam que se faça algo por eles. Querer agir em seu lugar é fútil e infinitamente pretensioso, mas trabalhar o nosso interior e colocar-nos ao serviço da Vida com humildade e Amor é o melhor que podemos fazer para nos ajudarmos uns aos outros e contribuir para, de alguma forma, construirmos um mundo melhor.
E com consciência, esperança e amor é sempre possível ajudar e construir um futuro melhor.

Bom dia a todos!

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Parentalidade fragilizada.O conceito de parentalidade é novo no campo das ciências humanas. O seu aparecimento traduz um...
29/07/2025

Parentalidade fragilizada.
O conceito de parentalidade é novo no campo das ciências humanas. O seu aparecimento traduz uma preocupação centrada sobre algo que antes não suscitava debate. É certo que os pais e mães sempre se defrontaram com dificuldades no seu papel, mas o olhar sobre estas dificuldades não era muito problemático, sendo que tudo pareceria fluir com naturalidade. Hoje não é assim. De facto, perante as dificuldades de se ser pai ou mãe a tendência é surgirem logo um conjunto de interrogações, de dúvidas, de sentimentos de culpabilidade, de vergonha e, às vezes, de exaustão. Neste texto exploraremos o que, na nossa sociedade, mais desorganiza a parentalidade, fragilizando-a.
A parentalidade é uma tarefa para a vida e, seguramente, uma das mais importantes da vida adulta. Se bem preparada, ela resulta do desejo consciente de duas pessoas em fazer crescer e desenvolver um pequeno ser humano, tendo em conta os seus valores, características e necessidades. No fundo, é fazer crescer um ser com intencionalidade. Contudo, por desvio ou desvarios vários resultantes do ritmo alucinante a que vivemos, é cada vez mais raro pararmos para refletir sobre como desejamos ser enquanto pais e mães e, isso, pode ter um impacto mais negativo do que positivo na educação e desenvolvimento das nossas crianças.
Muito para além de assegurar os cuidados de saúde e segurança, a parentalidade (desempenhada pelos pais ou outros cuidadores) deverá proporcionar uma vinculação segura para que seja possível um desenvolvimento físico e psicológico harmonioso. Mas nesta esfera temos de contar com o que é consciente e intencionalmente trazido para o processo e com o que entra em ação de forma inconsciente, variáveis de ordem pessoal, familiar e social, imaginárias, simbólicas e concretas.
Desta forma, a parentalidade assenta em três registos:
(o resto do texto pode ser lido no blogue webcuco)

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Dizer que esta vida é um mar de rosas, além de tontice, é mentir.Dizer que esta vida é um vale de lágrimas, além de asne...
20/06/2025

Dizer que esta vida é um mar de rosas, além de tontice, é mentir.
Dizer que esta vida é um vale de lágrimas, além de asneira, é mentir.
Então que podemos nós dizer?
Talvez possamos dizer que, apesar de sabermos da dureza, violência e dos horrores desta vida, nunca deixaremos de procurar as maravilhas que nela existem. Talvez que isso, mais do que o responder às mil pequenas ralações da sobrevivência diária, seja, de facto, o que dá o verdadeiro sentido à vida dos homens e das mulheres desse mundo.
E sim com consciência, esperança e amor é possível construir um futuro melhor, porque temos dentro de nós uma faculdade contemplativa capaz de moldar a pessoa que cada um de nós se transforma.

Bom dia a todos!

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A franqueza no falar!A palavra dá-nos a conhecer ao outro, porque é por ela que nos manifestamos. Mas nem sempre a usamo...
03/06/2025

A franqueza no falar!

A palavra dá-nos a conhecer ao outro, porque é por ela que nos manifestamos. Mas nem sempre a usamos com sinceridade e verdade, nem sempre dizemos claramente ao outro aquilo que pretendemos. Esperamos que ele compreenda o que queremos e que responda sem que lhe tenhamos de dizer nada, como se tivesse um qualquer leitor de pensamentos. Acontece mesmo algumas vezes pagarmos para falar verdade, como quando vamos a uma consulta no médico, e, mesmo aí, não somos totalmente francos na crença ingénua que seremos compreendidos. E depois, quando do outro não obtemos o que queremos, obviamente que isso só pode ser por causa dele, nunca por nossa causa.
Acontece tantas vezes não dizermos claramente ao outro o que nos incomoda, preferindo, às vezes, fazê-lo sentir-se mal pelo nosso mau humor, pelo nosso silêncio, pelo nosso mal-estar, e, ao fazê-lo, criamos as condições do próximo conflito que, entretanto, aparece.
Suportamos coisas que não queremos porque temos medo de dizer a nossa verdade, com receio de perder o amor ou o apreço do outro, e acabamos encurralados, frustrados, decepcionados, zangados e, sem que nos apercebamos, tal atitude só ajuda a criar mal-estar nas nossas relações.
Não ousamos fazer pedidos claros porque julgamos que o outro nos pode achar exigentes, egoístas, difíceis ou tão só esquisitos, esquecendo algo tão básico como o direito básico de expressar os nossos desejos e fazer os nossos pedidos como o outro tem todo o direito de lhes responder sim ou não.
Não ousamos dizer o que pensamos com medo de ir contra a corrente e de ser mal interpretados e sermos acusados de não sabermos o que dizemos. A ousadia, ou melhor a afirmação de si mesmo, cede lugar ao conformismo e tecemos uma realidade de forma a não sermos rejeitados ou julgados, mas que, no fundo, não corresponde à nossa verdade.
Quando não ousamos dizer “não” para não ofuscar ou melindrar o outro é todo o nosso ser, nosso corpo e nossa alma, que perde energia. Quando procuramos a todo o custo manter a nossa imagem nos padrões dos outros, o que estamos a fazer é a exercer uma violência sobre nós próprios.
Quando o outro faz qualquer coisa que nos desagrada e que merece um reparo e preferimos antes desvalorizar o seu gesto ou atitude do que lhe dizer clara e calmamente o que nos magoou, não estamos a proteger a harmonia da relação, mas antes a introduzir o veneno que a consumirá aos poucos.
Porque é que às vezes é tão difícil ser-se claro nas palavras?
A nossa educação, os nossos pais, os costumes da sociedade, a religião onde fomos educados, as nossas experiências de vida, o nosso carácter, são as variáveis que estão na origem da construção da nossa personalidade, da confiança que temos ou não em nós próprios e na vida, na forma responsável, integra e assertiva com que nos relacionamos com os outros. E, também, das dificuldades que experimentamos a sermos coerentes, íntegros e assertivos.
Libertarmo-nos de tudo que bloqueia a nossa autenticidade passa pelo reconhecimento dos nossos bloqueios e pela sua transformação em etapas de despojamento e de aprendizagem para vivermos mais livremente, mais levemente e, sobretudo, mais verdadeiramente. A franqueza no falar não nos deve envergonhar, pois é por aí que o nosso coração se manifesta. Aprender a dizer presente, a fazer pedidos claros, a mantermo-nos em pé, a ousar ser si próprio, na calma, no respeito, na integridade e na verdade, talvez que isso seja o início da nossa sabedoria e a base da harmonia das nossas relações. E sim, com consciência, esperança e amor é possível melhorarmos todos os dias: mais confiantes, mais seguros, em harmonia com os outros e, principalmente, connosco mesmos.

Bom dia a todos!

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Mães que não amam os seus filhos. Existem realidades que são difíceis de compreender, como crianças que não amam os seus...
10/05/2025

Mães que não amam os seus filhos.

Existem realidades que são difíceis de compreender, como crianças que não amam os seus pais, pais que maltratam os seus infantes e mães que não amam os seus filhos. Fiquemos por esta última: mães que não amam os filhos. Que mães são estas que não amam os seus filhos? Porque existem mães tão frias para com os seus filhos? O que explica esta frieza emocional?
Do amor de mãe somos educados naquela perspectiva, quase em tom de lei natural, que nada há de mais puro e desinteressado do que o amor de mãe. Uma relação única, específica e duradoura, que resulta da interação entre a mãe e o seu bebé, proporcionando a sobrevivência, protecção e afecto, que normalmente corre bem e garante o bem-estar e o desenvolvimento harmonioso da criança. A realidade, porém, mostra-nos que nem sempre esta relação de vinculação corre bem não possibilitando o surgimento do amor se torna desestruturante. No interior desta esfera de desafecto a figura da mãe emocionalmente fria, ausente, tende sempre a chamar a nossa atenção, porque se afasta do seu lugar esperado, pois associamos a maternidade a uma ternura que abraça e acolhe, a este amor incondicional, que valida os afectos e dá tudo pelas suas crianças. O facto disto não se verificar quebra os cenários profundamente ancorados na nossa sociedade. Crescendo sem saber o porquê do desamor das suas mães, estes filhos não amados alimentam no seu coração sentimentos de culpabilidade e até raiva contra a figura maternal. Em adultos a maioria acumula problemas, inseguranças, carências profundas e vazios de sentido.
A questão que se coloca é porque é que isto acontece, porque existem mães que não amam os seus filhos?
Alguns sublinham que estas mães têm falta de instinto maternal. Mas, o que é isso de instinto maternal? Existe realmente um impulso natural e inconsciente capaz de provocar uma resposta tão determinada como aquela de amar e de cuidar duma criança simplesmente porque a natureza o orquestrou? Na verdade, a ciência ainda não consegue responder a esta questão. É uma questão complexa, com factores de ordem biológica, psicológica e socio-cultural associados. Por exemplo, existem mães que amam os seus filhos, mas os amam mal ou os amam à sua maneira. Todos compreendem o amor duma forma diferente e existem pessoas que praticam um afecto frio, que dão prioridade a outras facetas das suas crianças: a apresentação impecável, a educação severa e obediência, por exemplo. O que sabemos é que na díade mãe filho, é papel da primeira consolar, controlar os medos, olhar com afecto, escutar, responder às questões, encorajar os sonhos, alimentar a segurança e construir a confiança. Se isso falta tudo fracassa. Se estes aspectos emocionais não estão presentes, as crianças crescem com a convicção clara que não são dignas do amor da sua mãe.

E, no entanto, tem de ser assim? Não há forma de fazer diferente? O que sei é que com consciência, esperança e amor é sempre possível construir um futuro melhor.

Bom dia a todos!

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O humano é mais bonito quando tem o coração aberto.Existe um provérbio Sufi que diz: “A Vida quebra-te o coração uma e o...
24/04/2025

O humano é mais bonito quando tem o coração aberto.

Existe um provérbio Sufi que diz: “A Vida quebra-te o coração uma e outra vez até que ele se mantenha aberto”. É um preceito que tem tanto de atrativo como de assustador, porque um coração aberto não deixa de ser um coração que se expõe e nem sempre do outro ou do mundo vem coisa boa. No entanto, podemos sempre decidir mantê-lo aberto sem nos sentirmos forçados ou assustados. É uma opção, na consciência que a qualquer altura o outro, seja o nosso familiar, o amigo, o vizinho ou o colega de trabalho, nos pode decepcionar ou magoar. Não raras vezes fazem coisas de que não gostamos, que nos enervam e mesmo que nos magoam. E a isso reagimos rapidamente com julgamentos e pensamentos negativos que nos afastam uns dos outros. Mas seria bem mais estruturante para nós e para os outros se no lugar de reagir precipitadamente, encarássemos cada uma destas experiências de encontro com o outro como uma descoberta, como se fosse uma primeira vez, com confiança e na esperança de que algo bom está a acontecer.

A Vida renova-se a cada instante e tudo evolui. Perante o encontro e reencontros – e porque não também os desencontros - para quê colocar etiquetas de ameaça em tudo, sobre a atitude de um, sobre a personalidade de outro, sobre os comportamentos dos outros e sobre isto e sobre aquilo. Para perceber o que a Vida nos procura mostrar com experiências menos positivas não será mais adequado, simplesmente, manter uma atitude aberta perante elas?

Abrir os olhos e o coração áquilo que surge diante de nós pode revelar-se uma rica experiência, mostrar-se disponível para o encontro com o outro que às vezes nos causa alguma reserva, para não dizer medo, pode surpreender positivamente. E se nos damos conta que estamos a julgar levianamente o outro ou a experimentar o desprezo ou o medo em relação a ele, talvez que seja boa altura para recordar que talvez isso não seja mais do que projecção do que não queremos reencontrar em nós. Talvez com essa atitude de abertura possamos compreender que o outro está lá para nos mostrar o que vai dentro de nós e, mostrando, ajudar-nos a largar aquilo que impede o nosso crescimento e paz interior. E se levarmos o pensamento um pouco mais longe, quiçá, cheguemos à conclusão que muitos destes encontros que a vida nos coloca foram por nós procurados para, talvez, podermos encontrar uma compreensão que promova a união com o outro, com o mundo, com o Uno; uma compreensão que promova a consciência que a separação relativamente aos outros - humanos e seres vivos – talvez seja apenas uma ilusão do que chamamos vida.

Faz-nos falta aprender a amar, aprender a dizer sim, aprender a bondade em relação a si próprio e em relação aos outros. E se, por acaso, nos dermos conta de alguma falta de amor para com o próximo, essa é uma boa altura para lembrar que a abertura do coração, sem expectativas, sem julgamentos, sentindo-se apenas presente para si próprio, para os outros e para o que está a ser vivido no momento, pode ser a forma simples de nos conectarmos com o outro e voltar a sentir a paz e o amor e, quem sabe, a União e a Luz.

Que por estes dias de renascimento, possam acontecer encontros e reencontros há muito esperados por corações desavindos e ávidos de conexão, e outros ainda que fortaleçam o despertar da consciência para a Vida.
E sim, com consciência, esperança e amor é possível construir um futuro melhor.

Bom dia a todos!

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Há fases nas nossas vidas, mais ou menos longas, onde devido a um sentimento de injustiça, de falta de confiança em si m...
12/04/2025

Há fases nas nossas vidas, mais ou menos longas, onde devido a um sentimento de injustiça, de falta de confiança em si mesmo ou dum vazio interior, em que é grande a probabilidade de vermos surgir em nós um sentimento de inveja, ou melhor de cobiça, em relação ao outro, em relação ao que o outro possui seja isso sucesso, amor, bens materiais, atenção ou outra coisa qualquer. E depois, nalgumas situações, enveredamos por seguir um caminho idêntico à procura de um sucesso profissional, por exemplo, em que se entra numa via de grande esforço que a maior parte das vezes não leva a lado nenhum, causando apenas cansaço, desgaste e desespero, porque, simplesmente, não é o nosso caminho. Também por vezes acontece conseguirmos aquilo que cobiçamos, como a atenção ou o amor, por exemplo. E quando tal acorre é comum sentirmo-nos como uma criança que conseguiu o brinquedo que queria, mas continua insatisfeita. Tomamo-lo nas mãos, olhamos e mexemos nele e, decepcionados, deitámo-lo fora. Nesse momento sentimo-nos mal, porque afinal não era isso que queríamos, e a insatisfação e o vazio se instalam novamente.

Se tivermos sorte, esse pode ser um momento de tomada de consciência que só cultivando o amor próprio, a confiança em si mesmo, se pode preencher o vazio interior, pois nada nem ninguém o pode fazer o pode fazer por nós. E enquanto houver esse despertar a insatisfação estará sempre presente, apesar de tudo que se possa conquistar, apesar do bom carro, da fulgurante carreira ou da grande casa.

Mas como se amar? Como cultivar essa confiança em si mesmo? Sabemos que cada um tem o seu caminho a fazer, mas pode-se sempre começar por se assumir como se é, deixando de se mentir a si mesmo ou aos outros, afastando-se daqueles que nos fazem mal, valorizando-nos, definindo os nossos valores, praticando o perdão e a benevolência, fazendo aquilo que gostamos verdadeiramente, cuidando de nós tendo sonhos e projectos, mesmo que pequenos, mas que nos animam, aceitando o tempo de solidão necessário para podermos olhar para dentro e nos conhecermos. Não tem de ser tudo de uma vez, nem é desejável que se mude radicalmente. É um processo de busca de sentido que se faz passo a passo em direcção a um estado de equilíbrio e serenidade consigo próprio e com os outros.

Quando nos amamos o suficiente não há grandes sentimentos de cobiça ou inveja, pelo que os outros têm ou deixam de ter, porque se está tranquilo com o que a Vida nos proporciona, na confiança de que aquilo de que verdadeiramente precisamos virá a nós, no tempo em que nos for mais útil. E assim confiantes, quando sentimos o vazio, simplesmente aceitámo-lo, porque sabemos que, apesar da nossa vontade, ele é necessário para alcançarmos o melhor. Da mesma forma, passamos a encarar as experiências que a vida nos proporciona duma outra forma, mais positiva, e no processo encontramos alguns presentes que ela nos oferece, para que cuidemos deles, porque sabemos que os merecemos. Para nos conseguirmos aproximar dos outros temos antes temos de nos abrirmos a nós próprios. E nessa abertura semear amor, na esperança que a semente cresça e dê frutos de equilíbrio, realização e serenidade.

E sim, com consciência, esperança e amor é possível construir um futuro melhor.

Bom dia a todos!

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Acolher a dúvida, o vazio, o silêncio e seguir em frente, apesar de tudo.Há momentos da vida em que a confiança se afund...
23/03/2025

Acolher a dúvida, o vazio, o silêncio e seguir em frente, apesar de tudo.

Há momentos da vida em que a confiança se afunda depois de um fracasso, seja ele profissional, relacional ou pessoal. A confiança desaparece, levando consigo o ânimo e qualquer réstia de alegria e esperança. Quando se está aí, nesse estado de desespero e angústia, é muito difícil levantar-se, voltar a agir, ousar novamente. É um tempo de vazio, onde nos descobrimos sós no mundo, e nem mesmo Deus se nos revela apesar dos nossos lamentos e preces. Algures na angústia vão-se aceitar as fragilidades e a condição do humano, possibilitando encontrar a paz consigo mesmo. E depois da luta vem um tempo de pausa, dum tempo necessário para “digerir” o sucedido, com a certeza que a vontade voltará, ainda que a passos tímidos. A vontade de cuidar de si, a vontade de agir por aquilo que se ama, a vontade de partilhar, sentir confiança novamente. Restabelecidos e sentindo-nos mais fortes e confiantes, estamos novamente disponíveis, prontos para as oportunidades que a vida nos vai continuar a apresentar para seguir em frente.
Hesita-se no início, com medo de voltar a cair novamente, conscientes da dor da queda e do esforço necessário para se levantar. Mas com a confiança reencontrada e graças à indulgência e ao amor fomos capazes de dar a nós próprios, a vontade e a audácia não deixarão de crescer em nós. E novamente se mergulhará na vida, tecendo com consciência, esperança, a rede que nos faz sentir confiantes e serenos, fazendo da experiência daquilo que chamamos fracasso mais uma bela lição donde se sai mais forte, porque se sai mais capaz de cuidar de nós na fragilidade.
E ser forte não significa avançar a todo o custo sob o peso das certezas ou ambições. Ser forte é ser capaz de ser bom num mundo que não o é. É acolher a dúvida, o vazio, o silêncio e seguir em frente, sem nunca ceder à amargura.
E depois, se tudo fosse assim fácil, poderíamos realmente desfrutar?

Bom dia a todos!

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A vida é curta para nos enganarmos a nós próprios. Muitas vezes, ou melhor demasiadas vezes, andamos tão ocupados – pref...
18/03/2025

A vida é curta para nos enganarmos a nós próprios.

Muitas vezes, ou melhor demasiadas vezes, andamos tão ocupados – prefiro dizer distraídos – com a agitação dos dias que esquecemos o que é básico. Esquecemos, por exemplo, que a vida é demasiado curta para nos andarmos a enganar a nós próprios. E, infelizmente, fazemo-lo tantas vezes. Fazemo-lo quando queremos estar num lugar onde não estamos, para mostrar que temos oportunidades, quando, afinal, levamos tudo em nós. Fazemo-lo, quando nos atolamos em dúvidas sobre o nosso valor quando a confiança está em nós. Fazemo-lo para experimentar o amor com quem não nos abre os braços, quando o amor só nos pede que sejamos verdadeiros. Fazemo-lo para nos mostrarmos nos jogos de poder quando não gostamos disso. Fazemo-lo para nos adaptarmos ao que não nos preenche, quando somos nós que preenchemos.

A vida é só uma. É a dura realidade. E não adianta, como muitos fazem, julgar que há sempre tempo, que há sempre muito tempo, para se viver. É mentira, mas é à custa dessa mentira que tantas vezes decidimos adiar o importante para desperdiçar tempo com o que de pouco vale.

Repito, a vida é demasiado curta para a perdermos a querer parecer, a apagarmo-nos, a dobrarmo-nos, a excedermo-nos, a esforçarmo-nos demasiado. Quando, com consciência, esperança e amor, basta-nos ser, deixando cair o combate inglório que muitas vezes levamos, para ficarmos finalmente em paz e serenidade. E viver, fazendo o que gostamos, junto de quem amamos, sendo quem somos, verdadeiramente.

Bom dia a todos!

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A felicidade, como a pobreza, não é uma escolha moral.Antes de mais uma declaração de interesse: acredito, ou melhor, se...
09/03/2025

A felicidade, como a pobreza, não é uma escolha moral.

Antes de mais uma declaração de interesse: acredito, ou melhor, sei do poder da mente humana, como também sei que somos seres livres. Mas também não gosto dos vendedores de felicidade que afirmam que ela só depende da nossa escolha, enquanto seres livres. Para esses professores da alegria a tristeza é falta de gosto, a depressão uma marca de preguiça e a melancolia um pecado. Sabem muito dizer o que os outros devem fazer, ter calma, ter objectivos, parar de se sentir triste, esquecendo que tudo isso é aquilo que não conseguem fazer, que não é por falta de vontade, que não desejam sentir-se assim. Ninguém escolhe sentir-se infeliz e desanimado, como também ninguém escolhe ser pobre.
Um conhecimento mais sério sobre o ser humano e um olhar mais cuidado acerca do que se passa à nossa volta, diz-nos algo muito diferente: diz-nos que há pessoas que nascem sofredoras, que nascem condenadas e que apesar de todos os seus esforços, de toda a sua coragem, de toda a sua boa vontade e de toda a sua bondade, não conseguem sair da sua condição. Pessoas que uma e outra vez se erguem, sempre com o mesmo sorriso e bondade interior lutando para manter viva a esperança de uma vida melhor, e que uma e outra vez são empurradas para o chão esmagadas pelo real.
Pessoas que, sem que para isso tenham contribuído, têm o seu interior de tal forma rasgado e caótico, que não conseguem sair do lodo escuro e doloroso em que se encontram.
Sair desse pântano escuro da existência nem sempre depende da vontade e do esforço. Mas as pessoas têm necessidade de encontrar um sentido para continuar o seu caminho e lutam com esperança e fé para não caírem no vazio. Às vezes, acontece porque um qualquer golpe de asa as leva a um outro patamar da existência.
Ajuda nesse processo de renascimento saber que partilhamos o mesmo destino, o mesmo perigo e as mesmas ansiedades, e que também podemos partilhar a mesma esperança na busca humana de integridade e de harmonia, de verdade e da significação. Ajuda ter consciência da importância da conexão com os outros, assim como da manutenção dos laços afectivos. O que não ajuda é dizer a uma pessoa melancólica que a felicidade é escolha sua, o que não ajuda é dizer a uma pessoa deprimida que o seu estado não tem razão de ser.

Mas com consciência, esperança e amor é sempre possível construir um amanhã melhor.

Bom dia a todos!

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O medo de mudar: como o vencer?Viver com paixão é um verdadeiro dom de que muitos não podem experimentar e que outros nã...
04/03/2025

O medo de mudar: como o vencer?

Viver com paixão é um verdadeiro dom de que muitos não podem experimentar e que outros não querem desfrutar. Ao contrário do que se possa imaginar, viver com paixão não é fazer coisas extraordinárias, quem sabe excêntricas ou mesmo heroicas. Viver com paixão é viver com entusiasmo as coisas ordinárias da vida: sentir um gosto especial pelo trabalho que se faz, um amor autêntico pelas pessoas, um deslumbramento pela vida que nos rodeia, um desejo vitalizador pelo que há ainda a fazer.
Muitas pessoas expressam, às vezes com tristeza, que se sentem espectadores da sua própria vida, duma vida que passa diante delas, mas onde não se preenchem nem se sentem protagonistas activos. A par afirmam que querem mudar, que querem viver mais intensamente e, no entanto, o tempo passa e nada de novo acontece. Todos nós, uns mais outros menos, temos um medo que nos prende às nossas rotinas, um medo de perdermos contacto com aquilo que nos é familiar, mas também um medo de nos confrontarmos com a novidade, com os desafios e com os nossos sonhos. E com isso acabamos a perder a nossa liberdade, que, como se sabe, é o caminho por onde nos é possível construir o sentido para as nossas vidas.
A mudança é sempre um desafio. Desafio face às convenções, face aos hábitos adquiridos, face à segurança do que é familiar, face ao pensar de forma diferente, face ao sentir de forma mais intensa, face ao que fazer com a nossa liberdade. Mesmo quando as rotinas só trazem experiências desagradáveis e más, muitos suportam-nas porque é cómodo e a renovação assusta e custa. Não é fácil sair da zona de conforto, dum bem-estar que nos custou tanto a alcançar, mas, às vezes e sem nos darmos conta, não reparamos que esse bem-estar se tornou anestesiante e, pior ainda, se tornou um ambiente que suavemente nos envenena até à morte.
E, como se disse de início, nem será preciso grandes feitos para vencer o medo, porque o mais importante é sempre a pessoa. Ajuda se cuidamos mais de nós próprios, dando-nos tempo, tempo para nos concentrarmos e fazermos aquilo que gostamos: caminhar, ler, comer, dançar, estar com quem se gosta, dormir, não fazer nada… Jogar e brincar também é uma boa estratégia, pois o jogo, para além de espaço de diversão, é espaço de liberdade, de re-criação, de re-significação, de descoberta de si próprio e do que nos rodeia, impedindo, dessa forma, que as convenções sociais, aquilo que os outros pensam, amordacem a criança que cada um leva dentro de si. Manter contacto com a natureza também ajuda, pois ao abrirmo-nos à comunhão com a Vida nas suas múltiplas formas, permitimos que a natureza exerça um efeito positivo sobre as nossas emoções e pensamentos, re-conectando-nos connosco próprios.
E com consciência, esperança e amor é sempre possível vencer o medo e alimentar o sonho de um amanhã melhor.

Bom dia a todos!

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O morcego: um conto sobre o sonho da vida.Era um morcego que procurava a luz e a sabedoria. Sonhava em fundir-se com o S...
01/03/2025

O morcego: um conto sobre o sonho da vida.

Era um morcego que procurava a luz e a sabedoria. Sonhava em fundir-se com o Sol, que para ele era o símbolo da luz perfeita. Sabia que nunca poderia ver os seus raios, mas que se podia fundir com ele. Começou a fazer tentativas, mas após algumas horas de voo ascendente, extenuava-se e perdia o espaço conquistado. Vendo os seus diligentes esforços, um eremita, com a sua capacidade clarividente, disse-lhe:

- Mesmo que viajasses mil anos, animal insensato, não conseguirias alcançar o Sol. O que pretendes é tão absurdo como uma formiga querer chegar à lua. O melhor que podes fazer é desistir da tua loucura.

Mas o morcego, ainda que achasse as palavras do eremita razoáveis, convenceu-se de que ninguém o faria desistir do seu propósito. E durante anos, cada vez mais velho e cansado, continuou a tentar sem trégua. Voara tanto que, um dia, cansado, se perguntou: «Não terei eu voado tanto que deixei o Sol para trás?» Mas eis que um arrogante e vaidoso pássaro o ouviu e se apressou a responder-lhe:

- Além de cego, és o animal mais estúpido e ridículo que alguma vez conheci! Não vais a lado nenhum, porque não fazes mais nada do que andar em círculos e não avanças um único centímetro em todo o dia. Eu, que vejo muito bem, posso ir até ao Sol quando quiser. Mas tu, para mais, estás esgotado, desmotivado. Esquece as tuas loucuras.

- É surpreendente – replicou o morcego – que eu não tenha olhos para ver o exterior e tu, ao que parece, possas ver o interior das criaturas com os teus. És mesmo sortudo!

E continuou a voar, a voar sem cessar, presa de um sonho inquebrantável, com uma perseverança exemplar. E foi durante essa empresa tão árdua que, um dia, o seu pequeno coração deixou de bater. Mas enquanto o seu corpo se precipitava no espaço, um raio de Sol atingiu-o e levou-o para ao seu seio, fundindo o seu pequeno corpo com o núcleo do astro. O pássaro arrogante, por seu lado, ainda está vivo e continua a voar, mas de costas viradas para o Sol. E embora tenha vista, cada dia está mais longe do astro que ilumina tudo o que está vivo.
O sonho é aquilo que temos de verdadeiramente nosso, é aquilo de que, no fundo, somos feitos, na certeza de que, no final, regressamos sempre àquilo que é a nossa casa.

Bom dia a todos!

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