01/02/2025
O consumo de álcool tem relação com vários tipos de cancro. A título de exemplo, tumores da cavidade oral, laringe, faringe, mama, colorectal, fígado, ...
O álcool conduz à formação de acetaldeído e à produção de radicais livres de oxigénio que alteram o DNA celular. Por outro lado, aumenta os níveis de estrogénios e pode servir, ainda, como solvente de outros produtos cancerígenos como, por exemplo, aqueles existentes no tabaco.
O consumo de álcool tem obrigatoriamente que se ver reduzido por forma a diminuir a morbi-mortalidade e são inúmeras as estratégias possíveis.
A Irlanda e os EUA preparam-se para colocar, à semelhança do que se passou com o tabaco, avisos informativos acerca dos malefícios da ingestão de bebidas alcoólicas. Contudo, o impacto dessas medidas ainda está longe de ser verdadeiramente aferido. Com o tabaco, infelizmente, não resultou numa diminuição signif**ativa do seu consumo.
Enquanto o álcool continuar associado a atividades saudáveis como, por exemplo, a prática desportiva (note-se que federações desportivas, como a de futebol, por exemplo, ou clubes desportivos são patrocinados por marcas de bebidas alcoólicas, assim como grandes eventos desportivos nacionais e internacionais ...) ou recreativa (como os concertos/ festivais/ patrocínios nas queimas das fitas/ atividades universitárias), ou até mesmo a espaços multiuso culturais (a título do que acontece na cidade do Porto, por exemplo), este tipo de ações pode-se ver desprovida de impacto.
A publicidade deve ser alvo de regulamentação mais apertada, assim como a forma como as bebidas alcoólicas são vendidas nos espaços comerciais (desde logo como estas são expostas nos supermercados, por exemplo).
O lobby da indústria associada ao álcool é demasiado poderoso para ações mais simples e de maior impacto na saúde. São muitas as estratégias para reduzir o consumo de álcool. A melhor fórmula para o fazer ainda está longe de estar implementada. Mas se queremos melhorar os anos de vida da população, a sua qualidade de vida, manter a população no ativo e produtiva mais tempo, medidas prementes devem ser tomadas.
Como costumo dizer, a água não enferruja nem cria rãs! É barata, acessível e disponível a todos. A Natureza dá-a de forma gratuita. E todos se podem divertir à volta de um bom copo de água! Aguardo com a expectativa o dia em que um grande evento desportivo seja maioritariamente patrocinado por produtores locais de produtos biológicos ou mais saudáveis...
A este propósito deixo-vos a entrevista conduzida pela jornalista Alexandra Costa Martins, no programa Consultório do Porto Canal, a 30 de janeiro.