27/08/2025
➡️ O processo de luto não é uma linha reta. Não passamos (exatamente) por cada uma das fases, de forma rígida e inflexível, com o objetivo de chegar à fase da aceitação, com a maior rapidez e bem-estar. É uma ideia (e um plano) totalmente irrealista e, na verdade, desumano.
➡️ E porque, não raras vezes, a premissa das fases do luto alimenta também a ideia de que “passado um ano, eu tenho de estar bem”. Mas porque é que um ano seria suficiente para atenuar a dor de perder uma pessoa importante para mim (e cuja perda desencadeou uma enorme tristeza e vazio na minha vida)?
Porque é que um ano seria suficiente para “estar bem” quando passei vinte anos ao lado da pessoa que acabei de perder? Ou quando era uma relação recente, mas que foi vivida com intensidade, “como se tivesse conhecido esta pessoa a minha vida toda”?
➡️ Somos seres humanos, cada um de nós com uma diferente bagagem emocional, desenvolvemos relações que são únicas e, por isso, o processo de luto é, sempre, altamente individualizado (“não há dois lutos iguais”, nunca).
➡️ Os modelos de fases do luto, da Psicologia, servem somente como linhas orientadoras sobre o que tende a definir um processo de luto, no que remete para os padrões que constituem uma experiência emocionalmente violenta (e que nos permitem sentir algum controlo, previsibilidade, antecipar desafios). Não passamos todos por todas as fases, isso é um mito. Vamos avançando e recuando ao longo (de algumas) destas fases, em momentos de maior e menor bem-estar, pois o processo de luto é para sempre.
📩 Peça ajuda! Não está sozinho(a). Aprenda a respeitar o seu tempo e espaço e a viver um luto mais saudável.