Gabinete de Psicologia Dr. Rui Faria da Costa

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Gabinete de Psicologia Dr. Rui Faria da Costa Realização de diagnósticos, avaliação psicológica, planeamento, monitorização, intervenção psicológica e consultoria.

20/06/2025

Num tempo em que tantas pessoas procuram respostas em diferentes lugares, é importante parar e refletir sobre o que realmente se procura e onde se está a depositar a própria intimidade. Há uma diferença fundamental entre espaços regulados e espaços não regulados, e essa diferença não é meramente técnica: é ética, emocional e profundamente humana.
O psicólogo é um profissional que está vinculado a um código deontológico, ou seja, a um conjunto de princípios éticos e legais que orientam a sua prática. Um dos pilares desse código é a confidencialidade. Tudo aquilo que é dito numa consulta psicológica permanece dentro daquele espaço seguro. Não é comentado, não é partilhado, não é usado como matéria de entretenimento. É protegido com responsabilidade e com rigor. Esta confidencialidade não é um favor que o psicólogo faz ao cliente; é uma obrigação ética e legal, que tem como objectivo criar um espaço verdadeiramente seguro onde a pessoa possa ser quem é, sem medo, sem máscaras e sem juízos.
Quando se recorre a outras práticas, por vezes místicas ou espirituais, que não estão sujeitas a qualquer regulamentação, é importante perguntar:
quem garante que aquilo que partilho será mantido em sigilo?
Quem me protege de uma eventual exposição, interpretação abusiva ou julgamento?
Muitas dessas práticas podem ter boas intenções, mas a ausência de um quadro ético formal deixa a pessoa vulnerável. Não há garantias, não há supervisão, não há dever de reserva.
Quem anda “em todas as áreas” muitas vezes fá-lo porque carrega uma dor, uma inquietação ou uma sede de sentido. E isso é legítimo. Procurar é humano. Mas há que ter cuidado com os atalhos que apenas adormecem a dor, ou que oferecem soluções rápidas sem um verdadeiro trabalho de autoconhecimento e transformação. A psicologia não promete curas milagrosas. Não diz o que queremos ouvir, diz o que precisamos de compreender. E fá-lo com base na escuta, na ciência, na empatia, na ética e na mensuração psicológica.
Por isso, confiar num psicólogo é confiar num processo. É aceitar que o que dói precisa de tempo, de contenção e de presença para ser transformado. E isso é de um valor incomensurável. Num mundo onde tudo parece descartável e imediato, a relação terapêutica é um lugar raro: um espaço onde a tua história é respeitada, onde as tuas palavras são sagradas e onde o teu silêncio também tem lugar.
Se estás à procura de sentido, de cura ou de compreensão, talvez valha a pena escolher um lugar onde sejas verdadeiramente escutado, não apenas ouvido. Um lugar onde a tua dor não seja uma curiosidade, mas um sinal de humanidade. E onde aquilo que confias seja, de facto, reservado.

19/06/2025
30/05/2025

Esquizotipia, Crença e Cultura: Onde termina a fé e começa a perturbação?
A Perturbação Esquizotípica da Personalidade é uma condição psicológica pouco conhecida do grande público, mas que levanta questões importantes sobre a forma como pensamos, sentimos e nos relacionamos com os outros. Situa-se numa zona complexa entre o excêntrico e o patológico, entre a criatividade e o isolamento, entre a espiritualidade e o delírio.
Este tipo de perturbação, reconhecido pelos principais manuais diagnósticos (DSM-5 e CID-11), caracteriza-se por padrões de pensamento e comportamento considerados estranhos ou excêntricos. No entanto, é fundamental lembrar que ser diferente não é sinónimo de estar doente. Só se considera patológica quando essas características são persistentes, inflexíveis e prejudicam de forma significativa a vida pessoal, social ou profissional da pessoa.
- Assim, apela-se a uma reflexão necessária e mais profunda.
Vivemos num mundo plural, onde as crenças e a ciência nem sempre caminham em harmonia. Muitas pessoas acreditam em astrologia, cartomancia, energias, espíritos ou fenómenos místicos, enquanto outras encaram essas crenças como manifestações de ignorância ou até como sinais de perturbação mental.
Neste contexto, levanta-se uma questão legítima: - Será que todas as crenças no “invisível” constituem sinais de uma perturbação psicológica ou psiquiátrica?
Então “bora” lá explicar: - O que é a esquizotipia?
A esquizotipia é um traço de personalidade que pode existir em diferentes graus. Em alguns casos, manifesta-se de forma leve e até criativa; noutros, pode evoluir para formas mais graves, com impacto significativo no funcionamento diário da pessoa. As principais características incluem: Ideação mágica (por exemplo, acreditar que o pensamento pode influenciar diretamente a realidade); Crenças paranormais intensas; Comportamento excêntrico ou desconectado da realidade partilhada e Ansiedade social profunda e persistente.
Neste contexto, quando estes traços se tornam rígidos, duradouros e causadores de sofrimento ou isolamento, pode estar em causa uma perturbação esquizotípica da personalidade. Sabiam?
De facto, a espiritualidade e crença, é sempre um terreno delicado. Ou não fosse a espiritualidade é uma dimensão fundamental da experiência humana. Em várias culturas, valoriza-se o contacto com o mundo espiritual, através da oração. Acreditar nestes fenómenos não equivale, por si só, a doença mental.
No entanto, quando estas crenças se tornam extremamente rígidas, desconectadas da realidade consensual e causam disfunção, podem ser sinal de um quadro clínico.
Senão vejamos o que diz a ciência e a investigação científica?
Diversos estudos exploraram a relação entre crença no paranormal e traços esquizotípicos. A maioria conclui que a presença de crenças paranormais não implica automaticamente patologia:
Lindeman & Aarnio (2007) verificaram que pessoas com crenças em astrologia, telepatia ou fenómenos mágicos tendem a apresentar estilos de pensamento intuitivo e dificuldade em distinguir coincidência de causalidade, traços frequentemente associados à esquizotipia.
Genovese (2005) mostrou que a crença no paranormal está ligada a uma maior abertura à experiência, um traço de personalidade geralmente saudável, embora mais comum em pessoas com tendências esquizotípicas.
Hora & Camarinha (2013), num estudo com estudantes universitários, identificaram que muitos jovens com interesse por práticas esotéricas apresentavam traços esquizotípicos.
Coid et al. (2006) demonstraram que os casos mais graves de esquizotipia estão muitas vezes associados a factores de risco psicossociais, como trauma, pobreza, exclusão social e falta de suporte emocional, o que reforça a importância do contexto.
Assim, nesta dualidade é importante distinguir a real fronteira entre o saudável e o patológico. Pois, é muito importante, que a espiritualidade procura sentido e a ciência busque precisão.
De facto, acreditar em forças invisíveis, como cartas, espíritos ou horóscopos, não torna ninguém doente mental. Porém, quando essas crenças se tornam extensas, intensas, elevem o medo, isolamento ou prejudicam o funcionamento da pessoa, pode tratar-se de uma perturbação que merece atenção clínica. Aliás, a linha entre o saudável e o patológico não está na crença em si, mas na forma como essa crença interfere na vida da pessoa.
Por fim, mais do que julgar, é preciso compreender.
Assim, só com informação clara, empatia e apoio profissional é possível promover uma cultura de saúde mental mais saudável, consciente e respeitadora da diversidade humana. Se tu, ou alguém que conheces, vive com crenças intensas que causam sofrimento, por favor, procure ajuda especializada. Psicólogos clínicos, psiquiatras e, nalguns casos, neurologistas, podem ajudar a clarificar o que está em causa e propor um caminho de acompanhamento ou tratamento.
Att.

18/04/2025

Nesta Páscoa, que o verdadeiro sentido do renascimento se faça presente em cada um de nós.
Assim, mais do que símbolos e tradições, a Páscoa convida-nos a uma renovação interior, a recomeçar, a perdoar, a cuidar mais de nós e dos outros.
Neste âmbito, que este tempo seja uma oportunidade para elevar a esperança e alimentar a fé.
São estes os meus votos sinceros, enquanto ser humano e psicólogo, para todas as pessoas, em especial aquelas que fazem parte do meu círculo pessoal e profissional.
Com estima,
Rui Faria da Costa,

13/04/2025

A psique.
O autoconhecimento, longe de ser mera intuição ou discurso místico, exige rigor, método e mediação técnica. Assim, a avaliação psicológica, enquanto prática científica, desvela camadas profundas da psique que o senso comum não alcança. Neste âmbito, reduzir o conhecimento de si a impressões ou frases feitas é desvalorizar a complexidade da mente humana.
O autoconhecimento, verdadeiramente, implica confronto, não conforto — pois só a escuta clínica, sustentada por instrumentos validados, pode oferecer essa travessia com ética e com a profundidade necessára.
Rui Faria Costa

12/04/2025

Os relacionamentos são como barcos em mar aberto. Há dias de céu limpo e águas serenas, em que tudo flui naturalmente.
Mas quando surgem as tempestades, a rotina, os desentendimentos e o cansaço.
É no cuidado mútuo, na escuta e no esforço partilhado que se encontra o rumo. Não se trata de evitar as ondas, mas de aprender a navegar juntos.

Promova informação baseada na evidência da ciência psicológica. Não divulgue informação Pseudocientífica. Utilize interv...
17/06/2023

Promova informação baseada na evidência da ciência psicológica. Não divulgue informação Pseudocientífica. Utilize intervenções baseadas na evidência científica. Combata a utilização das Pseudo-Terapias.

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