Gabinete de Psicologia Dr. Rui Faria da Costa

Gabinete de Psicologia Dr. Rui Faria da Costa Realização de diagnósticos, avaliação psicológica, planeamento, monitorização, intervenção psicológica e consultoria.

13/09/2025

O estudo "Investigating Correlations Between Defence Mechanisms and Pathological Personality Traits", publicado na Revista Colombiana de Psiquiatria em 2019, teve como objetivo investigar a relação entre os mecanismos de defesa e os traços patológicos de personalidade.
A pesquisa contou com uma amostra de 320 participantes, com idades entre 18 e 64 anos, sendo 70,6% mulheres e 87,5% estudantes universitários. Os participantes responderam ao Dimensional Clinical Personality Inventory (IDCP), que avalia 12 dimensões de traços patológicos de personalidade, e ao Defence Style Questionnaire (DSQ-40), que mede 40 mecanismos de defesa específicos.
Assim, os resultados indicaram diferenças significativas entre os grupos que utilizavam mecanismos de defesa maduros, neuróticos e projeção, sendo os traços patológicos de personalidade mais prevalentes entre indivíduos que recorriam a mecanismos de defesa projetiva. As análises de correlação mostraram associações positivas moderadas entre diversos mecanismos de defesa e dimensões de traços patológicos, enquanto a análise de regressão revelou que certos clusters de traços de personalidade puderam prever o uso de mecanismos de defesa, com valores preditivos variando entre 20% e 35%. Em conclusão, o estudo evidenciou que a utilização de mecanismos de defesa de projeção imatura está associada a maior presença de traços patológicos de personalidade, destacando a relevância clínica de compreender essas relações para avaliação e intervenção psicológica.
Humanizar pelo Saber.

07/09/2025
05/09/2025

O Propósito e a Gratidão! 🙏🍀
Att.
Humanizar pelo saber.

01/09/2025

Humanizar pelo saber.

28/08/2025

Aos homens (pais).
As experiências vividas na infância deixam marcas que vão muito além do campo psicológico, alcançando igualmente a biologia. A ciência tem demonstrado que situações de stress precoce podem influenciar não apenas o indivíduo, mas também a forma como os seus descendentes se desenvolvem. O estudo FinnBrain Birth Cohort, realizado pela Universidade de Turku, na Finlândia, mostrou que homens que viveram adversidade durante a infância apresentam alterações epigenéticas no es***ma. Estas alterações, observadas ao nível da metilação do DNA e da expressão de pequenos RNAs não codificantes, localizam-se em regiões associadas ao desenvolvimento cerebral, incluindo genes como o CRTC1 e o GBX2. Estes resultados sugerem que o sofrimento precoce pode deixar “pegadas biológicas” transmissíveis às gerações futuras.
Assim, é fundamental compreender que estas marcas epigenéticas não modificam os genes em si, mas a forma como eles se expressam. A metilação do DNA, por exemplo, atua como um interruptor que pode silenciar ou ativar determinados genes, influenciando o modo como o organismo reage ao stress ou regula o funcionamento do cérebro. Já os pequenos RNAs não codificantes funcionam como mensageiros que determinam quando e como os genes são utilizados.
Assim, experiências negativas vividas na infância podem condicionar subtilmente a biologia dos seus próprios futuros filhos, criando vulnerabilidades adicionais no seu desenvolvimento emocional e mental.
Não obstante, e perante estas evidências, torna-se urgente reforçar a importância de os homens (pais) procurarem apoio psicológico.
Consequentemente, o cuidado com a saúde mental não se esgota no alívio do sofrimento individual, mas representa igualmente um investimento na qualidade de vida das gerações seguintes.
Pois, ao lidar com os efeitos do trauma, o homem protege não apenas a si próprio, como também cria condições para que os filhos cresçam em ambientes mais estáveis, livres da propagação de marcas invisíveis que, de outra forma, poderiam perpetuar-se.
Assim, cuidar da mente deve ser entendido como um gesto de responsabilidade e de coragem. Neste sentido, procurar ajuda psicológica não é sinal de fraqueza, mas sim um passo consciente para quebrar ciclos de dor e abrir caminho para um futuro mais saudável. Ao tratar das suas próprias feridas, o homem (pai) contribui para um legado de maior equilíbrio emocional e resiliência, garantindo que a sua descendência não herde apenas o peso do passado, mas também a possibilidade real de viver em plenitude.
Att
Rui Faria da Costa

26/08/2025

Um dos princípios da autonomia.
Karl Popper foi um pensador austríaco do século XX, reconhecido sobretudo pela sua defesa da sociedade aberta e pela crítica aos sistemas totalitários e às ideologias que prometem um “paraíso na Terra”.
Popper olhava com grande desconfiança para os projetos que anunciavam a construção de uma sociedade perfeita. Para ele, tais projetos implicavam necessariamente uma planificação rígida e um controlo absoluto sobre os cidadãos, o que, mais cedo ou mais tarde, conduzia à repressão.
Assim sendo, o perigo de se acreditar num “paraíso terrestre” reside precisamente no facto de, em nome desse ideal, serem justificadas atrocidades contra os indivíduos e sociedades. Pois a promessa de salvação coletiva acaba por abrir espaço à tirania, transformando o sonho de perfeição num verdadeiro caos.
Foi nesse sentido que Popper estabeleceu a distinção entre sociedade aberta e sociedade fechada. A primeira caracteriza-se por instituições democráticas, liberdade individual, pluralidade de opiniões e possibilidade de crítica constante ao governo. A segunda, em contrapartida, baseia-se em dogmas, certezas absolutas e na figura de líderes que se colocam acima de qualquer questionamento. Para Popper, o verdadeiro progresso só pode ocorrer numa sociedade aberta, que avança através de pequenas reformas graduais e não por meio de revoluções totalitárias.
Assim como nenhuma teoria científica deve ser considerada definitiva e precisa estar sempre sujeita à crítica e à prova, também na política não existe sistema perfeito. As instituições devem ser constantemente avaliadas e melhoradas.
Neste âmbito, o objetivo não deve ser a construção de um paraíso inatingível, mas sim a redução do sofrimento humano e a correção contínua dos erros que inevitavelmente surgem.
De facto, a mensagem de Popper mantém-se atual: sempre que alguém promete soluções finais e perfeitas, é preciso ter cautela. Mais do que buscar a perfeição absoluta, devemos procurar sociedades abertas, flexíveis e capazes de se corrigir a si próprias. Só assim se evita transformar a promessa de um paraíso num verdadeiro inferno.
Esta mesma visão pode inspirar a psicologia. Assim como as sociedades abertas permitem espaço para crítica e mudança, também na vida individual não se deve procurar uma perfeição inalcançável, mas sim a capacidade de rever crenças, flexibilizar pensamentos e reformular comportamentos. Popper ensina-nos que não é na promessa de um “paraíso psicológico” que se encontra a liberdade interior, mas no exercício contínuo de autocrítica e de crescimento pessoal. A psicologia, nesse sentido, torna-se uma ferramenta para que cada pessoa se torne protagonista do seu próprio processo, aprendendo a alavancar as suas próprias ideias, a testar os seus limites e a corrigir os próprios erros. Assim, tal como a sociedade aberta, a mente aberta é a única via para um progresso real, humano e sustentado.
Att.
Humanizar pelo saber.

16/08/2025

A visão e a audição são processadas de forma separada.
Um estudo internacional realizado pela University of Rochester e pela University College Dublin, publicado a 15 de agosto de 2025 na Nature Human Behaviour, acompanhou mais de 300 adultos ao longo de quatro anos para compreender como o cérebro integra diferentes sentidos. Assim sendo, os investigadores descobriram que a visão e a audição são processadas de forma separada, mas acabam por se fundir no sistema motor, o que permite ao cérebro tomar decisões mais rápidas e eficazes quando os estímulos surgem em simultâneo.
Neste âmbito, estes resultados mostram que, em vez de um sentido “vencer” o outro, como se pensava, existe uma verdadeira integração que melhora o tempo de reação e a precisão da resposta.
Att.
Rui Faria da Costa

20/06/2025

Num tempo em que tantas pessoas procuram respostas em diferentes lugares, é importante parar e refletir sobre o que realmente se procura e onde se está a depositar a própria intimidade. Há uma diferença fundamental entre espaços regulados e espaços não regulados, e essa diferença não é meramente técnica: é ética, emocional e profundamente humana.
O psicólogo é um profissional que está vinculado a um código deontológico, ou seja, a um conjunto de princípios éticos e legais que orientam a sua prática. Um dos pilares desse código é a confidencialidade. Tudo aquilo que é dito numa consulta psicológica permanece dentro daquele espaço seguro. Não é comentado, não é partilhado, não é usado como matéria de entretenimento. É protegido com responsabilidade e com rigor. Esta confidencialidade não é um favor que o psicólogo faz ao cliente; é uma obrigação ética e legal, que tem como objectivo criar um espaço verdadeiramente seguro onde a pessoa possa ser quem é, sem medo, sem máscaras e sem juízos.
Quando se recorre a outras práticas, por vezes místicas ou espirituais, que não estão sujeitas a qualquer regulamentação, é importante perguntar:
quem garante que aquilo que partilho será mantido em sigilo?
Quem me protege de uma eventual exposição, interpretação abusiva ou julgamento?
Muitas dessas práticas podem ter boas intenções, mas a ausência de um quadro ético formal deixa a pessoa vulnerável. Não há garantias, não há supervisão, não há dever de reserva.
Quem anda “em todas as áreas” muitas vezes fá-lo porque carrega uma dor, uma inquietação ou uma sede de sentido. E isso é legítimo. Procurar é humano. Mas há que ter cuidado com os atalhos que apenas adormecem a dor, ou que oferecem soluções rápidas sem um verdadeiro trabalho de autoconhecimento e transformação. A psicologia não promete curas milagrosas. Não diz o que queremos ouvir, diz o que precisamos de compreender. E fá-lo com base na escuta, na ciência, na empatia, na ética e na mensuração psicológica.
Por isso, confiar num psicólogo é confiar num processo. É aceitar que o que dói precisa de tempo, de contenção e de presença para ser transformado. E isso é de um valor incomensurável. Num mundo onde tudo parece descartável e imediato, a relação terapêutica é um lugar raro: um espaço onde a tua história é respeitada, onde as tuas palavras são sagradas e onde o teu silêncio também tem lugar.
Se estás à procura de sentido, de cura ou de compreensão, talvez valha a pena escolher um lugar onde sejas verdadeiramente escutado, não apenas ouvido. Um lugar onde a tua dor não seja uma curiosidade, mas um sinal de humanidade. E onde aquilo que confias seja, de facto, reservado.

Endereço

Rua Francisco Agra, Nº 45 E 47, 1º Andar
Guimarães
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