01/11/2025
década de 1950, foi um período de grandes avanços científicos, mas também uma época marcada por fortes preconceitos de gênero.
Rosalind Franklin, uma talentosa cientista britânica, estava imersa em um trabalho revolucionário, investigando os segredos do DNA, a molécula fundamental da vida.
Em 1951, Rosalind começou a trabalhar no Laboratório King's College, em Londres, com Maurice Wilkins, um colega de pesquisa. Juntos, eles estavam estudando a difração de raios X, uma técnica poderosa para analisar estruturas moleculares. Franklin estava obcecada em decifrar a estrutura do DNA, uma tarefa desafiadora e intrigante.
Enquanto Rosalind dedicava-se incansavelmente aos seus estudos, suas relações com Wilkins eram tensas. Ele parecia não valorizar suas contribuições, tratando-a com um descaso que o preconceito de gênero da época permitia. Infelizmente, essa atitude machista prevalecia em muitos ambientes científicos da época.
A situação ficou ainda mais complicada quando Maurice Wilkins, sem o conhecimento de Rosalind, mostrou suas imagens de difração de raios X para James Watson e Francis Crick, que trabalhavam em uma teoria própria sobre a estrutura do DNA. A partir dessas imagens, Watson e Crick obtiveram pistas fundamentais que os levaram à revelação da famosa estrutura de dupla hélice em 1953.
Quando o trabalho de Watson, Crick e Wilkins foi publicado, a contribuição de Rosalind Franklin foi praticamente ignorada. Ela não foi mencionada, e suas imagens de raios X foram usadas sem o devido crédito. A injustiça e o preconceito contra Franklin eram flagrantes, mas na época, a voz das mulheres na ciência era frequentemente abafada.
Apesar desse golpe devastador, Rosalind Franklin não desistiu. Ela mudou seu foco de pesquisa e passou a estudar vírus, onde fez contribuições significativas. Ainda assim, o crédito por sua importante pesquisa no campo do DNA foi, por muito tempo, obscurecido pela sombra do machismo.
Somente nas décadas seguintes a verdadeira extensão do trabalho de Rosalind Franklin começou a ser reconhecida. Seu papel crucial na descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA finalmente veio à tona, e sua genialidade foi celebrada.
A história de Rosalind Franklin é uma poderosa lembrança dos preconceitos enfrentados por mulheres na ciência, mesmo em tempos recentes. Ainda hoje, persistem desafios para garantir a igualdade de gênero nesse campo, mas seu legado continua a inspirar mulheres cientistas a superar barreiras e fazer contribuições inestimáveis para a humanidade.