Recursos de intervenção psicológica, Psicóloga Maria Cerqueira

Recursos de intervenção psicológica, Psicóloga Maria Cerqueira Este espaço será para ficheiros e recursos do âmbito da intervenção psicológica com adultos

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07/12/2022

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Depressão nos Idosos: revisão de literatura, por Maria da Glória Cerqueira (2018)As perturbações de humor são um dos pro...
13/08/2021

Depressão nos Idosos: revisão de literatura, por Maria da Glória Cerqueira (2018)
As perturbações de humor são um dos problemas de saúde mais comuns nos idosos, sendo responsáveis pela perda de autonomia e pelo agravamento dos quadros patológicos preexistentes. De entre este tipo de problemas, a depressão é a mais frequente e está associada a um maior risco de morbilidade e de mortalidade.
A depressão é um quadro patológico cujas consequências podem ser graves e incapacitantes, podendo interferir nos aspectos mais simples da vida diária. É uma perturbação do humor de gravidade e duração variáveis, frequentemente recorrente e acompanhada por uma variedade de sintomas físicos e mentais, que envolvem o pensamento, os impulsos e a capacidade crítica, Wilkinson et al. (2005).
A associação entre depressão e qualidade de vida, por si só, justifica a prioridade de um diagnóstico e tratamento precoces (Gerritsen et al., 2011). Esta expressa-se numa ampla variedade de perturbações físicas e funcionais. Desta forma, os sinais e sintomas poderão ser precocemente reconhecidos e/ou diagnosticados.
Segundo o DSM-V, o diagnóstico de transtorno depressivo major é feito na presença de 5 ou mais dos seguintes sintomas: humor deprimido durante a maior parte do dia; interesse ou prazer diminuídos em todas ou quase todas as actividades durante a maior parte do dia; perda ou ganho ponderal significativo na ausência de regime alimentar que o justifique ou aumento ou diminuição do apetite; insónia ou hipersónia; agitação ou inibição psicomotora; fadiga ou perda de energia; sentimentos de desvalorização ou de culpa excessiva ou inadequada; diminuição da capacidade de concentração ou de pensar ou indecisão; pensamentos recorrentes sobre a morte (não apenas o medo de morrer), ideação suicida recorrente com ou sem um plano específico e tentativa de suicídio.
Estes 5 ou mais sintomas têm de ter uma duração de 2 semanas, devem representar uma alteração do funcionamento anterior e pelo menos um deles deve corresponder a humor deprimido ou perda de interesse ou de prazer em quase todas as actividades. Para além disso, devem estar presentes quase todos os dias, excepto as alterações do peso e a ideação suicida.
A gravidade e a cronicidade da depressão estão associadas a um maior risco de mortalidade. Em combinação com outros factores, o que implica uma relação causal e decorrendo-se daqui a necessidade de implementar estratégias de prevenção e tratamento da depressão tardia. (Schoevers RA, Geerlings et al. 2009). Em relação ao idoso saudável, o idoso deprimido tem o risco acrescido de reincidência de episódios depressivos.

29/07/2021

Todos nós temos na vida uma ilusão mais querida

Ontem, já à mesa, perguntei à minha mãe como me chamava e, na cara dela, uma espécie de sorriso vazio, perplexo
– Como te chamas?
em busca do meu nome, que se vai diluíndo, a pouco e pouco, em si. Repetiu
– Como te chamas?
do seu deserto interior onde apenas, numa vaga escuridão, silhuetas imprecisas, distantes, que não reconhece
– Como te chamas?
suspensa num silêncio oco. Pergunto
– Como se chama o meu pai?
os seus dedos encontram os meus no braço da cadeira
– O teu pai?
Levaram-na ao cabeleireiro porque vinham os filhos jantar, puseram-lhe um anel no dedo, um broche no peito. Quando morrer vende-se esta casa e a casa da praia, a família acaba. O meu pai e o meu irmão Pedro morreram, cada vez me sinto mais entre destroços. Dentro em pouco estaremos distantes uns dos outros, na mesma cidade e distantes. Um telefonema de vez em quanto, raros encontros, esta sombra, que foi a nossa mãe, deixará de unir-nos. De súbito pronuncia o meu nome baixinho
– António
e afasta-se de novo, marchando no seu deserto, indiferente. O
– António
dela não tem o menino que fui dentro, o eco de um eco apenas, um ventinho sem significado remexendo poeiras, os dedos roçando nos meus, pequeninos, suaves. Porque é que deixou que isto acontecesse, mãe, como se ela tivesse culpa de se ir afastando de si mesma, da gente.
– Chamo-me António e o meu pai João
e o que parece um esboço de sorriso num esboço de cara. Recordo o meu pai morto na clínica, o seu perfil indiferente. Recordo o Pedro a acender um charuto. Recordo a minha mãe a cantar
Todos nós temos na vida
Uma ilusão mais querida
Uma ilusão de amor
e não sei se me comovo. Parece-me que mais surpresa do que emoção. Era afinada, ela, gostava de a ouvir. Dava-nos injeções quando estávamos doentes, punha-nos supositórios. O suplício
– Chega-te aqui à luz
de me cortar as unhas
– Não te mexas
e o meu pânico de ficar sem dedos, a tesoura, apesar de diminuta, atroz. Medo do escuro, gritar
– Mãe
e ela, invisível, longíssimo
– Que maricas.
Lembro-me de lhe afirmar, criança
– Sou escritor, sabia?
e a minha mãe um riso divertido, ela que ria pouco, a fitar-me de cima para baixo, onde eu existia
– Já a formiga tem catarro
e, passado um bocadinho
– Escritor, imagine-se.
O meu pai, à mesa
– Com que então escritor?
A cheirar a tabaco de ca****bo e a brilhantina. Não quero perder isto, não quero perder tudo isto.
Todos nós temos na vida
Uma ilusão mais querida
Uma ilusão de amor
e, em lugar da ilusão de amor, silhuetas imprecisas, distantes. Esta não é a minha mãe, estes não são os meus irmãos, este não sou eu. E a casa, meu Deus, tão velha agora: esta não é a minha casa, é o sítio onde a minha mãe tropeça, com uma senhora a tomar conta dela e a dar-nos notícias
– Um bocadinho confusa, coitada
e não é que esteja confusa, minha senhora, eu é que não entendo. Já não existe a capoeira, já não existe o limoeiro, o quarto onde dormi tantos anos com o João, o Nuno, de babete, abraçado a um Pluto de borracha. O meu pai no escritório, ao microscópio. Ci****os às escondidas. Uma cobra no jardim. O vizinho polícia
– Tão bonitos, tão loiros
o louco sempre com gaiolas de passarinhos, a taberna na rua que conduzia ao cemitério e que se chamava Na Volta Cá Os Espero. Houve protestos e passou a chamar-se A Tradicional Da Volta, eternamente cheia de bêbedos aos gritos, aos abraços, a sentarem-se no chão.
– A maré está alta
resmungavam eles
– Hoje a maré está alta
E nós mudávamos de passeio, assustados. A mercearia do Careca. O senhor Jardim, distinto, na drogaria, tão simpático. A empregada que me roubou o fio de oiro com a medalhinha de Santo António que o meu avô me deu em Pádua. Ao protestar gritou-me
– Vá meta isso no cu da sua mãe
e eu fui. Mas o fio desapareceu para sempre, conforme o meu nome desapareceu para sempre da cabeça dela. Silhuetas imprecisas, distantes. Chamo-me António. Julgo que me chamo António, quieto no meu deserto, indiferente. Quando acabar esta crónica levanto-me e, como a minha mãe, principio a andar ao acaso, cantando para dentro
Todos nós temos na vida
Uma ilusão mais querida
Uma ilusão de amor
Enquanto um miúdo loiro me observa em silêncio, maravilhado.

António Lobo Antunes

25/07/2021

Reflexão: Se eu pudesse viver de novo

Eu teria ficado na cama quando estava doente em vez de achar que o mundo iria desabar se eu não fosse trabalhar naquele dia.

Eu teria acendido a vela cor-de-rosa esculpida em forma de flor antes que ela derretesse por estar guardada.

Eu teria falado menos e escutado mais. Teria convidado os amigos para jantar mesmo que o meu tapete estivesse manchado ou que o sofá estivesse desbotado.

Eu teria comido pipocas na sala "boa" e me preocupado bem menos com a sujidade quando alguém quisesse acender a lareira.

Eu teria escutado com mais atenção as histórias que o meu Pai contava sobre a sua juventude.

Eu teria dividido mais responsabilidades com o meu marido. Eu jamais iria insistir para que as janelas do carro fossem fechadas num dia de verão porque o meu cabelo estava bem penteado.

Eu teria gargalhado e chorado menos na frente da televisão e mais enquanto observava a vida.

Eu teria me sentado na relva mesmo que ficasse com a roupa manchada.

Eu jamais teria comprado algo apenas por ser prático, disfarçar a sujidade ou com garantia de duração por toda a vida.

Em vez de desejar que passassem logo os nove meses de gravidez, eu teria apreciado cada momento e compreendido que a maravilha que estava crescendo dentro de mim era a minha única oportunidade na vida de ajudar Deus a fazer um milagre.

Quando as minhas crianças me beijassem impetuosamente, eu jamais iria dizer: "Depois. Agora, vá lavar as mãos para o jantar". Haveria mais "Eu amo-te". Mais "Desculpa".

Porém, mais do que tudo, se eu tivesse outra oportunidade, aproveitaria cada minuto, prestaria realmente atenção, viveria intensamente.

Pare de preocupar-se com coisas insignificantes. Não dê importância a quem não gosta de si, a quem tem mais, ou quem está a fazer o quê. Em vez disso, aprecie e valorize os relacionamentos que tem com aqueles que lhe querem bem e dedique mais tempo ao que realmente a(o) faz feliz.
Bom dia.

20/07/2021

Desenvolvimento Humano no Envelhecimento - O convidado de Gabriela Moita neste programa é o psicólogo Luís Fernandes e o tema da conversa neste progra

25/03/2021

New research reveals that mindfulness can be especially beneficial for older adults. Find out how to preserve your quality of life through mindful aging.

26/02/2021
26/02/2021

Na próxima Sessão, 27 fevereiro, vamos receber o Dr. Miguel Gago, médico neurologista, para nos falar sobre as novas perspetivas da Doença de Alzheimer e a Dra. Carolina Vilano, autora do projeto «Rir Agora», com um Momento de Terapia do Riso ☺️

Contamos consigo, às 10h30? 🙏
Só tem de entrar neste link: https://zoom.us/j/7872063580

01/02/2021

Estar farto da pandemia pode ter várias explicações e não é o mesmo que ter uma depressão.

https://www.youtube.com/watch?v=cyc3LFHEz8M
23/01/2021

https://www.youtube.com/watch?v=cyc3LFHEz8M

Audio: Contos para reflectir . Dirigidos à população sénior. Um contributo ao incremento da resiliência.A hora do "Conto", é uma prática habitual, da Psicólo...

16/01/2021

" A Psicoterapia é uma viagem consciente de auto-conhecimento"

06/01/2021

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