01/10/2025
Olhar o céu é um ato de entrega. É permitir que o instante se alongue, que a pressa se dissolva e que o coração volte a lembrar daquilo que realmente importa.
As cores que se espalham acima de nós, azul profundo do meio-dia, o dourado que anuncia o fim da tarde, o violeta que se mistura à noite; não são apenas paisagens; são mensagens silenciosas, quase orações pintadas pelo próprio tempo.
Cada tom revela uma verdade: a impermanência das horas, a beleza do que muda, a delicadeza do que não se repete. Nenhum pôr do sol é igual ao outro, assim como cada momento é único. E, ao contemplar essas tonalidades, percebemos que a vida também é feita de cores que surgem e se vão, mas que, por isso mesmo, são preciosas.
O céu ensina a humildade do olhar; lembra que, diante da sua imensidão, somos pequenos, mas significantes — somos parte do mesmo tecido infinito que se estende por estrelas e horizontes. Quando nos deixamos envolver pela sua paleta infinita, o silêncio dentro de nós se amplia e nasce uma sensação de paz, como se estivéssemos em diálogo com algo maior do que nós.
Olhar o céu é mais do que contemplar beleza: é recordar que há eternidade escondida nos detalhes efêmeros.