13/09/2025
Minha mãe engravidou muito jovem, aos 16 anos, e quando minha avó soube da gravidez, a reação foi violenta. As agressões físicas que minha mãe sofreu na época deixaram marcas profundas que, de certa forma, acabaram moldando toda a minha vida.
Mas em meio a todo esse sofrimento, surgiu uma luz. Um homem, ao saber que minha mãe estava grávida, decidiu assumir a responsabilidade e me registrou como sua filha. Durante muitos anos, fui criada acreditando que ele era meu pai biológico e me sentia parte de uma família completa e amorosa.
No entanto, aos 9 anos, comecei a notar que algo estava errado. Havia uma rejeição clara vinda da família dele, e eu não entendia o motivo. Quando questionei minha mãe, ela tentou me proteger e revelou parte da história da sua gravidez precoce, mas omitiu a verdade sobre a adoção.
Aos 15 anos, acabei me apaixonando por um primo. Isso gerou revolta na família e, no meio de todo o caos, uma tia revelou o segredo que mudaria minha vida para sempre: o homem que eu chamava de pai era, na verdade, meu pai adotivo. Meu pai biológico era um dos primos da minha mãe, alguém que eu sempre conheci como tio. Essa revelação me destruiu emocionalmente e me mergulhou em uma tristeza profunda.
Minha mãe não sabia como lidar com a situação, e eu me senti perdida, presa em uma espiral de relacionamentos tóxicos e uma identidade completamente fragmentada. Não sabia mais quem eu realmente era.
Foi nesse momento que encontrei a TRG, e, pela primeira vez em muito tempo, senti uma faísca de esperança. A terapia me levou a explorar profundamente minhas emoções, enfrentar os traumas que carregava e começar a liberar toda a dor que havia me sufocado por tantos anos. O processo foi desafiador e intenso, mas cada sessão me trazia um alívio imenso.
Agora, já tendo concluído o tratamento, só posso expressar gratidão. Ainda levo comigo as cicatrizes do passado, mas elas já não me definem. Hoje, sigo em frente com confiança, pronta para escrever um novo capítulo. #