21/06/2023
cada vez mais se sabe, que sobretudo a depressão, para além de crónica, é influída por níveis de serotonina inferiores aos aceitáveis.
é biológico. não escolhe profissão, beleza, género ou estrato social.
não existe, portanto, desigualdade ou critério.
o que permanece grave, é que a problemática mental continua associada à esfera dos fracos, com pouca autonomia e necessidade de atenção extrema sobre si.
pessoas bonitas têm depressão. têm falta de auto-estima.
pessoas profissionalmente validadas têm depressão. sentem insegurança.
pessoas com bons relacionamentos têm depressão. são infelizes, sentem-se sozinhas...
espantemos-nos antes com a pouca atenção que este domínio tem merecido por parte do sistema de saúde do Estado Português.
quem tem problemática mental/emocional, paga a peso de ouro: psiquiatras, piscoterapeutas e outros.
não há comparticipação. não existe a não ser alguns valores paliativos que de nada valem.
e assim, não sendo físico, não sendo uma perna partida ou a amputação de um braço, mantém-se pouco importante.
e sem recursos financeiros, muitos se vêem escalados para acompanhamento público com sessões mensais, trimestrais ou semestrais, que nada fazem por melhorar a vida de quem sofre de distúrbio mental ou sofrimento emocional que lhes afeta o quotidiano, o bem estar, a auto-estima.
nesta esfera brutal que é a dor/transtorno mental, quando vamos prestar-lhe a devida atenção?
é que a psicoterapia foi e ainda é um privilégio que poucos têm acesso.
deixo a reflexão, que me parece essencial ao invés de tanta superficialidade, arrogância e azedume a que por aqui se dedicam.