Clínica De Reumatologia - Dr Paulo Clemente Coelho

Clínica De Reumatologia - Dr Paulo Clemente Coelho CLÍNICA DE REUMATOLOGIA

Dr Paulo Clemente Coelho

As doenças reumáticas são as mais frequentes e conduzem ao sofrimento e incapacidade.

As queixas originadas por estas doenças podem ser muito semelhantes, sendo em si mesmo as doenças muito diferentes, pelo que é necessária uma avaliação especializada para a sua definição. Na consulta de Reumatologia avaliamos sintomas e sinais da doença, para determinação de um diagnóstico e um esquema de tratamento adaptado ao doente e à doença. Entre as várias doenças reumáticas salientamos: Art

rose, Osteoporose, Artrite Reumatóide, Lupus, Esclerodermia e fenómeno de Raynaud, Síndrome de Sjogren, Tendinites e Bursites, Síndrome do Canal Cárpico, Fibromialgia, Lombalgia, Ciática e outras patologias causadoras de sofrimento, dor e incapacidade.

FIBROMIALGIA – UMA VISÃO GERAL – O DIAGNÓSTICO – O MÉDICO E A PESSOAPaulo Clemente CoelhoReumatologistaA Fibromialgia é ...
02/07/2025

FIBROMIALGIA – UMA VISÃO GERAL – O DIAGNÓSTICO – O MÉDICO E A PESSOA

Paulo Clemente Coelho
Reumatologista

A Fibromialgia é uma síndrome (conjunto de sintomas e sinais clínicos) de causa desconhecida, mas frequente, principalmente no s**o feminino. Esta síndrome é caracterizada por dor crónica difusa, mais acentuada a nível dos músculos, associada a um conjunto de alterações orgânicas funcionais (cólon irritável, bexiga espástica, etc) e, frequentemente, também a queixas de fadiga, sono de má qualidade, ansiedade e depressão. Vários estudos demonstram que as doentes com Fibromialgia têm um limiar baixo da perceção da dor e parece que também são portadoras de mecanismos a nível do sistema nervoso que amplificam e generalizam a sua consciência da dor.
Foram descritos “pontos de gatilho” a nível muscular que, quando sujeitos a pressão, produzem uma sensação exagerada de dor. A sensação de perda de memória é também frequente e pode-se interligar a um grau maior ou menor de ansiedade e depressão que participa da síndrome fibromiálgica.
Muitas doentes com Fibromialgia apresentam um estado de hiper-alerta em relação aos sintomas e sinais que as envolvem. É como se o seu corpo e mente estivessem em permanente vigília contra perigos e ameaças desconhecidas, mas interiormente temidas. São também doentes com uma tendência frequente para o perfeccionismo e uma visão da vida em que as pequenas coisas assumem proporções de dimensão exagerada em relação ao seu peso e efeito real.
Este processo de olhar negativamente para si e para o que envolve a doente fibromiálgica é designado de catastrofização, ou seja, a visão catastrófica das coisas, sentida no presente e projetada no futuro.
Esta percepção negativa de si e do mundo é potenciada frequentemente por notícias ou mensagens na internet ou na comunicação social, que mostram a Fibromialgia como uma fatalidade incapacitante inultrapassável da qual as suas “infelizes” portadoras dificilmente se poderão livrar. Querendo informar e alertar, muitas vezes com boa intenção, este tipo de descrições públicas não são mais do que um fator negativo em si mesmo para a potencial recuperação da doente fibromiálgica. Esta necessita de compreensão e não de uma vitimização, que apenas servirá para reduzir as forças que estão em si mesmo e com as quais terá que contar para inverter o processo incapacitante que a afeta.
A complexidade desta síndrome, a incapacidade funcional que geralmente acarreta e a sua elevada frequência (prevalência de 1% a 7% na população em geral, com uma predominância do s**o feminino de cerca de 10 para 1), tornam a Fibromialgia um grande desafio à “arte” de fazer medicina e à relação médico-doente.
Envolvida por uma multiplicidade de queixas, que vão muito mais além da dor corporal, a doente fibromiálgica sente-se como que “perdida” ou à “deriva” num mar imenso de sintomas e sinais corporais, sem encontrar rumo ou explicação para o seu sofrimento. Recorre assim frequentemente a meios ao seu dispor (internet e outros instrumentos de informação) que frequentemente apenas irão servir para aumentar a sua angústia e fazê-la assumir para si própria situações clínicas hipotéticas que, além de serem falsas, apenas contribuirão para exacerbar mais o seu quadro clínico e a sua infelicidade.
Na busca de respostas, a doente fibromiálgica procura as mesmas na eventual realização de exames complementares (análises, TACs, Ressonâncias, etc), os quais nunca serão, por si só, capazes de explicar a globalidade do quadro que enfrenta.
No contexto da Fibromialgia, os exames complementares são frequentemente normais, devendo sempre ser pedidos sob estrita orientação médica. Estes exames podem ser úteis para a realização do diagnóstico diferencial com outras doenças que podem dar quadros clínicos semelhantes à Fibromialgia ou para a identificação de outras patologias associadas ou concomitantes.
Às dificuldades descritas anteriormente acresce o facto de que a Fibromialgia é, frequentemente, banalizada e até menosprezada por uma parte da comunidade médica, a qual chega a colocar em causa a existência desta síndrome incapacitante. A conclusão médica de que “isso é Fibromialgia”, em vez de uma porta aberta para a recuperação do doente, surge frequentemente como um escape para a incompreensão, falta de conhecimento ou de disponibilidade para lidar com a doente portadora desta síndrome, complexa mas revertível, ou, pelo menos, com possibilidades de melhoria.
A não compreensão das características clínicas da Fibromialgia e das particularidades da doente fibromiálgica podem tornar a consulta médica num período de “tortura mútua” entre uma doente sintomaticamente hipersensível, perdida no meio de múltiplos “alertas” do seu corpo e mente, e o médico incapaz de contribuir para inverter a corrente negativista da doente que tem de abordar. Neste caso, a incapacidade médica em lidar com este problema apenas irá contribuir para o agravamento da sensação da doente de que o seu quadro clínico se afunda cada vez mais no sofrimento e na incapacidade que a afeta, sem que se obtenham respostas concretas em relação à sua situação.
Na realidade, podemos afirmar que a doente com Fibromialgia nunca poderá ser bem tratada se as suas características “especiais” não forem entendidas, partindo-se dessa compreensão para uma abordagem global, que não se resuma a um ato de mera prescrição de medicamentos, o qual, isoladamente, não será suficientemente eficaz para o alívio do quadro clínico e funcional da doente. Assim, a consulta médica e a relação médico-doente assume um papel principal na avaliação e tratamento do doente com Fibromialgia.
Cabe ao médico, alertado para as várias características desta entidade, esclarecer a doente sobre a realidade do quadro clínico, pondo de lado medos e ansiedades injustificadas e traçando estratégias que possam reverter o quadro negativo, atuando em todas as vertentes interligadas da síndroma fibromiálgica, as quais envolvem factores sociais, psicológicos e físicos.
É também importante que a doente fibromiálgica “abra a sua mente” a uma nova perspectiva da sua doença, fazendo cair as barreiras que em si mesmo levantou e que potenciam o seu sofrimento.
Sem que a doente dê uma oportunidade a si mesmo tudo estará comprometido.
O tratamento da Fibromialgia envolve métodos farmacológicos e não farmacológicos, os quais devem ser usados em conjunto, adaptando-se às características individuais de cada doente. A individualidade do tratamento é determinante, pois os diversos componentes da síndrome fibromiálgica nem sempre se expressam da mesma maneira em cada pessoa afetada.
É importante que a doente compreenda que o conjunto de medidas terapêuticas que lhe é sugerido pelo médico dificilmente irá resultar numa
melhoria significativa a curto prazo e que por vezes é necessária uma abordagem multidisciplinar, envolvendo outros profissionais de saúde.
A cronicidade e complexidade do quadro fibromiálgico exigem uma terapêutica contínua, sem mudanças bruscas e que tenha um tempo suficiente de atuação para poder expressar a sua eficácia. É frequente, devido ao enquadramento negativo daquilo que influencia a sua vida, que a doente com Fibromialgia descreia das medidas terapêuticas que lhe são prescritas, forçando a uma prática terapêutica de “arranque-paragem” sucessiva, que em nada contribui para o potencial sucesso das medidas a tomar.
Entre as medidas não farmacológicas envolvidas no tratamento da doente fibromiálgica estão: o reforço da relação médico-doente, numa atitude de compreensão e de perspetiva positiva em relação à doença; a educação acerca das características da Fibromialgia e das medidas que podem fazer reverter as suas várias vertentes negativas; a intervenção a nível psicológico tentando inverter os processos mentais que favorecem a doença; o estímulo à atividade física e mental, incluindo o exercício físico adaptado a cada situação; a mobilização em água aquecida, a qual tem capacidade relaxante muscular; medidas que possam facilitar um sono de boa qualidade (por exemplo, evitar estimulantes, como a cafeína, e horários de sono irregulares ou exageradamente fragmentados), etc. Vários fármacos podem ser utilizados no tratamento da Fibromialgia, a sua prescrição isolada ou em conjunto depende da avaliação clínica de cada caso individualmente, dependendo das características da doença, de outras patologias associadas e de eventuais condicionantes à sua utilização (exemplo contraindicações e interações medicamentosas).
A Fibromialgia, apesar de geralmente comportar-se como uma síndrome clínica incapacitante, pode ter tratamento e recuperação. O negativismo e a incompreensão, tanto dos profissionais de saúde, como dos próprios doentes, que muitas vezes giram à volta do conceito de Fibromialgia devem ser combatidos por uma atitude correta e positiva na abordagem da doente fibromiálgica.
Esperamos que tenha gostado deste artigo e que o mesmo tenha contribuído para a sua compreensão da Fibromialgia.
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Agradecemos a atenção dispensada.

Paulo Clemente Coelho
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DORES E INCHAÇO NAS ARTICULAÇÕES – SÃO OU NÃO DO ÁCIDO ÚRICO?Paulo Clemente Coelho (Reumatologista)É muito frequente as ...
23/06/2025

DORES E INCHAÇO NAS ARTICULAÇÕES – SÃO OU NÃO DO ÁCIDO ÚRICO?
Paulo Clemente Coelho (Reumatologista)

É muito frequente as pessoas responsabilizarem o ácido úrico como o causador das suas queixas dolorosas articulares ou ósseas. No entanto, esta acusação não tem qualquer tipo de fundamento na maior parte dos casos.
O ácido úrico é um elemento natural no ser humano. É, na sua maior parte, o resultado da degradação das nucleoproteínas celulares e cerca de 20% da sua circulação no corpo humano deriva da alimentação. Assim, todos temos uma certa quantidade de ácido úrico no nosso organismo.
Contrariamente ao que muitas vezes se pensa, o ácido úrico não causa dores articulares crónicas, mas sim, crises inflamatórias articulares intermitentes.
A crise articular desencadeada pela formação de cristais de ácido úrico dentro das articulações pertence ao quadro de uma doença do metabolismo que está bem estudada e que se designa, Gota Úrica.
A crise clássica de Gota Úrica caracteriza-se pelo aparecimento agudo e brutal de queixas dolorosas intensas, calor e vermelhidão, mais frequentemente numa única articulação, geralmente nos membros inferiores. Esta crise tem a duração de alguns dias, tendo tendência a desaparecer com o tempo. No caso do doente estar avisado acerca do tratamento da crise gotosa, esta pode desaparecer em algumas horas pela ingestão de anti-inflamatórios ou de um medicamento chamado colchicina.
O doente com Gota Úrica pode, após uma crise aguda, permanecer alguns meses, ou anos, sem qualquer tipo de queixa articular do mesmo tipo. No entanto, apesar de não haver sintomas, o ácido úrico continua a acumular-se no organismo, não só nas articulações, mas também em certos órgãos, como é o caso do rim, podendo originar o aparecimento de “pedra” (litíase renal) ou alterações da função renal (insuficiência renal). Além disso, pode também acumular-se na pele (tofos gotosos) e ser um fator de risco cardiovascular importante, entre outras complicações. Por isso, é essencial o tratamento durante as fases assintomáticas com um medicamento que controla os níveis de ácido úrico, chamado alopurinol, ou que outras alternativas que hoje já estão disponíveis.
Com a descoberta e o uso clínico do alopurinol, diminuíram de frequência as terríveis destruições que o ácido úrico provocava nas articulações. Tornaram-se também menos frequentes os doentes com evidentes acumulações deste produto na pele, designadas por tofos gotosos.
O doente com Gota Úrica é com frequência: jovem na altura da primeira crise (30 a 40 anos), do s**o masculino, possível consumidor de bebidas alcoólicas, às vezes obeso e, muitas vezes, tem casos semelhantes na sua família. A doença é rara nas mulheres, sendo mais frequente após a menopausa ou em doentes que fazem certo tipo de medicamentos que aumentam os níveis de ácido úrico no sangue, caso dos diuréticos.
O doente com Gota Úrica deve obedecer a alguns conselhos dietéticos e de higiene alimentar, entre eles salientamos: beber bastante água, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas (o álcool diminui a excreção renal do ácido úrico), evitar as carnes "jovens" e as de caça, evitar os espargos e os espinafres, evitar o chocolate e as conservas. Devem também evitar ingestões alimentares muito sobrecarregadas.
Deve ser salientado que os doentes com Gota Úrica sofrem muitas vezes de outras doenças metabólicas, como sejam, a diabetes e elevações das gorduras (colesterol e triglicéridos) no sangue. Estas doenças devem ser controladas para que o tratamento do doente gotoso seja considerado completo.
Em conclusão, salientamos que os quadros articulares dolorosos causados pelo ácido úrico são característicos e têm um tratamento específico. Quando as dores não se enquadram nessas características o ácido úrico deve ser "absolvido" e deve procurar-se outro tipo de causa para a doença.
Esperamos que tenha gostado deste artigo e que o mesmo tenha contribuído para a sua compreensão sobre a importância do Ácido Úrico.
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ARTRITE REUMATÓIDE – QUANTO MAIS CEDO MELHOR! Paulo Clemente Coelho – Reumatologista A Artrite Reumatoide é uma doença a...
04/06/2025

ARTRITE REUMATÓIDE – QUANTO MAIS CEDO MELHOR!
Paulo Clemente Coelho – Reumatologista
A Artrite Reumatoide é uma doença articular crónica, caracterizada pela inflamação das articulações, pela sua destruição e deformação progressiva, principalmente quando não tratada nos primeiros tempos da sua evolução.
A doença tende a permanecer durante anos, lesando a cartilagem articular, os tendões, os ligamentos e o próprio osso.
As articulações mais atingidas são as das mãos e pés, mas, qualquer articulação o pode ser, geralmente de forma aditiva (novas articulações inflamadas vão-se juntando às anteriores) e simétrica (envolve ambos os lados do corpo). O doente refere também que as articulações estão muito rígidas ao acordar (rigidez matinal) e que essa rigidez leva uma boa parte da manhã a passar. As dores podem ser predominantemente noturnas e, por vezes, são atingidos outros órgãos além das articulações (os olhos, os pulmões, o coração, o rim, a pele, etc).
O curso da doença, sem tratamento, é geralmente progressivo causando uma grande incapacidade para as tarefas do dia a dia.
A doença atinge menos de 1% da população, sendo as mulheres atingidas numa frequência 2 a 3 vezes superior à dos homens. Apesar da idade mais frequente de aparecimento ser entre os 30 e os 50 anos, a Artrite Reumatoide pode iniciar-se em qualquer grupo etário.
Trata-se duma doença provocada por uma alteração do sistema de defesa do nosso organismo, sistema imunitário, que duma forma anormal ataca elementos pertencentes ao próprio corpo.
Sabe-se que para o aparecimento desta doença contribuem fatores genéticos e outros poderão servir de “gatilho” (algumas bactérias e vírus têm sido incriminados). No entanto, a verdadeira causa da doença é desconhecida.
O diagnóstico é essencialmente clínico (sintomas e sinais), feito em consulta médica, na recolha da história clínica e observação. As análises podem também auxiliar o diagnóstico, mas devem ser avaliadas de forma prudente, pois existem doentes com Artrite Reumatoide sem grande alteração das análises e outras pessoas, pelo contrário, podem ter análises positivas e não ter a doença.
As radiografias articulares também não são um bom auxílio para um diagnóstico precoce. Na verdade, as alterações clássicas da Artrite Reumatoide nas radiografias simples podem só aparecer após alguns meses de permanência da doença articular.
Assim, salientamos que para um diagnóstico rápido da Artrite Reumatoide, numa fase prévia às destruições articulares, é o exame clínico que adquire maior relevância, sendo os exames complementares (análises, radiografias e outros) apenas auxiliadores para um diagnóstico mais preciso ou para o despiste de eventuais complicações.

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"TENHO REUMATISMO" - UMA EXPRESSÃO QUE PODE QUERER DIZER MUITA COISA E COISAS PARECIDAS, MAS MUITO DIFERENTESO termo “re...
06/05/2025

"TENHO REUMATISMO" - UMA EXPRESSÃO QUE PODE QUERER DIZER MUITA COISA E COISAS PARECIDAS, MAS MUITO DIFERENTES

O termo “reumatismo” é usado frequentemente para todo o tipo de dores ósseas ou articulares. É habitual ouvirmos dizer, “tenho reumático…”, expressão que, querendo dizer tudo, como veremos, quer dizer muito pouco. Na verdade, as doenças reumáticas são um conjunto numeroso e diversificado de entidades, expressando-se de uma forma extremamente diferente quanto à incapacidade, intensidade da dor ou mesmo quanto ao risco de vida. É assim pouco correto designá-las genericamente por “reumatismo”.
As doenças reumáticas são frequentes na nossa sociedade, como demonstram os números que se seguem referentes ao nosso país:
- 8% a 10% da população portuguesa sofre de alguma doença reumática e estes valores crescem com o envelhecimento da população.
- as doenças reumáticas são responsáveis por 20% do total de baixas e por 50% dos pedidos de reforma antecipada.
De uma forma geral simplificada, podemos dividir as “doenças reumáticas” nos seguintes grupos:
1 – Artrites
Doenças que originam uma inflamação das articulações. São de causa diversa (imunes, infeciosas, microcristalinas), são as que põem maiores questões quanto à urgência do tratamento e à possibilidade de atingirem outros órgãos do corpo além das articulações.
2 – Artroses
Frequentemente de evolução crónica, devem-se a um desgaste contínuo das superfícies articulares. O seu aparecimento é quase inevitável como um processo de envelhecimento do organismo, mas podem ser causa de dor e de incapacidade, por vezes, significativa. Contrariamente à opinião divulgada popularmente, ou mesmo por alguns médicos, esta doença tem tratamento, o qual pode retardar, ou mesmo suster, a degradação das articulações.
3 – As doenças da coluna vertebral
Pela sua frequência merecem um chamamento particular. São de todos conhecidas as dores na coluna cervical (cervicalgias) ou na coluna lombar (lombalgias). Por detrás destas queixas poderão estar processos de desgaste articular (artrose) ou de artrite (inflamação) das articulações da coluna, neste último caso o diagnóstico é necessariamente urgente para exclusão de doenças graves (ex: tuberculose da coluna e outras infeções).
4 – As doenças dos tendões
Causadas muitas vezes por esforços de sobrecarga (ex: desporto, atividades profissionais), podem também ocorrer no contexto de doenças reumáticas inflamatórias. As tendinites são geralmente muito dolorosas e incapacitantes, sendo o seu tratamento, quando devidamente aplicado, bastante eficaz e rápido no alívio do doente.
5 – A osteoporose e as outras doenças do osso
As infeções, os tumores (benignos e malignos) ou a descalcificação (osteoporose) podem ser causa de dor reumática. No caso da osteoporose a dor só existe quando ocorre uma fratura óssea, sendo muito importante tratá-la ou preveni-la antes dessa ocorrência mais grave. As mulheres são mais frequentemente afetadas por esta doença, devendo tomar atitudes preventivas ou terapêuticas tendentes a evitar a descalcificação rápida que se dá na altura da menopausa e nos anos que se seguem.
Como referimos, esta é apenas uma classificação superficial, não descriminando as mais de cem “doenças reumáticas” hoje bem individualizadas. Apesar de, na imensa maioria dos casos, as doenças reumáticas serem doenças crónicas e medicamente incuráveis, é possível minorar os efeitos e a intensidade dos problemas que provocam, melhorando a qualidade de vida daqueles que as sofrem.
Paulo Clemente Coelho – Reumatologista
(contactos: paulocoelhoreumatologia@gmail.com; tel: 218463116, 918239091)

A ARTROSE - QUANDO AS ARTICULAÇÕES SE DEGRADAMPaulo Clemente Coelho (Reumatologista)Um dos grandes erros na atitude face...
26/02/2025

A ARTROSE - QUANDO AS ARTICULAÇÕES SE DEGRADAM
Paulo Clemente Coelho (Reumatologista)
Um dos grandes erros na atitude face à Artrose, e também em relação a outras doenças reumáticas, é dizer-se que “não há nada a fazer”. Na realidade, existem medidas a tomar, as quais podem prevenir a evolução da doença e melhorar as queixas do doente artrósico, permitindo-lhe levar uma vida mais ativa e com melhor qualidade.
A Artrose (também chamada Osteoartrose, Poliosteoartrose ou Osteoartrite) é a doença crónica mais frequente, representando um dos principais problemas de Saúde Pública nas sociedades desenvolvidas dos nossos dias. Calcula-se que, após os 55 anos de idade, cerca de 80% das pessoas têm sinais de Artrose nas radiografias articulares. No entanto, muitas vezes as pessoas com alterações sugestivas de Artrose nas radiografias não apresentam queixas significativas, sendo o inverso também verdadeiro, pelo que cada doente com Artrose é um caso que deve ser analisado individualmente e não apenas por radiografias.
O que é a Artrose?
Apesar de não existir nenhuma definição simples de Artrose, podemos dizer que ela é a expressão clínica (dor e limitação funcional das articulações) do “desgaste” das articulações. As articulações móveis do corpo têm, no contacto entre as duas extremidades ósseas, um revestimento chamado cartilagem articular. A cartilagem articular funciona como um amortecedor rico em água que permite que os ossos sejam mobilizados numa articulação com o mínimo de atrito, ao invés do que sucederia se eles contactassem diretamente entre si.
Na Artrose o que sucede é que a cartilagem articular perde progressivamente qualidade e, mais tarde, chega mesmo a diminuir de espessura e a desaparecer em certas zonas, deixando o osso a descoberto. Este desgaste vai provocar um mau funcionamento da articulação e o aparecimento de dor quando esta se move.
Vários fatores contribuem para o aparecimento da Artrose, como por exemplo: a idade, a herança genética e o excesso de peso. Em certos casos, a Artrose aparece devido à existência de outra doença que altera as características habituais da articulação, como, por exemplo, uma luxação congénita da anca ou uma alteração dos eixos dos joelhos, uma inflamação anterior da articulação (artrite) que levou ao desgaste da cartilagem, neste caso a Artrose designa-se de “secundária”.
A Artrose pode atingir um número variável de articulações, sendo mais frequente na coluna cervical e lombar, nas ancas, nos joelhos e nas pequenas articulações das mãos e dos pés.
Apesar desta possível variação quanto à sua localização, a Artrose tem uma sintomatologia clínica relativamente uniforme, a saber:
- Dor: geralmente agravada pelos esforços e movimentos, e aliviada pelo repouso.
- Limitação dos movimentos articulares.
- Rigidez da articulação: a articulação artrósica, principalmente após períodos de tempo na mesma posição, apresenta uma rigidez dos seus elementos, a qual é de curta duração. O(A) doente após alguns minutos de mobilização começa a mexer melhor a articulação.
- Crepitação articular: durante o movimento da articulação com Artrose podem surgir ruídos e atritos, devidos às irregularidades da cartilagem articular.
Uma das características importantes da Artrose é que as análises ao sangue e à urina não estão alteradas devido à doença articular. Quando existem alterações nos exames laboratoriais deve suspeitar-se de outra doença reumática ou então de uma Artrose secundária.
As radiografias das articulações são importantes para o diagnóstico e também para observar a evolução da doença. Nas radiografias podem ver-se os sinais de desgaste da cartilagem articular e do sofrimento do osso, nomeadamente, pela formação dos famosos “bicos de papagaio”, clinicamente designados por “osteofitos”. Outros exames podem ser usados, como por exemplo, a TAC e a ressonância magnética.
O tratamento deve ser sempre adaptado a cada doente e implica medidas não farmacológicas (exemplo: exercícios específicos, períodos de repouso periódicos, aplicação de agentes físicos, etc) e eventual medicação (preventiva e sintomática).
Como foi dito no início deste artigo, existe sempre algo a fazer para melhorar a qualidade de vida do doente com Artrose, por maior que seja a extensão da sua doença ou a sua idade.
Esperamos que tenha gostado deste artigo e que o mesmo tenha contribuído para a sua compreensão da Artrose.
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A OSTEOPOROSE  - QUANDO OS OSSOS PARTEM (2ª parte) – TRATAMENTO E PREVENÇÃOPaulo Clemente Coelho (Reumatologista)       ...
19/02/2025

A OSTEOPOROSE - QUANDO OS OSSOS PARTEM (2ª parte) – TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Paulo Clemente Coelho (Reumatologista)
Em seguimento do artigo anterior, a propósito do tema "Osteoporose", vamos dar algumas noções acerca da prevenção e do tratamento desta entidade clínica.
Devemos salientar que algumas destas medidas (a ingestão adequada de cálcio, o exercício, etc) deviam ser adotadas desde as fases mais precoces da vida. Estas medidas preventivas podem também contrariar a tendência descalcificante do osso após o fim da terceira década de vida. Nos doentes já com o diagnóstico de osteoporose ou de osteopenia (a fase prévia à osteoporose) as medidas preventivas, só por si, podem ser insuficientes, sendo necessário complementar o tratamento com medicamentos que contrariam a perda do cálcio ósseo.
Entre as medidas preventivas principais salientam-se:
· Uma boa atividade física: andar a pé é um excelente exercício, podendo o médico do doente sugerir um programa regular de exercícios adaptados a cada caso. A natação, visto ser um exercício com diminuição da carga, não é o melhor exercício para fortalecer o osso, se bem que seja excelente para os músculos e articulações;
· Uma ingestão de cálcio adequada: sendo de salientar que o leite magro, contrariamente ao que seria de pensar, até tem mais cálcio que o leite gordo, devido a um mecanismo de concentração.
· Não fumar;
· Moderar a ingestão de álcool e de cafeína;
· Não fazer dietas exageradamente ricas em proteínas.
A prevenção das quedas é essencial, quanto mais debilitado for o osso, pois, os “ossos mais fracos” do doente osteoporótico podem tornar uma queda numa verdadeira calamidade pessoal (a fratura do colo do fémur é mortal ao fim de um ano em perto de 20% dos casos e incapacita gravemente uma boa parte dos sobreviventes). Os idosos têm com frequência problemas de saúde que favorecem o aparecimento de quedas, como por exemplo: alterações da locomoção, deficiências de visão, uso de medicamentos que afetam o equilíbrio (medicamentos para a hipertensão e para os nervos) e a existência de outras doenças crónicas. Estes problemas devem ser minorados, de maneira a não facilitarem o risco de uma queda.
O doente e a sua família podem tomar algumas atitudes no sentido de diminuir a possibilidade de queda:
· Usar uma bengala ou canadiana que dê um bom apoio à marcha, quando esta se faz com dificuldade;
· Usar de preferência sapatos com sola de borracha e instalar sistemas anti-derrapantes nos tapetes e carpetes da casa; em certos casos retirar mesmo tapetes e carpetes;
· Ter cuidados acrescidos em terrenos irregulares ou escorregadios;
· Iluminar bem a casa de forma a evitar todos os obstáculos, os quais devem ser no número menor possível;
· Instalar corrimões para apoio nas escadas;
· Instalar barras de apoio na banheira e perto dos sanitários;
· Nunca se levantar da cama às escuras e sem se sentar primeiro.
Quanto aos medicamentos usados no tratamento da Osteoporose salientamos pela sua importância:
· O cálcio e a vitamina D: os suplementos de cálcio e de vitamina D devem acompanhar todos os tratamentos farmacológicos da Osteoporose, caso a ingestão deste elemento na dieta seja insuficiente e não haja contra-indicações à sua administração. Tomados na medida certa, não implicam um aumento de risco significativo para outro tipo de calcificações do corpo, nomeadamente as do aparelho vascular.
· Outros medicamentos podem ser usados nas situações de Osteoporose, como, por exemplos, os bifosfonatos, os quais são os mais usados como tratamento farmacológico da osteoporose. Estão também disponíveis outros medicamentos, os quais devem ser usados de acordo com a avaliação personalizada do médico assistente.
De notar que o tratamento da osteoporose exige disciplina do(a) doente, porque trata-se sempre de um tratamento de longo prazo e que não depende de qualquer sintomatologia que possa guiar o mesmo. Uma clarificação deste ponto determinante é essencial para que o tratamento possa reduzir o risco de fratura, grande objetivo do tratamento anti-osteoporótico.
Esperamos que tenha gostado deste artigo e que o mesmo tenha contribuído para a sua compreensão da Osteoporose.
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(foto: Miguel Coelho)

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