25/11/2025
QUANDO OS MEUS OSSOS ENFRAQUECEM - A OSTEOPOROSE (2ª parte)
Paulo Clemente Coelho (Reumatologista)
Em seguimento do artigo anterior, a propósito do tema "Osteoporose", vamos dar algumas noções acerca da prevenção e do tratamento desta entidade clínica.
Devemos salientar que algumas destas medidas (a ingestão adequada de cálcio, o exercício, etc) deviam ser adotadas desde as fases mais precoces da vida. Estas medidas preventivas podem também contrariar a tendência descalcificante do osso após o fim da terceira década de vida. Nos doentes já com o diagnóstico de osteoporose ou de osteopenia (a fase prévia à osteoporose) as medidas preventivas, só por si, podem ser insuficientes, sendo necessário complementar o tratamento com medicamentos que contrariam a perda do cálcio ósseo.
Entre as medidas preventivas principais salientam-se:
· Uma boa atividade física: andar a pé é um excelente exercício, podendo o médico do doente sugerir um programa regular de exercícios adaptados a cada caso. A natação, visto ser um exercício com diminuição da carga, não é o melhor exercício para fortalecer o osso, se bem que seja excelente para os músculos e articulações;
· Uma ingestão de cálcio adequada: sendo de salientar que o leite magro, contrariamente ao que seria de pensar, até tem mais cálcio que o leite gordo, devido a um mecanismo de concentração.
· Não fumar;
· Moderar a ingestão de álcool e de cafeína;
· Não fazer dietas exageradamente ricas em proteínas.
A prevenção das quedas é essencial, quanto mais debilitado for o osso, pois, os “ossos mais fracos” do doente osteoporótico podem tornar uma queda numa verdadeira calamidade pessoal (a fratura do colo do fémur é mortal ao fim de um ano em perto de 20% dos casos e incapacita gravemente uma boa parte dos sobreviventes). Os idosos têm com frequência problemas de saúde que favorecem o aparecimento de quedas, como por exemplo: alterações da locomoção, deficiências de visão, uso de medicamentos que afetam o equilíbrio (medicamentos para a hipertensão e para os nervos) e a existência de outras doenças crónicas. Estes problemas devem ser minorados, de maneira a não facilitarem o risco de uma queda.
O doente e a sua família podem tomar algumas atitudes no sentido de diminuir a possibilidade de queda:
· Usar uma bengala ou canadiana que dê um bom apoio à marcha, quando esta se faz com dificuldade;
· Usar de preferência sapatos com sola de borracha e instalar sistemas anti-derrapantes nos tapetes e carpetes da casa; em certos casos retirar mesmo tapetes e carpetes;
· Ter cuidados acrescidos em terrenos irregulares ou escorregadios;
· Iluminar bem a casa de forma a evitar todos os obstáculos, os quais devem ser no número menor possível;
· Instalar corrimões para apoio nas escadas;
· Instalar barras de apoio na banheira e perto dos sanitários;
· Nunca se levantar da cama às escuras e sem se sentar primeiro.
Quanto aos medicamentos usados no tratamento da Osteoporose salientamos pela sua importância:
· O cálcio e a vitamina D: os suplementos de cálcio e de vitamina D devem acompanhar todos os tratamentos farmacológicos da Osteoporose, caso a ingestão deste elemento na dieta seja insuficiente e não haja contra-indicações à sua administração. Tomados na medida certa, não implicam um aumento de risco significativo para outro tipo de calcificações do corpo, nomeadamente as do aparelho vascular.
· Medicamentos podem e devem ser usados nas situações de Osteoporose como “fixadores” do cálcio nos ossos. Estes dividem-se em osteoformadores ou inibidores da reabsorção óssea. A sua utilização deve ser feita de acordo com a avaliação personalizada do médico assistente.
De notar que o tratamento da osteoporose exige disciplina do(a) doente, porque trata-se sempre de um tratamento de longo prazo e que não depende de qualquer sintomatologia que possa guiar o mesmo. Uma clarificação deste ponto determinante é essencial para que o tratamento possa reduzir o risco de fratura, grande objetivo do tratamento anti-osteoporótico.
Esperamos que tenha gostado deste artigo e que o mesmo tenha contribuído para a sua compreensão da Osteoporose.
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Agradecemos a atenção dispensada.
Paulo Clemente Coelho
Reumatologista (Ordem dos Médicos – 30305)
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(Doenças Reumáticas e Osteoporose)
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