26/12/2023
Crescemos sendo comparados com os outros.
A paz e a felicidade são continuamente minadas com a comparação desde a infância. Com irmãos, primos, colegas.
“Olha a tua irmã que come tudo rápido sem se queixar”
“Devias ser como o João, ele tem sempre boas notas”
“A Maria é sempre tão simpática, devias aprender com ela!”
Essas vivências, moldam a perceção do NOSSO VALOR medindo-o pelos padrões externos e não pelo que somos, na nossa unicidade.
Na escola, somos avaliados por notas, conquistas acadêmicas, incentivando à comparação com o outro.
Já agora...no dicionário de português, a definição de avaliar é :
1. Determinar o valor de.
2. Compreender.
3. Apreciar, prezar.
A comparação deixa uma marca gigante na nossa vida. A infância é onde crescem e consolidam as raízes do nosso ser adultos...
Isso pode gerar uma competição não saudável.
“Eu tenho que ser melhor do que o Luís, Maria, Hugo, Ines....” ou “como a Joana, o Manuel...”
Vou ter que sempre “mais que” alguém.
Isso vai gerar um sentido de insuficiência e incapacidade, assim como crenças limitadoras que me vão fazer perder o contacto, esquecer, da minha essência e do meu Valor único. Acredito que cada um vem aqui com um propósito e ele precisa de um olhar que saiba “apreciar e prezar” as nossas características específicas.
A ideia de que o meu valor e sucesso está intrinsecamente ligado ao meu desempenho comparativamente com os outros é uma das crenças que precisamos desconstruir.
Na educação, é essencial incentivar a aceitação e celebrar as diferenças. Ao valorizar os talentos únicos de cada criança, estamos a construir a base para uma futura geração menos propensa à armadilha da comparação, muito mais rica, livre e pacífica.
O ciclo da comparação, acompanha-nos durante a vida toda, assombrando o nosso dia a dia, fazendo-nos duvidar das nossas capacidades e dons.
Vivemos num mundo onde somos constantemente bombardeados, com vidas e pessoas aparentemente perfeitas, bem sucedidas. Assim medimo-nos constantemente com a aparente perfeição, levando-nos a duvidar das nossas conquistas e a questionar o nosso próprio valor.