24/11/2025
Há partilhas que nascem devagar, porque ainda doem. Esta é uma delas.
Na semana passada, o nosso Ewoki partiu — de forma inesperada e silenciosa — deixando um vazio que ainda estou a aprender a nomear.
E, apesar de já ter vivido muitas perdas na minha vida, este luto chegou com outra textura, outra profundidade.
Tem sido especialmente desafiante, muito pelo espaço emocional que os nossos animais ocupam na nossa constelação familiar. Mais do que família, colo, presença e amor incondicional… eles tocam lugares muito íntimos em nós ligados à dor por nunca termos sido pais. E talvez por isso a sua partida esteja a abrir um espaço tão fundo dentro de mim, aquele lugar onde dói, mas onde a vida também se revela na sua maior verdade.
Se estás a viver um luto — de alguém, de um animal, de uma relação, de um sonho, de uma possibilidade — quero dizer-te que não estás sozinho/a. Há perdas que nos atravessam sem pedir licença, e que também nos transformam de maneiras que só o tempo consegue revelar.