10/10/2025
No Dia Mundial da Saúde mental, uma reflexão
Num contexto em que a saúde mental se torna uma prioridade nas empresas — com investimentos crescentes em programas, consultas, formações e campanhas de sensibilização — importa lançar um verdadeiro desafio de reflexão. Se, por um lado, se multiplicam os recursos e o acesso à informação nunca foi tão facilitado, por outro continuam a existir sinais de cansaço, ansiedade e burnout nos ambientes de trabalho, bem como resistências à procura de ajuda especializada.
Vale a pena questionar: o que está efetivamente a funcionar nestas políticas e abordagens? Que elementos ainda não chegam onde mais são precisos? Muitas vezes, disponibilidade não se traduz em participação, seja por estigma, falta de confiança ou ausência de práticas que promovam a inclusão e o equilíbrio emocional. As lideranças têm um papel fundamental ao apoiar práticas como a escuta ativa, a promoção de modelos flexíveis de trabalho e a tomada de decisões que valorizam a saúde mental de todos os colaboradores, contribuindo para um ambiente mais aberto, acolhedor e equilibrado.
Este desafio ultrapassa o universo das empresas e interpela cada pessoa — enquanto membro da sociedade, enquanto amiga, irmã, tia ou colega. Construir ambientes verdadeiramente saudáveis passa por cultivar empatia, abrir espaço ao diálogo, apoiar e educar sobre temas de saúde psicológica. Perguntar “como ajudar?” e “como posso cuidar melhor de mim e dos outros?” são passos essenciais. Só assim podemos transformar o presente e fazer ainda melhor no futuro: tornando a saúde mental uma responsabilidade partilhada, vivida no dia a dia, e não apenas uma meta de políticas institucionais.