10/04/2025
Apetece dizer uns quantos palavrões. Daqueles muito maus. De forma muito vocal. Quando um jogo digital tem como pressuposto o incesto e a dominação masculina temos a certeza absoluta que tudo está mal. Que tudo está bem pior. Quando um conjunto de pessoas utiliza os seus cérebros para produzirem conteúdos perturbadores e perturbados, que propagam o discurso de ódio contra raparigas e mulheres, a violência contra elas, a misoginia animal e que fazem disso um conteúdo lúdico, temos a certeza que o mundo não aprende. Que não aprendemos. Que passamos o tempo a fazer posts e stories, só porque sim. Que não adiantam manifestações nem lutos nem minutos de silêncio. Que o respeito pelos Direitos Humanos das Mulheres é uma coisa de minutos, porque a violência contra as mulheres é uma coisa de séculos. Que naturalizamos. Que faz parte dos dias das mulheres. Sem piedade é o que continuamos a fazer às mulheres. Sem piedade é o que nós homens continuamos a fazer a nós mesmos: perpetuamos a nossa toxicidade, a nossa masculinidade doente. Enfim, sem piedade é a nossa PERPÉTUA BOÇALIDADE MASCULINA.