Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa

Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa Psicologia - Neurociências - Psiquiatria - Neurologia
Av. da Igreja, 68, 1º Dto. 1700-240 Lisboa Dificuldades relacionais - Conjugais, trabalho, sociais, etc.

Direcção Clínica:
Dr.ª Elsa Trigo

Directoras Associadas:
Dr.ª Alexandra Fonseca
Dr.ª Patrícia António
Dr.ª Tânia Muñoz

Psicologia:
Dr.ª Alexandra Fonseca
Dr.ª Ana Sofia Santos
Dr.ª Eneia Araújo Bexiga
Dr.ª Isabel Carrilho
Dr.ª Maria João Mendes
Dr. Nuno Pimentel
Dr.ª Patrícia António
Dr.ª Sofia Francisco
Dr.ª Tânia Muñoz
Dr.ª Vera Reynaud da Silva

Neuropsicologia:
Professor Doutor José Leonel Góis Horácio
Dr.ª Gabriela Álvares Pereira

Psicopedagogia:
Dr.ª Tânia Pereira

Psiquiatria:
Dr. Alfredo Frade
Dr.ª Ana Neto
Dr. André Ribeirinho Marques
Dr.ª Carolina Almeida
Dr.ª Elsa Trigo
Dr.ª Margarida Bernardo
Dr. Sérgio Carmenates
Dr.ª Teresa Guterres
Professor Dr. Marco Paulino

Medicina Interna:
Dr.ª Lucita Álvarez

Nutrição:
Dr.ª Joana Ávila

Terapia Familiar e Conjugal:
Dr. Nuno Pimentel

Programa de Orientação Vocacional e Profissional:
Dr.ª Eneia Araújo Bexiga



ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Intervenções terapêuticas para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de:

Dificuldades do foro psicológico e mental - Ansiedade, fobia, pânico, stress, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, transtorno bipolar, perturbações psicóticas, anorexia nervosa, bulimia, crises de voracidade alimentar - binge eating, insónia, hiperactividade, hipocondria, agressividade, etc.) Psiquiatria

Neuropsicologia

Nutrição

Psicoterapia:
A psicoterapia possibilita uma melhor compreensão da natureza humana de cada pessoa, tendo em vista alterações do comportamento e a forma como o próprio se compreende e se sente em relação a si e/ou às pessoas mais significativas. No ESPAÇO NEUROCIÊNCIAS, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO DE LISBOA os elementos da equipa dispõem de formação especializada em diversas áreas de Psicoterapia, nomeadamente Psicoterapia de Orientação Analítica, Breve Dinâmica, Cognitivo-Comportamental, Rogeriana e Familiar. As sessões psicoterapêuticas, de natureza confidencial, têm uma regularidade e frequência estipulada no início do acompanhamento, aquando do estabelecimento do contrato terapêutico, permitindo um trabalho de continuidade e de suporte. Psicologia Clínica:
A maioria das nós experimenta estados de ansiedade ou depressão, ou ainda outras emoções difíceis de explicar, em alguma altura das nossas vidas. Com frequência esses estados emocionais são naturalmente ultrapassados, sem necessidade de recorrer a auxílio externo. Porém, a sua persistência e as limitações que impõem ao acontecer de uma vida normal, exigem a consulta de um técnico especializado. A decisão de consultar um psicólogo pode decorrer de múltiplas necessidades. Avaliação Psicológica:
É uma das valências de intervenção da Psicologia Clínica. Trata-se de um processo científico de observação num espaço de tempo limitado, com o objectivo de responder a um pedido de avaliação. Pretende-se caracterizar o funcionamento global do indivíduo e o problema em particular, avaliar os recursos que este possui para a resolução de problemas, conhecer as características do meio em que se insere e as relações que estabelece. Existem diversos tipos de avaliação psicológica, ajustados às situações e finalidades que motivam o pedido: avaliação para processos de reforma ou pensão, verificação de incapacidades, psicodiagnóstico e esclarecimento do diagnóstico, avaliação cognitiva ou das funções intelectuais, avaliação da personalidade, avaliação para processos de tribunal (e.g. parecer clínico com fins judiciais, regulação do poder paternal), orientação vocacional e profissional, entre outros. Consultoria Social:
Identificação e avaliação dos problemas e necessidades de apoio social dos utentes, elaboração do respectivo plano de intervenção e acompanhamento do processo. - Prestação de informação no âmbito dos direitos e benefícios, facilitando a acessibilidade aos mesmos (preenchimento de formulários, acompanhamento a serviços, etc.) - Encaminhamento e articulação com serviços e recursos sociais (Fórum sócio Ocupacional, Centros de Dia/Convívio, Serviço de Apoio Domiciliário, Lares, Programas Ocupacionais, Escolas de Ensino Especial, etc.) Acções de Formação:
Organizamos Acções de Formação em áreas clínicas e do desenvolvimento. Os nossos formadores possuem uma vasta experiência clínica, integrados em serviços especializados do Serviço Nacional de Saúde, o que constitui uma mais-valia ao nível da qualidade da formação. Nas formações que propomos privilegiamos a articulação teórico-prática, com recurso a metodologias activas e exposição, discussão e análise de casos práticos.

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
24/10/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de ontem, 23 de Outubro de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado - "Sentir e pensar sem paredes".

Texto integral aqui:

"10 de Outubro de 2025. Dia Mundial da Saúde Mental. Dia em que tive o prazer de participar no I Encontro de Inovação e Promoção da Saúde Mental – Novos Tempos, Novos Lugares, onde se cruzaram a investigação — que acrescenta sentido ao que vivemos na prática clínica — e a prática clínica — que, ao dialogar com a investigação, acrescenta hipóteses e abre caminhos de conhecimento. O encontro, que teve lugar no Hospital CUF Tejo, em Lisboa, revelou-se um momento eclético e rico, dedicado à inovação e à promoção da saúde mental, com elevada qualidade científica. Participei na mesa “Novos Lugares em Psicologia Clínica”, onde foram apresentados três projectos clínicos inovadores que procuram promover, cada um à sua maneira, a acessibilidade a cuidados especializados mais humanizados, para além dos muros que historicamente têm limitado a nossa intervenção: o Be a Mom!, programa digital de prevenção pós-parto, da equipa da colega Maria Cristina Canavarro (Universidade de Coimbra); o iTREATOCD, modalidade digital de suporte terapêutico a doentes com Pertubação Obsessiva Compulsiva (POC), da equipa da colega Mafalda de Sousa (Universidade do Minho); e o Projecto Consulta sem Paredes, da Equipa Manicómio, do qual faço parte. A minha comunicação, “Sentir e pensar sem paredes: um paradigma psicoterapêutico”, esteve ancorada na experiência clínica de trabalhar fora de portas, em particular no âmbito da Consulta sem Paredes, em colaboração com o MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia. Neste projecto, as consultas de psicologia clínica, psiquiatria, psicoterapia e terapia familiar, ocorrem em espaços inesperados, públicos, abertos ao mundo e à criatividade, como a sala de um museu, uma biblioteca ou um jardim, onde o par terapêutico se tornam no próprio setting terapêutico e a relação se constrói no seio de um continente seguro, de intimidade e objectivos partilhados, assegurado pelo terapeuta. Nestes novos lugares ou settings terapêuticos ampliados, a relação psicoterapêutica mantém a sua profundidade e rigor ético, deontológico e científico, mas vai ao encontro das pessoas, onde elas estão — dando visibilidade, pertença e dignidade ao seu sofrimento psíquico. E isso conta. No dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) assinala o Dia Mundial da Saúde Mental, este encontro lembrou-nos uma realidade incontornável: continuam a existir demasiadas pessoas sem acesso a cuidados especializados. E como sabemos, não existe saúde sem saúde mental, nem saúde mental sem o ambiente e as relações que a sustentam. Já não basta falar do aumento contínuo dos quadros de ansiedade e depressão em crianças, jovens, adultos e idosos, cada vez mais isolados e imobilizados na sua dor, dentro de corpos que não são tocados física e emocionalmente. É necessário inovar e criar, nestes novos tempos, novos lugares de cuidado emocional. Ir para o mundo, para a rua, para fora do consultório continua a ser o mesmo desafio de outrora: criar dispositivos terapêuticos acessíveis a todos, onde a humanidade do terapeuta e da pessoa se encontram. É aqui que a investigação e a prática clínica podem dialogar e fecundar-se mutuamente, expandindo o espaço interno e externo de ambos. Trata-se, no fundo, de criar um espaço vivo, de estar presente e dar-lhe vida. Porque a saúde mental é um assunto que nos deve interessar a todos. Falar sobre ela é uma responsabilidade comum e deve ser uma prioridade — um direito, e não um luxo! A OMS define a saúde mental como um estado de bem-estar que permite a cada um de nós realizar as suas capacidades e potencial, lidar com o stress normal do dia-a-dia, trabalhar produtivamente e contribuir activamente para a sua comunidade. Em causa estão conceitos como saber lidar com as incertezas da vida, reconhecer a nossa vulnerabilidade e, simultaneamente, não perder de vista o apoio e a cooperação humana, a criatividade e o entusiasmo — ingredientes que nos tornam vivos e nascem da relação viva com os outros. “Sentir e pensar sem paredes” é, afinal, a expressão de uma clínica viva."













No mês da Saúde Mental, a Equipa do Espaço N esteve representada em duas importantes iniciativas:- o Dr. André Ribeirinh...
10/10/2025

No mês da Saúde Mental, a Equipa do Espaço N esteve representada em duas importantes iniciativas:

- o Dr. André Ribeirinho Marques e a Dra. Patrícia António no ###IV Encontro das Taipas | 9 de Outubro 2025 com o tema "Invisibilidades".
O Dr. André Ribeirinho Marques numa importante intervenção intitulada: "Quando a intimidade se torna prisão. As invibilidades da dependência da pornografia".
A Dra. Patrícia António a convocar a relação terapêutica e a humanidade do terapeuta no trabalho psicoterapêutico com pessoas que consomem substâncias intitulada: "Vulnerabilidades invisíveis: entre o ideal e o vazio".

- a Dra. Elsa Trigo , a Dra. Sofia Caldeira Santos e a Dra. Patrícia António no I Encontro de Inovação e Promoção da Saúde Mental - Novos tempos, Novos Lugares. " | 10 de Outubro no Hospital Cuf Tejo.

A Dra. Patrícia António participou na mesa: Novos Lugares em Psicologia Clínica " onde falou da sua experiência clínica a trabalhar fora de portas, concretamente na Consulta sem Paredes do Projecto Manicómio numa comunicação intitulada "Sentir e pensar sem paredes: um paradigma psicoterapêutico."

Um bem haja a tod@s!

10 de Outubro. Dia Mundial da Saúde Mental. Voltamos a partilhar este artigo da Dra. Patrícia António. Assinalar e dar c...
09/10/2025

10 de Outubro. Dia Mundial da Saúde Mental. Voltamos a partilhar este artigo da Dra. Patrícia António. Assinalar e dar continuidade sempre!

Partilhamos o mais recente artigo de opinião da Dra. Patrícia António, psicóloga clínica e psicoterapeuta, nossa colaboradora e directora associada, publicado hoje na edição semanal do Jornal de Leiria intitulado: "Saúde Mental todos os dias!"
Uma reflexão acerca do direito à saúde mental enquanto um direito humano fundamental e das dificuldades de acessibilidade aos cuidados de saúde mental que continuam a existir.
Texto integral aqui:
"Outubro passou a correr. Vi-me, de repente, a regressar a várias frentes que um ano de ausência deixou em suspenso, mas com energia e vontade de recomeçar. Outubro foi também o mês dedicado a iniciativas nacionais e internacionais a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado anualmente a 10 de Outubro pela Organização Mundial de Saúde e que oferece a oportunidade de chamar a atenção para um aspecto muitas vezes descurado e negligenciado do nosso bem-estar: E se a saúde mental fosse todos os dias?! O slogan escolhido este ano foi: “Cuidados em saúde mental para todos: vamos torná-los uma realidade!”, com o objectivo de chamar a atenção de que existem demasiadas pessoas no nosso país e no Mundo que continuam a não ter acesso a cuidados de saúde mental. Depois de quase dois anos a viver num contexto de pandemia causada pela COVID-19, muitas pessoas sofrem hoje ainda mais de depressão e ansiedade e sentem-se profundamente sozinhas e isoladas. De acordo com o estudo da CISION e do Projecto Manicómio sobre “A saúde mental nos média” publicado recentemente no Jornal Económico (2021) e que analisou dados de 2019 a 2021, o número de notícias sobre temas do foro mental mais do que triplicou face ao período pré-pandemia. Neste mesmo estudo, a CISION identificou que o Dia Mundial da Saúde Mental contribui para um maior número de notícias neste período. Fundamentalmente este dia dá-nos a oportunidade de reflectir sobre a forma como podemos melhorar a nossa própria saúde mental e ir ao encontro dos outros para lhes perguntar como se sentem. Pessoalmente estive envolvida em duas iniciativas distintas, ambas promovidas em parceria com o Manicómio e que reproduziram muito bem este movimento de ir ao encontro do outro e falar abertamente dos problemas de saúde mental que se transportam, do que se sente, como se sente e que nome tem o que realmente se sente. E assim quebramos estigmas, damos nome às coisas e falamos da nossa capacidade humana e criativa de poder enfrentar o adoecer psíquico, promovendo sentimentos internos de liberdade de ser e confiança para lidar com as diferentes experiências emocionais que a vida encerra, sinal importante de saúde mental! Foi assim no Hospital da Luz, ao participar no Webinar “Unwrap your Mind – Uma conversa sobre novas abordagens em saúde mental”. Entre nós falámos sobre como adoptar novas abordagens em saúde mental, nos serviços de saúde, nas empresas e na comunidade, onde as próprias pessoas com experiência em doença mental possam ser tidas em consideração no seu desenho. Porque são as pessoas que nos interessam e não as doenças que elas transportam, é importante priorizar sistemas de cuidados que permitam e adoptem uma abordagem baseada em direitos humanos para a promoção da saúde mental. E a boa notícia foi conhecer boas práticas que já se fazem em muitas empresas no nosso país e que vão nesta direcção. Durante a sessão foi ainda possível falar abertamente do estigma que ainda perdura e silencia na hora de pedir ajuda, de como a aculturação ainda nos empurra a considerar que a saúde mental não é assim tão importante e de como a excessiva medicalização da dor emocional nos coloca no excesso da prescrição e no défice de intervenções psicossociais e de outros contextos sociais, capazes de prevenir o adoecer psíquico, por um lado, e serem alternativas essenciais para o tratamento, por outro. Foi assim também na inicitiva do BNP Paribas “Changing the way we see mental health”, inserida na “Let´s Get Mental Diversity Week 2021”, onde fui convidada a moderar o All Abroad Book Club a propósito do livro “Minor Feelings” de Cathy Park Hong (2021) que começa assim e em letras garrafais: “MY DEPRESSION BEGAN WITH AN IMAGINARY TIC” (p.3). Dar voz à doença mental que se carrega e falar da etnia, nacionalidade e cultura que fazem parte de nós, podem tornar-se temas muito pesados quando diz respeito à qualidade e ao seu impacto na saúde mental. Cathy Park Hong arrisca tudo isso neste livro na primeira pessoa e a zanga é uma das emoções dominantes que também pudemos sentir e verbalizar durante a sessão. O estigma e o preconceito racial falam muito alto, esgotam por dentro como refere Cathy no seu livro. Tornam-se num ruido ensurdecedor na mente de quem escuta e o impede de acolher. E também na mente de quem se sente constantemente a ocupar a terra de alguém, de quem se sente constantemente posto em causa na sua identidade, nos seus próprios sentimentos e a culpa que daí advém - um dos sintomas principais da depressão. Há cada vez mais literacia em saúde mental e tem sido feito um esforço grande para comunicar adequadamente, em particular na sequência da vivência pandémica que nos trouxe uma experiência traumática colectiva ainda por cuidar. No entanto, as respostas adequadas escasseiam. Serão necessárias medidas globais para garantir que as pessoas têm acesso a cuidados de saúde mental, independentemente da região onde vivem, do nível de rendimento, da idade, da etnia ou de outros factores, para dar resposta às causas subjacentes às doenças mentais. Essas causas assumem diversas formas (e.g. trauma, solidão, pobreza, perda de emprego) e devem ser alvo de intervenções que visam melhorar as condições em que as pessoas vivem, trabalham, brincam e envelhecem. Porque só juntos podemos progredir para um mundo onde uma boa saúde mental está ao alcance de todos, todos os dias!"









Entre 15 e 17 de Setembro realizou-se o II Encontro da Região Centro de Psiquiatria e Saúde Mental no Teatro José Lúcio ...
24/09/2025

Entre 15 e 17 de Setembro realizou-se o II Encontro da Região Centro de Psiquiatria e Saúde Mental no Teatro José Lúcio em Leiria.

Este Encontro contou com a presença e participação do nosso colaborador, o Dr. André Ribeirinho Marques, médico psiquiatra e sexólogo, na mesa "Sexologia e Doença Mental", moderada pelo Dr. Nuno Gil e a Dra. Silvina Fontes.

Nesta sua comunicação abordou a relação entre incongruência de género e perturbação do espectro do autismo destacando:
- a crescente evidência científica desta co-ocorrência;
- o reconhecimento do modelo da neurodiversidade como uma lente inclusiva e das vivências;
- a necessidade de abordagens clínicas individualizadas, evitando pressuposto normativos e respeitando a diversidade de trajectórias;
- as implicações éticas e práticas para os profissionais de saúde mental: criar ambientes seguros, informados e inclusivos, onde cada pessoa possa explorar e expressar a sua identidade com o apoio adequado.

Nas suas palavras: "Reconhecer e respeitar a neurodiversidade e a diversidade de género não é apenas uma boa prática clínica - é um passo essencial para reduzir barreiras, promover bem-estar e fortalecer a aliança terapêutica."

Muitos Parabéns!




Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
18/09/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de hoje, 18 de Setembro de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado - "Dinâmicas psíquicas do conflito".

Texto integral aqui:

“Um Dia na Vida de Abed Salama. Anatomia de uma tragédia em Jerusalém” (2023), de Nathan Thrall, jornalista, analista e ensaísta norte-americano a viver em Jerusalém, resulta de um trabalho de não ficção que vai directo às nossas entranhas. Um retrato fiel do trauma individual, familiar e colectivo que se vive em Jerusalém há décadas. Li-o num fôlego, pelo ritmo emocional avassalador que comove a cada linha, a cada parágrafo, a cada página. Thrall coloca-nos lá: em cada rua, muro, posto de controlo, bairro, estrada, no seio de cada família e no conflito sangrento desta região. É impossível não nos identificarmos com os protagonistas. É impossível não recordar as imagens televisivas da minha infância e as de hoje, com a intervenção militar de Israel em Gaza — um presente dilacerante que nos entra porta adentro diariamente, esmagando e corroendo a esperança e a coragem. E isto dói. Depois desta leitura precisei de dois dias para conseguir escrever. Fiquei em suspenso, com imagens de angústia, perda, violência, separação, abuso e morte a deambularem dentro de mim, mas também com exemplos de resiliência. A dimensão do trauma e a sua transgeracionalidade em múltiplas combinações. O futuro, como será? E este presente, não será fruto de um passado irrepresentável e não elaborado? Investigações recentes mostram que feridas infligidas a uma geração podem ser transferidas para a seguinte. Não a experiência traumática em si, mas a ansiedade e a visão de mundo dos sobreviventes. No último Congresso da IPA (International Psychoanalytical Association), realizado em Lisboa sob o tema “Psicanálise: uma âncora em tempos caóticos”, o psicanalista César Merea, na sua intervenção “Extensões do narcisismo: psicanálise, guerra, clima”, sublinhou as dinâmicas inconscientes que sustentam as motivações para a guerra, que dado o seu carácter ideológico e repetitivo, é racionalizada, naturalizada e resiste à mudança. Considerou que a agressão brutal do narcisismo de uns sobre o de outros, incitados a defenderem-se, constitui o fundamento de todas as guerras — internas, familiares, sociais, políticas, económicas e mundiais. A guerra é sempre o ataque ao outro. E qualquer guerra, em qualquer parte do mundo, atinge cada indivíduo e destrói laços, provocando feridas e cicatrizes profundas que se perpetuam. E, como sabemos, a repetição de cenários de destruição e insensibilidade conduz à banalidade do mal. E, sempre que o sofrimento se torna banal, a empatia corre o risco de dar lugar à indiferença e, consequentemente, à perda da essência da nossa humanidade – a cooperação. Sobretudo quando ocorre longe de nós, porque a dor dos outros demora muito a também ser nossa. O livro de Thrall impressiona pela força expressiva em todas as vertentes: emocional, física, ambiental, histórica, política e cultural. Situa-nos muito bem naquele sistema de Apartheid tão cruel para qualquer palestiniano. O retrato é duro, porque a realidade também o é. E isto foi antes da intervenção militar em Gaza que hoje assistimos. Livro marcante, que dá nome ao inominável. Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro de Israel, em entrevista ao Expresso em 22 de Agosto, reflectiu sobre o risco da raiva que conduz cegamente à retaliação, impedindo a capacidade de dizer basta. No seu entender, esta é uma guerra ilegítima, movida por interesses políticos pessoais do actual primeiro-ministro. Quando um líder autocrático se rege pela raiva e intolerância, convicto de verdades absolutas, confunde diferença com hostilidade, alteridade com inimigo, e afirma a sua identidade destruindo a dos outros. Como disse Olmert, isso provoca “um peso enorme nos nossos ombros – ou melhor, nos nossos corações. Sentimentos de culpa e fracasso que nos consomem desde então.”
No dia em que termino este artigo, partiu de Barcelona a Flotilha Global Sumud rumo a Gaza. A bordo, três portugueses. Sumud, em árabe, significa resiliência. E como nos lembra Boris Cyrulnik, sobrevivente do Holocausto e um dos principais especialistas nesta área, a resiliência é como “um tricot que tece uma lã”: uma, do nosso mundo interior; outra, do ambiente afectivo e social que nos envolve. É uma rede de malhas que sustenta encontros e desencontros da vida após o trauma. Quando a realidade é terrível, o sonho dá-nos esperança para suportar. Adaptarmo-nos a uma realidade maléfica seria banalizar o mal."
















Setembro 2025 | RecomeçosEspaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa
08/09/2025

Setembro 2025 | Recomeços

Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa

14/08/2025
Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
14/08/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de hoje, 14 de Agosto de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado - "Psicanálise: uma âncora em tempos caóticos"











O Dr. André Ribeirinho Marques, médico psiquiatra e nosso colaborador no Espaço N,  participou no XVIII Congresso da Soc...
12/08/2025

O Dr. André Ribeirinho Marques, médico psiquiatra e nosso colaborador no Espaço N, participou no XVIII Congresso da Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual, realizado em São Paulo, integrando o workshop Parafilias.

O tema da sua apresentou intitulou-se: "Parafilias e Transtorno Parafílico: o que todo profissional de saúde precisa saber", onde apresentou os conceitos-chave, critérios diagnósticos, factores etiológicos e modelos de avaliação destas condições, sendo a perturbação pedofílica a de maior destaque, com foco na importância de uma abordagem ética e baseada na evidência científica, sensível e livre de preconceitos, mas que promovam protecção e cuidado.

Muitos parabéns! 👏👏👏

É com imensa alegria que a Equipa do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa felicita a nossa Direct...
22/07/2025

É com imensa alegria que a Equipa do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa felicita a nossa Directora Associada, a Professora Doutora Alexandra Brandão Fonseca pela excelente defesa da sua Tese de Doutoramento intitulada: "Depressão. Problemas interpessoais, resiliência e auto-regulação em mulheres", defendida no passado dia 14 de Julho de 2025, na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.

Momento de profunda aprendizagem e testemunho de uma paixão clínica e científica inabaláveis, com as quais convivemos diariamente e nos deixa radiantes de orgulho.

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
10/07/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de hoje, 10 de Julho de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado - "Da profundidade ao pragmatismo: onde a humanidade do terapeuta e da pessoa se encontram."

Texto integral aqui:
"No passado dia 17 de junho, participei no I Congresso ICAD, na mesa “Diálogos em Psicoterapia: da profundidade ao pragmatismo” — um tema que me acompanha desde sempre. A minha prática como psicoterapeuta psicodinâmica tem sido atravessada por contextos diversos e pelas histórias de pessoas marcadas por dor, trauma, desorganização e sucessivas tentativas de se reorganizarem por dentro. Em 2019, fiz em Lisboa com o colega Andrew Tatarsky a formação na abordagem da Psicoterapia Integrativa de Redução de Danos. Essa experiência foi profundamente transformadora. Acrescentou sentido ao meu trabalho e ao modo como me posiciono na intervenção nos Comportamentos Aditivos e as Dependências (CAD). Aprendi a pensar melhor o sofrimento do outro e o meu papel como terapeuta. Com o tempo, tornei-me mais humana, mais atenta, mais segura do valor de estabelecer uma relação que acolhe a pessoa onde ela está, com as suas necessidades e objectivos. Uma relação que dá espaço a dores escondidas, que durante anos só puderam ser anestesiadas. Quantas vezes ouvimos: “Dra., se eu parar, dói!”. E sabemos o que isso quer dizer. A conduta aditiva é, antes de tudo, uma defesa contra um sofrimento insuportável — uma tentativa de induzir estados emocionais que não puderam emergir naturalmente, devido a interrupções ou experiências adversas precoces no desenvolvimento. Na sua origem, podemos dizer que responde a uma necessidade legítima e humana. Por isso, não nos revemos em abordagens que impõem a abstinência como exigência inicial, sem antes oferecer um espaço relacional seguro, de escuta e significação. Importa perceber o sentido e os significados — conscientes e inconscientes — daquele consumo, naquele momento de vida da pessoa diante de nós. Escutar também o que não é dito: o tom de fundo, os silêncios, as pausas, as entrelinhas que ressoam em nós. Assim se constrói o encontro psicoterapêutico, onde sofrimento, ambivalência e desejo de mudança se entrelaçam fortemente e em combinações múltiplas. A maioria das pessoas diz-nos que consome: para obter prazer ou alívio da ansiedade; para sentir controlo, suportar perdas, atenuar memórias traumáticas; para anestesiar a dor da solidão, da rejeição, da negligência. No fundo, como refere Felicia Knoblock, trata-se de uma experiência que traduz um excesso: do insuportável e do intolerável da experiência relacional, do que é não estar lá ningém para dar colo, da presença de cuidadores alienados que desmentem ou adandonam, do que é ficar sozinho com as feridas que ficaram sem nome nem amparo. Um fardo emocional imenso que se carrega às costas e que conduz à dissociação, ao medo, ao bloqueio, à dificuldade extrema em confiar.Por isso, não nos surpreende que, no início do processo terapêutico, a pessoa resista a largar a sua “tábua de salvação”. O nosso papel não é retirar prematuramente esta defesa, mas construir um vínculo que devolva segurança, esperança e possibilidade de mudança. Ser psicoterapeuta, aqui, é escutar com ética e curiosidade, acolher o indizível e ser a primeira presença a ouvir o que antes não pôde ser dito. E a qualidade desta nova relação é um dos principais factores de sucesso terapêutico. E como também sabemos, este trabalho exige tempo — de escuta, de construção e de presença — um tempo hoje cada vez mais ameaçado pela urgência dos números e pela crise que vivemos nos cuidados de saúde mental. Neste contexto, defendemos que integrar a Abordagem Psicodinâmica com a Redução de Danos (RD) é uma resposta possível e, acima de tudo, profundamente humana. Uma prática que reconhece o valor de cada pequena mudança e que afirma a dignidade da pessoa tal como ela é. Romper com o estigma, respeitar a complexidade humana, acolher a ambivalência, sustentar o sofrimento e trabalhar com o possível — tudo isto faz parte da ética clínica que defendemos. Para isso, precisamos de equipas disponíveis para pensar, integrar e criar práticas inovadoras que incluam as pessoas nos seus contextos, e não apenas nos seus sintomas. Por trás do consumo, da apatia ou da destrutividade, encontramos histórias de dor antiga, onde o sintoma foi, muitas vezes, a única forma de sobreviver. É nesse “entre” — entre o escutar e o intervir, o interpretar e o conter — que se inscreve o nosso lugar. E é nesse espaço — entre a profundidade da escuta e o pragmatismo do cuidado — que a humanidade do terapeuta e da pessoa verdadeiramente se encontram. Trazer a RD para dentro das nossas estruturas especializadas em CAD é colocá-la ao serviço de todas as pessoas do SNS. E isso — apesar de não ser fácil — pode mesmo salvar vidas."















Contagem decrescente para o  , que contará com a presença e participação da Dra. Patrícia António, nossa Directora Assoc...
09/06/2025

Contagem decrescente para o , que contará com a presença e participação da Dra. Patrícia António, nossa Directora Associada, no dia 17 de Junho na Mesa 8 dedicada ao tema: "Diálogos em Psicoterapia: da Profundidade ao Pragmatismo"

Desejamos as melhoras felicidades para a sua participação!





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