29/09/2025
O Júlio Isidro não acaba, não vai acabar nunca. Fazem falta mais assim, tanto, tanto. Conheci-o há mais de 20 anos, ele nem se lembrará. Foi num evento de aeromodelismo, uma das suas grandes paixões. Eu tinha 19 ou 20 anos, escrevia para o jornal A BOLA, para o suplemento de Domingo, o quase poético BOLA 7. Quando me disseram que ia entrevistar o Júlio, parei uns segundos, respirei, senti um orgulho gigante. Liguei logo aos meus pais, a toda a gente. O miúdo de Guimarães ia falar com o grande Júlio. Espalhei pelo mundo. Quando falei com ele, não me desiludi nada. O Júlio real era o mesmo Júlio que eu adorava na televisão: de palavra fácil, de abraço apertado, uma pessoa a sério. Acho que há cada vez menos pessoas a sério. Ele é. Não é coisa pouca. O prémio que lhe deram ontem é tardio, mas é sobretudo justo. Ele merece todos os prémios do mundo. Já tem o maior: está vivo da cabeça aos pés, mais ainda por dentro da pele. Ama, é amado. Eis tudo. Parabéns, Júlio.