12/10/2025
O Rúben tem cinco anos e foi atropelado em Beja. Depois de estabilizado no hospital local foi transferido para a ULS , devido à gravidade do caso. Antes de chegar a Lisboa, aconteceram várias situações e obstáculos que dificultaram este transporte inter-hospitalar.
Trata-se de um caso que podia ser real. A Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos da , em colaboração com o Centro de Formação, realizou no final desta semana mais um “Curso de Transporte Neonatal e Pediátrico / TIP”, uma formação para profissionais de saúde que lidam com o transporte de doentes nesta faixa etária e que já é um sucesso a nível nacional.
Vieram de Santa Maria da Feira, Porto, Braga, Coimbra, Santarém, Caldas da Rainha e de vários pontos da região de Lisboa, sobretudo da ULS Santa Maria. São médicos, internos de pediatria e anestesiologia e enfermeiros, totalizando 24 formandos inscritos nesta XII edição.
A abordagem temática destina-se sobretudo às unidades de cuidados intensivos neonatais ou pediátricos, serviços de urgência pediátrica e emergência pré-hospitalar (VMER).
“Assumir o transporte dos doentes com a melhor garantia de segurança” é o objetivo desta formação, desenhada em Barcelona em 2002. O diretor honorário do Curso, Pedro Domínguez, que trouxe este exemplo da Catalunha, contou que exportou este formato para Portugal, após a participação do Diretor do Serviço de Pediatria Médica da ULSSM, Francisco Abecasis, na primeira edição espanhola aberta ao exterior, que aconteceu em 2011.
Durante três dias, os participantes reforçam conceitos teóricos, desde a preparação dos equipamentos, tratamentos, bancas pediátricas, metodologia dos transportes, estabilização dos doentes, que podem ser recém-nascidos ou pediátricos, mas também se deparam com a vertente prática, que evolve a mudança de camas e macas, a chegada à ambulância e o caminho até ao destino.
O caso do Rúben serviu para exemplificar o quão complexo pode ser o transporte de um doente, mas também reforçou a importância do trabalho de equipa, que nunca pode ser descurado neste contexto e que não deixa de fora nenhum elemento, incluindo o técnico de emergência pré-hospitalar, que assume por vezes um papel muito válido em todo o processo.