
28/07/2025
𝑶 𝑪𝒊𝒄𝒍𝒐 𝒅𝒂 𝑽𝒊𝒐𝒍𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒐𝒎𝒆́𝒔𝒕𝒊𝒄𝒂
𝑴𝒖𝒅𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔, 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒆𝒓𝒄𝒆𝒄̧𝒂̃𝒐: 𝒅𝒊𝒛𝒆𝒓 𝒂𝒅𝒆𝒖𝒔 𝒂̀ “𝒍𝒖𝒂 𝒅𝒆 𝒎𝒆𝒍” 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆𝒈𝒆𝒓 𝒗𝒊́𝒕𝒊𝒎𝒂𝒔 𝒆 𝒑𝒓𝒐𝒇𝒊𝒔𝒔𝒊𝒐𝒏𝒂𝒊𝒔.
🎯 Mudar a linguagem é mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos.
A persistência do termo “fase da lua de mel” para descrever uma etapa no ciclo da violência doméstica tem impactos cognitivos profundos — tanto para quem sofre, como para quem intervém.
🔍 Para as vítimas, esse termo pode reforçar a confusão emocional, alimentar esperanças ilusórias de mudança e dificultar o reconhecimento da manipulação como forma de abuso. Romantizar esse momento contribui para a permanência no ciclo de violência e para a negação dos riscos reais.
🛠️ Para os profissionais, usar um termo como “lua de mel” pode suavizar a gravidade da situação e reduzir a atenção clínica e a urgência da intervenção. Quando o vocabulário não nomeia com clareza o controlo e a manipulação em curso, abre-se margem para erros de avaliação e estratégias inadequadas.
💡 Termos como “fase de reestabelecimento do controlo” ou “fase de manipulação afetiva” provocam uma mudança no olhar: colocam o foco na estrutura de poder e na intencionalidade do agressor. Nomear de forma adequada é reconhecer o perigo, é dar clareza ao sofrimento, é proteger com mais eficácia.
🔄 Mudar o termo não é apenas atualizar o dicionário técnico — é um passo crucial na mudança cultural e institucional necessária para romper o ciclo da violência.