04/06/2024                                                                            
                                    
                                                                            
                                            Ser uma mulher, de meia idade e oficialmente gorda pelos parametros oficiais só por si, e ainda assim apreciar tanto o meu corpo, como a minha idade - na maioria dos dias - já me tornaria uma perita de experiência em relação ao Poder do Corpo. 
Ser uma pessoa curiosa e que não aceita práticamente nada sem questionar, ajuda mais. 
Ter passado os ultimos 30 anos a ouvir sobretudo mulheres a falarem de si, do que sentem e da sua relação com o corpo e cons as suas emoções alargou os meus horizontes. 
O corpo não é um artigo, nem uma comodidade, é para ser vivido e habitado. Para sentir o que sente sem vergonha. 
É através dele que sentimos o mundo, que interagimos com ele. Que dançamos, nos espreguiçamos, respiramos, fazemos amor. 
O corpo informa-nos do que precisamos, diz-nos quando é demais ou de menos e é selvagem. Não obedece a regras nem a imposições. 
Mesmo quando foi domesticado e entorpecido, continua a querer falar connosco, às vezes através da dor, da tensão, dos desconforto. 
Como seria se deixassemos de querer mudar os nossos corpos? E se em vez disso, os ouvissemos, aceitássemos e sentissemos?
Já pensaste nisto? Gostas da ideia? 
O orgulho no corpo, tal como ele é, é em si uma revolução. Um ato de amor e de rebeldia. 
O amor é em si rebeldia. Amar o nosso corpo é um primeiro passo.
O corpo não é amado porque é belo, é belo porque é amado. 
O mesmo corpo pode estar cheio de luz ou de sombra, está sempre em movimento, em transformação 
É transformado por tudo o que nos acontece e por seu lado o nosso corpo também acontece aos outros.
Os olhos dos outros transformam o nosso corpo, afetam o nosso sistema nervoso, a nossa auto-imagem. Os olhos dos outros  são espelhos em que nos descobrimos. 
Por isso, também nisto a comunidade é tão importante. E a atitude coletiva em relação aos corpos é um assunto de todos. 
Podemos não conseguir mudar o mundo como um todo, pelo menos para amanhã. Mas sem dúvida que podemos criar comunidades que se rebelam e escolhem o amor. 
É ambicioso, e isso é uma coisa boa. 
Queres ser ambiciosa connosco?
Aqui f**a o link para o evento https://www.eventbrite.pt/e/914667343647?aff=oddtdtcreator
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