Lapsis Centro Psicoterapeutico

Lapsis Centro Psicoterapeutico Somos pioneiros, inovadores mantemos uma qualidade que só quem foi, ou é nosso paciente, pode avaliar.

Na Lapsis entendemos a criança como um todo, e todas as valências que passam pela psicoterapia, psicomotricidade, terapia da fala, grupos terapêuticos consoante a idade da criança, pedopsiquiatria, terapia familiar e apoio aos pais, são colocadas ao serviço de um único interesse: o bem estar mental da criança e da família.

PORQUE NA LAPSIS ACREDITAMOS QUE SÓ PODEMOS CRESCER SE ESTIVERMOS ABERTOS A UMA APRENDIZAGEM CONTÍNUA:O tempo que se viv...
04/09/2025

PORQUE NA LAPSIS ACREDITAMOS QUE SÓ PODEMOS CRESCER SE ESTIVERMOS ABERTOS A UMA APRENDIZAGEM CONTÍNUA:
O tempo que se vive quando se aprende
Existe um tempo que os relógios não medem, tempo esse que se aprofunda e envolve, mesmo quando parece passar depressa demais. Foi esse o tempo que vivemos ao longo das 160 horas de formação iniciadas em outubro e concluídas agora em julho,
um tempo feito de encontros, descobertas e aprendizagens. A cada sessão ampliávamos os nossos horizontes e colecionávamos experiências e aprendizagens. O tempo ganha
outra medida, estávamos ali por inteiro, de corpo e mente, envolvidas nas mais variadas descobertas sobre diversos temas. Foram 10 meses de experiências “fora da caixa”.
Atividades diferentes, inesperadas, por vezes “estranhas”, que nos tiraram da zona de conforto e nos colocaram diante de novas formas de ver, de sentir e de pensar.
Foram meses que nos convidaram a questionar o mundo e a perceber que quase tudo, senão tudo pode ter mais que uma leitura e interpretação. Aprendemos que raramente a
realidade é linear e que poucas coisas são absolutas. Existe sempre outro ponto de vista, outra história por detrás daquilo que é visível. O tempo, nesses encontros, parecia
comportar-se de forma curiosa. Havia momentos em que voava, devido à curiosidade e entusiasmo das novas aprendizagens. Outras vezes, parecia abrandar, especialmente quando nos confrontávamos com nós mesmos, com emoções desafiantes, com aprendizagens que exigiam mais do que escutar, exigiam entrega e transformação.
Começámos por ouvir música, brincámos com palavras e bonecos, habitámos casas simbólicas e construímos monumentos, ideias e emoções com lego. Pintámos e
desenhámos com as mãos, com os pés e com a sensibilidade que vive em nós. Demos vida a árvores, casas e pessoas, e nelas projetámos não apenas formas, mas sentimentos, memórias e sonhos. Entre as tintas e as histórias, entre os te**es projetivos como o Rorschach e o CAT, aprendemos a olhar além do óbvio. Vimos filmes, discutimos casos, interpretámos sinais do corpo e da mente e dançámos. Aprendemos muito, especialmente com o psicodrama, onde compreendemos que o corpo também comunica, para além das palavras. A partir da leitura de livros e contos, partilhámos impressões e reconhecemos nas entrelinhas interpretações e visões diferentes das nossas. Houve
espaço para falar sobre a realidade do mundo, temas como religião e fé, questionámos os dogmas absolutos e refletimos sobre o que o mundo sente, dando lugar à dúvida e à
empatia genuína. Falámos de emoções, da sua expressão na cabeça e no cérebro.
Discutimos neurociência, alimentação, música, aprendizagem. Construímos objetos, depois analisámos como essas construções dizem tanto de nós e das crianças com quem
trabalhamos, assim como o mundo que habitamos, que nos molda e nos afeta, mesmo quando não nos damos conta.
O tempo que partilhámos transformou-nos num grupo com mais do que um propósito comum, criou-se entre nós uma ligação feita de presença, escuta e empatia.
Aos poucos, formou-se uma identidade coletiva, baseada na convivência e no reconhecimento mútuo. No final, fomos capazes de adivinhar quais as experiências que mais tocaram cada uma, como se cada percurso individual tivesse sido, de alguma forma, vivido por todas.
Esse tempo que poderia parecer longo no calendário foi breve, porque estávamos interessadas, envolvidas e o tempo deixou de ser um número. A aprendizagem que aconteceu aqui foi mais do que teórica. Foi vivida e sentida. Compreendida no corpo e
no pensamento. E isso, nenhuma cronologia consegue traduzir. Crescemos. Pensámos de forma diferente. Levámos connosco não apenas conteúdos, mas percepções novas.
Formas mais humanas, mais empáticas e mais conscientes de olhar para a criança e para o adolescente, para o outro e para nós próprios.

As estagiárias do ISPA (ISPA - Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida):
Madalena
Margarida
Mariana

Sou suficientemente bom para ser amado?Acreditamos, verdadeiramente, ser bons o suficiente para sermos amados?Essa pergu...
25/07/2025

Sou suficientemente bom para ser amado?
Acreditamos, verdadeiramente, ser bons o suficiente para sermos amados?
Essa pergunta íntima e silenciosa pode definir, em grande parte, a nossa trajetória emocional ao longo da vida. Ela tende a repetir-se tantas mais vezes quanto menos amado alguém se possa ter sentido.
A resposta tem raízes profundamente antigas — naquele tempo primordial em que a nossa mãe nos fez (ou não) sentir-nos desejados, amados, queridos, dignos de cuidado. É nesse alicerce invisível e fundamental que começamos a formar a ideia de que podemos — ou não — ser amados de verdade.
E quando, mais tarde na vida, sentimos que talvez o amor verdadeiro — aquele que nos reconhece, que nos acolhe e que nos transforma — pode nunca vir a acontecer, algo paradoxal pode emergir dentro de nós: passamos a depender, cada vez mais, da ideia de amor. É como se, diante da ausência da experiência concreta, nos agarrássemos à promessa do sentimento. Buscamos co***lo justamente naquilo que, na prática, está ausente. O amor deixa de ser um encontro com o outro e passa a ser uma construção imaginária no horizonte infinito da miragem.
Essa construção muitas vezes assume a forma da idealização. Criamos amores utópicos, perfeitos, quase míticos. Cada um pode carregar consigo a figura de uma Dulcineia, uma linda e formosa Leonor, uma Ofélia — personagens que servem mais aos nossos desejos do que correspondem a pessoas reais. Nelas projetamos tudo aquilo que sentimos faltar: compreensão total, pureza, paixão incondicional — tantas vezes cega e irracional. Essa fantasia tende a proteger-nos da realidade imperfeita das relações, oferecendo um aparente refúgio emocional onde nada falha — porque, precisamente, nada acontece.
Mas quando o amor real aparece — de forma inesperada — e sentimos que, talvez, podemos sim ser amados, somos tomados por um conflito, uma luta interna, uma dissonância cognitiva. E agora? Arrisco ou não? Troco o ideal pelo concreto? Deixo morrer o amor perfeito da imaginação por esse outro que se apresenta diante de mim — imperfeito, mas possível? Nesse momento, os sabotadores internos podem surgir com força: “Não houve a música certa”, “Tem medo de viajar de avião”, “Só lê revista de moda em vez de Shakespeare” — qualquer motivo serve para afastar o risco.
Ao tentarmos trazer esse amor idealizado para o mundo concreto, somos forçados a encarar um desconforto inevitável: o outro nunca corresponderá totalmente à imagem que criamos. E quanto mais investimos na perfeição do nosso amor imaginado, maior será o choque com a realidade. Essa colisão entre fantasia e realidade gera uma dissonância cognitiva profunda — um embate entre o que gostaríamos de acreditar e o que realmente vivemos.
É nesse ponto que surgem as verdadeiras decisões. Seguimos nutrindo o ideal, intocável e irrealizável, ou abrimos espaço para o amor real — imperfeito, sim, mas também presente, renovável e capaz de se transformar, a cada momento, em algo belo, criativo e fecundo para mim, para o outro e para a própria relação?
Importa, então, que essa transformação aconteça em três níveis: no “eu”; no “outro” — como alguém separado de nós e não parte de nós; e na “relação” — onde todos possam crescer dentro dela.
No fundo, tudo retorna à pergunta fundamental: será que podemos vir a ser amados — exatamente como somos?

Dr. Paulo Nuno Pereira
Dr. Bernardo Corrêa d'Almeida

Imagem de Hello Cdd20 por Pixabay

EDUCAÇÃOSerá que os Países Baixos, a Finlândia e o Japão, entre outros países, estão errados nos seus modelos educativos...
17/07/2025

EDUCAÇÃO
Será que os Países Baixos, a Finlândia e o Japão, entre outros países, estão errados nos seus modelos educativos? E estaremos nós no caminho certo? A resposta é não. Estes países adotam princípios educativos centrados no aluno, na valorização do bem-estar, na confiança nos professores e numa abordagem pedagógica que coloca a pessoa no centro.
A Finlândia, por exemplo, aposta num sistema equitativo, com menos exames e mais tempo para aprendizagens pautadas pelo significado. Os Países Baixos incentivam a autonomia das escolas e respeitam os ritmos individuais de cada aluno. O Japão, por sua vez, alia exigência académica a um forte espírito de comunidade e à educação para os valores.
Embora existam críticas — como a alegada falta de exigência ou dificuldades na transposição desses modelos para outras realidades e contextos— os resultados destes países, tanto a nível académico como humano, são largamente positivos. Pois bem, o erro não está seguramente nesses modelos, mas sim na tentativa de os copiar sem as devidas adaptações a outras realidades. Com efeito, a verdadeira aprendizagem passa por refletir sobre os seus princípios e traduzi-los com coerência para os nossos contextos.
Em Portugal, os avanços das últimas décadas são inegáveis: melhorias nos resultados internacionais (ainda que haja alguma ambiguidade nesses resultados, já que o essencial é a aprendizagem efetiva e não apenas indicadores que podem ser mais ou menos representativos e quantitativos), redução do abandono escolar e investimento em infraestruturas. No entanto, persistem desafios como o excesso de conteúdos, a centralidade dos exames, a burocracia, a competição entre alunos e a desvalorização da profissão docente. Em abono da verdade, o sistema continua muito marcado por uma lógica de controlo e resultados, em vez de uma visão centrada no desenvolvimento integral dos alunos.
Para continuarmos a avançar, precisamos de uma escola mais humana, que promova a criatividade, a empatia e o pensamento crítico. Uma escola que confie nos professores, que dignifique a sua missão essencial e valorize verdadeiramente o papel do aluno. E, acima de tudo, uma escola baseada na cooperação — entre docentes, alunos, famílias e comunidade. Educar é um processo comunitário, e só com mais colaboração, respeito e visão partilhada construiremos uma escola verdadeiramente transformadora.
Dr. Paulo Nuno Pereira
Dr. Bernardo Corrêa d'Almeida

Entre Saberes e Descobertas — Um Olhar IntegralFoi um encontro notável — mais de três horas de um diálogo frutífero entr...
08/07/2025

Entre Saberes e Descobertas — Um Olhar Integral
Foi um encontro notável — mais de três horas de um diálogo frutífero entre saberes. Um teólogo profundamente crente na humanidade, um psicólogo conhecedor das profundezas da dignidade humana, e um homem das ciências da lógica e da física. Uma tarde em que os três nos mostrámos abertos ao próprio saber e ao saber do outro, trilhando juntos um caminho em direção a um conhecimento mais integrado.
De fato, somos constituídos por múltiplas dimensões. Somos corpo, emoção, pensamento, linguagem, física, história. E, para além de tudo isso, há em nós algo que se abre ao mistério — àquilo que transcende, que não se mede por fórmulas, nem se encerra no discurso.
É precisamente por isso que o diálogo entre saberes se torna necessário. O ser humano é, por natureza, um ser inteiro — reduzi-lo a uma única dimensão é empobrecê-lo. Quando a psicologia encontra a física, quando a química dialoga com a espiritualidade, emerge um saber mais vivo, mais próximo da experiência humana — mais próximo daquilo que realmente somos.
Para que isso se torne possível, a comunicação entre as áreas do conhecimento é fundamental. Sem diálogo, cada campo corre o risco de se fechar sobre si mesmo, afastando-se da realidade concreta das pessoas e do próprio conhecimento. A interdisciplinaridade, nesse sentido, constitui uma das poucas abordagens capazes de preservar a complexidade da mente e da existência humanas, sem reduzi-las ou inferiorizá-las na sua própria dimensão.
Nenhum ser humano vive isoladamente — assim como nenhuma disciplina consegue, sozinha, oferecer respostas plenas. É no encontro, na escuta mútua, que ampliamos nosso olhar e nos aproximamos de realidades que, isoladamente, permaneceriam inacessíveis. Não como quem defende verdades prontas e absolutas, mas como quem está disposto a aprender consigo e com os outros.
Ora, as universidades existem, antes de tudo, para aprendermos — e não apenas para ensinarmos. Parafraseando Sócrates: “Não podemos ensinar nada a ninguém; podemos sim fazê-los pensar.” Essa visão ressoa profundamente em nós. Saber ouvir, perguntar, acolher a dúvida — tudo isso faz parte do que nos torna humanos.
É nessa abertura que acreditamos: na possibilidade de que cada saber (inclusive os não académicos) contribua para um todo maior, e que, juntos, nos ajudem a compreender melhor quem somos — corpo, emoção, pensamento e mistério. Em síntese, a comunicação e a interdisciplinaridade não são apenas caminhos para o conhecimento: são expressões fundamentais da nossa própria condição humana — uma condição da qual temos sido gradualmente afastados pela excessiva e isolada especialização das ciências.
Dr. Paulo Nuno Pereira
Dr. Bernardo Corrêa d'Almeida

04/07/2025

Estamos a recrutar 2 terapeutas da Fala:

1 vaga a tempo inteiro para Lisboa; contrato sem termo; oferecemos salário base atractivo de acordo com a especialidade; ajudas de deslocação; formação anual na área de especialidade escolhida pela(o) terapeuta; prêmio anual por cumprimento de objectivos.

2 vaga em part time para Lisboa e/ou Loures em regime de prestação de serviços.

Enviar CV para: lapsislisboa.coordenacao@gmail.com
N°telm: 963 000 478

Somos pioneiros, inovadores mantemos uma qualidade que só quem foi, ou é nosso paciente, pode avaliar.

03/07/2025
LiberdadeNão basta ter asas. É preciso aprender a voar. A bem da verdade, aprender implica, muitas vezes, errar. É o pro...
03/07/2025

Liberdade
Não basta ter asas. É preciso aprender a voar. A bem da verdade, aprender implica, muitas vezes, errar. É o processo conhecido como aprendizagem por tentativa e erro. O verdadeiro problema, paradoxalmente, não está no erro em si, mas na incapacidade de aprender com ele. Pior ainda: ao invés de amadurecermos, podemos tornar-nos mais intolerantes, menos capazes de lidar com a frustração — e com a própria possibilidade de falhar.
Veja-se, por exemplo, a dramática experiência de quem, após sair de uma relação abusiva, acaba, pouco tempo depois, por entrar noutra igualmente destrutiva e abusiva. O erro repete-se, não por ignorância pura ou coincidência de um qualquer destino, mas porque ainda não se aprendeu verdadeiramente com ele. Haverá, talvez, um trauma a ser trabalhado — e esse trauma exerce poder sobre a pessoa como um atractor silencioso, mas persistente.
Deste modo, se, por um lado, o erro pode ser uma porta para o crescimento, uma oportunidade de resolver feridas antigas, por outro, pode tornar-se uma porta insistentemente fechada — ou que se abre sobre sucessivas portas fechadas — um padrão repetido que sabota a própria experiência e a possibilidade de voar, de conquistar a liberdade de aprender com o erro.
Importa, pois, tentar. E, errando, aprender a voar.
Um dos maiores males, talvez, resida nas punições e proibições sociais que não concedem à pessoa o espaço necessário para aprender por si mesma — inclusive para errar. Em outras palavras: para conquistar o voo autónomo.
Veja-se, por exemplo, o caso das crianças e jovens de hoje. São muitas vezes condenados pelo uso do telemóvel como se fossem criminosos de guerra. No entanto, foram vítimas de abandono, de silêncios, de uma liberdade cerceada — precisamente por aqueles que agora os julgam: escolas, pais, professores, ministros. Cresceram em tempos de privação — de atenção, de brincadeira, de liberdade.
E o resultado? Um aumento generalizado da incapacidade de lidar com a frustração. Ao menor erro, parece que o mundo desaba.

Dr. Paulo Nuno Pereira
Dr. Bernardo Corrêa D'Almeida

O homo complexus versão mais avançada até agora do homem que era um homem culto, sábio, que utilizava a intuição, a auto...
29/05/2025

O homo complexus versão mais avançada até agora do homem que era um homem culto, sábio, que utilizava a intuição, a auto organização,  está claramente a perder por KO para o homo tecnhus que também caminha rapidamente para o homem máquina, este homo tecnho foi convencido de que tem um poder imenso só por saber lidar com a tecnologia, mas para isso é preciso definirmos o que é a tecnologia e para que serve a tecnologia, o homem tecnológico é um homem que utiliza ferramentas digitais porque até as ferramentas analógicas já não sabe como trata-las muito menos as ferramentas da sobrevivência, essas perdeu-as totalmente, como ir á pesca, plantar umas couves, umas batatas regar as laranjeiras, fazer excertos em árvores, fazer a pisa do vinho, escrever, escrever é também já uma forma muito analógica de vida para esta nova geração e pensar também. Fazer bom uso da metáfora, da parábola, do simbólico, é algo que as novas gerações vão perdendo com uma rapidez brutal. O homo tecnhus deixa que controlem toda a sua vida a partir de algoritmos e câmaras de vigilância em cada esquina, em cada praça, em cada rua, tudo em nome da segurança e do bem estar. Somos tão felizes por mandar vir um almoço e um jantar através do telemóvel.

(Continuação nos comentários)

O homo complexus versão mais avançada até agora do homem que era um homem culto, sábio, que utilizava a intuição, a auto...
28/05/2025

O homo complexus versão mais avançada até agora do homem que era um homem culto, sábio, que utilizava a intuição, a auto organização, está claramente a perder por KO para o homo tecnhus que também caminha rapidamente para o homem máquina, este homo tecnho foi convencido de que tem um poder imenso só por saber lidar com a tecnologia, mas para isso é preciso definirmos o que é a tecnologia e para que serve a tecnologia, o homem tecnológico é um homem que utiliza ferramentas digitais porque até as ferramentas analógicas já não sabe como trata-las muito menos as ferramentas da sobrevivência, essas perdeu-as totalmente, como ir á pesca, plantar umas couves, umas batatas regar as laranjeiras, fazer excertos em árvores, fazer a pisa do vinho, escrever, escrever é também já uma forma muito analógica de vida para esta nova geração e pensar também. Fazer bom uso da metáfora, da parábola, do simbólico, é algo que as novas gerações vão perdendo com uma rapidez brutal. O homo tecnhus deixa que controlem toda a sua vida a partir de algoritmos e câmaras de vigilância em cada esquina, em cada praça, em cada rua, tudo em nome da segurança e do bem estar. Somos tão felizes por mandar vir um almoço e um jantar através do telemóvel.

Isto não é mau por si, o que é mau é o Homem perder a sua capacidade complexa, perdemos o homo complexus, que seria um Homem que utilizaria a tecnologia para desenvolver o pensamento e com capacidade de por a economia ao serviço de todos, ao serviço do planeta, nossa Casa Mãe (que estamos a destruir a uma velocidade vertiginosa, com uma fúria extraordinária), a economia e todo o saber, a medicina, a ciência, a engenharia, tudo. Posso estar errado mas creio que este assalto do homo tecnhus ao homo complexus começou no final do século passado, príncipio deste século, não consigo perceber muito bem porquê , mas a única explicação que encontro é talvez a inveja dos que pouco ou nada sabiam, pouco ou nada contribuíam para a evolução. Inveja do Homem que sabia, porque se quisermos há três ou quatro formas de homens ricos, há os homens ricos em dinheiro e em sabedoria, há os homens ricos em dinheiro, há os homens ricos em sabedoria, e os homens que fingem ser ricos e que cultivam um ódio ao conhecimento, como se isso conseguisse mascarar a sua própria ignorância, sei que estou talvez a fazer um sermão aos peixes como o Padre António Vieira, que se cansou de pregar para os homens e pelos homens. O Homo complexus foi traído até ao nível onde ele devia reinar, foi substituído pelo homo tecnhus, como por exemplo no ensino médio e superior, agora é verdade que fazemos teses de doutoramento que repetem o pouco que já se sabe: proíbem a inovação, o pensar, o sair da caixa, tudo isso é marginalizado, mas mais grave do que isso é que de facto , há 40 ou 50 anos, se apresentassem um trabalho com estas teses não eram sequer aceites num curso regular, antes exortava-se a s pessoas a pensar, era proibido escrever menos de 30 ou 40 linhas por resposta e não podiam ser desprovidas de pensamento, agora tudo o que tiver mais de 10 linhas é descontado. O Homem caminha assim para os radicalismos bacocos e sem pensamento que nos dominam.

Paulo Nuno Pereira

O Apagão e o AbraçoO apagão, de certo modo, é o oposto ao abraço — no campo da energia, são forças contrárias. O apagão ...
12/05/2025

O Apagão e o Abraço
O apagão, de certo modo, é o oposto ao abraço — no campo da energia, são forças contrárias. O apagão interrompe, corta, silencia. O abraço, por sua vez, transmite: dá e recebe, acolhe e expande. E o que nasce desse gesto vai além da troca — é multiplicação. Ambos ganham, ambos se elevam.
Curiosamente, foi preciso um apagão para que voltássemos a ver as crianças a brincarem nas ruas, para que vizinhos de tantos anos trocassem finalmente palavras demoradas, para que as pessoas se reunissem ao redor de um rádio, redescobrindo o valor de estar junto.
O que aconteceu foi mais do que a ausência de luz. Foi o despertar da sinergia — o encontro entre pessoas, entre afetos, entre energias que pouco ou nada se conectavam. Um reencontro com o essencial. Com aquilo que, no fundo, sempre esteve ali, apenas esperando um abraço.
Mas o apagão também trouxe à tona o medo: o medo de ficar sem comida, sem dinheiro, sem comunicação. Medo de estar só. De não saber como descer do décimo primeiro andar ou para ele subir. De perceber que as seguranças em que confiávamos talvez fossem ilusórias. É certo que muitas pessoas vivenciaram serias dificuldades.
Também é verdade que naquele silêncio forçado, floresceu algo inesperado. No corte da energia, emergiu uma outra força — humana, sensível, presente.
Foi quase um apocalipse. Não no sentido de um fim terminal, mas de revelação. Uma espécie de desvelar: o quanto somos pequenos, frágeis. O quanto nos achamos grandes — e o quão rápido tudo pode desaparecer. Mas também o quanto podemos ser fortes e o quanto somos imensamente humanos. Mesmo no escuro, experimentámos o infinito valor do encontro. Afinal a luz brilha mesmo nas trevas!
Curiosamente, alguém me contava que, mesmo com pouca bateria no telemóvel, escolheu partilhar a sua pouca luz — literalmente — ao descer as escadas com um grupo de pessoas envoltas numa quase escuridão. Aquele pouca luz contrastou com a intensidade que trazia por dentro.
À porta do edifício que nos conduziu à rua, uma das pessoas, no meio do apagão, começou a conversar, a perguntar: “Para onde vão?” E ali, entre desconhecidos, ofereceu boleia. Disse: “Eu vou...”
O carro, cheio de gente e de luz, partiu como se fosse um abraço em movimento. Um gesto simples, mas profundo, que iluminou mais do que a escuridão do momento: iluminou vínculos, confiança, cuidado.
E, no meio do apagão, reencontramos a luz de um abraço.
Dr. Paulo Nuno Pereira
Dr. Bernardo Corrêa D'Almeida

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Na Lapsis entendemos a criança como um todo, e todas as valências que passam pela psicoterapia, psicomotricidade, terapia da fala, grupos terapêuticos consoante a idade da criança, pedopsiquiatria, terapia familiar e apoio aos pais, são colocadas ao serviço de um único interesse: o bem estar mental da criança e da família.