
03/09/2025
Mães perfeitas estão sempre prontas para os seus filhos. Sempre presentes e disponíveis. E sempre, é sempre. Todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos e segundos.
Mães perfeitas colocam as crianças em primeiro lugar, sempre. E sempre, é sempre.
Mães perfeitas deixam todas as refeições prontas e a casa arrumada. A cozinha organizada e a roupa dos filhos pronta para o dia seguinte. Todos os dias. Sempre. E sempre, é sempre.
Mães perfeitas sorriem sempre que alguém as aborda. Há um brilho que parece surgir-lhes da alma, sempre. E sempre é.... sempre.
Mães perfeitas não têm nódoas na roupa, nem deixam os seus filhos ter. Acordam todos os dias os filhos com beijos e abraços, e à noite, lêem sempre uma história antes de os adormecer. Arrumam o que f**a desorganizado e deitam-se plenas com a sensação de que tudo foi feito.
Acordam no dia seguinte, prontas para mais um dia de peripécias com os seus filhos, já com um sorriso de orelha a orelha, tranquilas porque sabem que o que vier é uma benção, e acompanham esta plenitude com um pequeno-almoço saudável logo pela manhã, pronto a ser servido. Sempre.
Mães perfeitas cuidam a toda a hora, sem se queixarem. Demonstram-se sempre disponíveis, sempre presentes. Fazem aquilo que é recomendado por todos os especialistas. Ouvem tudo, lêem tudo. Têm as respostas e as teorias na ponta da língua.
Mães perfeitas fazem tudo isto e muito mais.
Mães perfeitas não sofrem, não mentem, não julgam, não se irritam, não batem, não se isolam, não magoam, não reclamam, não se revoltam, não demonstram tristeza, não se descuidam, não sentem raiva, não imaginaram como seria um dia se não tivessem sido mães, não desejam esporadicamente uma vida diferente, não adoecem, não se mostram indisponíveis, não se priorizam, não se amam mais do que aos próprios filhos, não erram, não existem. Sim, é isso mesmo, mães perfeitas - estas mães perfeitas - não existem.
A realidade é imperfeita, espontânea, vulnerável, inclusive, na maternidade.