31/10/2025
Samhain — A Morte do Deus
Celebrado a 31 de outubro no hemisfério Norte e a 1 de maio no hemisfério Sul, marca o Ano-Novo das Bruxas.
É um dia sagrado conhecido por muitos nomes — sendo talvez o mais popular o Halloween.
Mas, para nós, Filhos da Terra e da Magia, Samhain é sobretudo a festa em que honramos os nossos ancestrais e todos os que já partiram para o País do Verão.
Nesta noite sagrada, o véu que separa o mundo material do espiritual torna-se mais ténue, permitindo um contacto mais profundo com aqueles que caminham do outro lado. É também o tempo de celebrar a última colheita e de nos prepararmos para o recolhimento do Inverno.
O poder da magia sente-se no ar.
O Outro Mundo toca o nosso, enquanto o Sol se despede e o crepúsculo envolve a Terra.
As almas daqueles que partiram tornam-se mais próximas, sussurrando através do vento e do fogo.
Samhain assinala o ápice do Outono — o tempo em que o frio cresce, as folhas caem e a natureza se despede da luz. O Sol enfraquece, as sombras alongam-se, e a Terra entra em repouso.
Entre os antigos povos da Europa, este era o momento da última colheita, em que se preservava alimento e se honrava o ciclo da vida e da morte.
Nesta noite, o Velho Rei morre, e a Deusa Anciã chora a sua partida.
O Sol encontra-se no seu ponto mais baixo no horizonte — um símbolo do fim de um ciclo e do início de outro.
Para os antigos Celtas, Samhain representava a fronteira entre o Verão e o Inverno, o fim e o começo, o fechar e o renascer.
É o tempo ideal para honrar os mortos — quando os véus entre os mundos se abrem, permitindo que os que partiram e os que estão a reencarnar atravessem os portais sagrados.
Os Portões das Sidhe estão abertos, e tanto humanos como fadas caminham livremente entre os mundos.
Em Samhain, o Deus morre, mas a sua essência renasce como a centelha de vida no ventre da Deusa.
A morte dá lugar à renovação — as plantas adormecem, os animais recolhem-se, e o Deus transforma-se no Senhor da Morte e das Sombras.
Este é também um festival do fogo, a entrada na parte sombria e silenciosa da Roda do Ano.
As fogueiras são acesas para iluminar o caminho dos espíritos, guiando-os até ao Outro Mundo — o País do Verão.
Samhain é, acima de tudo, um tempo de memória e amor.
Reunimo-nos para honrar os nossos antepassados, recordando com gratidão as suas vidas e bênçãos.
É tradicional realizar uma ceia em silêncio, deixando um lugar à mesa para aqueles que já partiram, e oferecendo-lhes alimento e presença, como se ainda partilhassem connosco o pão e o fogo.
Para quem celebra sozinho, é costume deixar alimentos à porta de casa, em homenagem aos familiares e amigos que habitam o mundo espiritual.
E, por fim, uma vela acesa à janela — símbolo da luz que guia as almas no seu caminho entre os mundos, para que encontrem paz e regresso à sua morada de luz.
Que assim seja 🙏🍂