
05/09/2025
Suavizar para Sentir
A minha professora e mentora repete, como um mantra sagrado:
“Suaviza a mandíbula.”
Palavras simples, mas que ecoam fundo.
Recordo-as todos os dias na minha prática pessoal,
como quem acende uma vela no escuro para não se esquecer do caminho de volta a casa.
O impulso de compreender, de agarrar a vida com força —
é tão humano, tão natural…
Mas há um momento em que esse esforço já não serve.
Quando chega a hora de render ao desconhecido,
de confiar no invisível,
a mandíbula ainda resiste, teimosa,
como um último grito a tentar manter-se no comando.
E então, escuto a voz dela dentro de mim.
Não como um som, mas como uma presença.
E nesse instante, o meu rosto misteriosamente altera-se,
a tensão dissolve-se como gelo ao sol,
e sinto — verdadeiramente — a ilusão a derreter.
Ali, neste lugar sem esforço,
reconheço-me:
Sou apenas um ser humano.
Presente por um breve instante neste mundo imenso.
Não tenho de carregar tudo.
Não tenho de saber tudo.
Não tenho de fazer absolutamente nada.
A curiosidade surge como uma brisa leve:
O que é que este momento tem para me mostrar?
Abraço bOM