20/11/2025
O meu nome é Arijana Suljkanović. Tenho 31 anos, tenho Eisenmenger e vivo com hipertensão pulmonar há 18 anos. Sou uma das doentes que luta por cada respiração na Bósnia e Herzegovina.
Aos 13 anos, descobrimos por acaso que eu tinha hipertensão pulmonar. O primeiro exame e a ecografia cardíaca foram um grande choque para os meus pais. Nada se sabia sobre a doença no nosso país e não existiam medicamentos. Tinham inúmeras perguntas, mas muito poucas respostas.
A luta pela vida, a luta contra a Hipertensão Pulmonar e a luta contra o preconceito e os obstáculos tornaram-se a nossa realidade diária. Batemos a muitas portas, mas, para além de pena, não recebemos nada — nenhuma ajuda médica, nenhum tratamento, nenhum medicamento. Passei a minha infância a desejar brincar com os meus colegas, mas os meus dias eram passados em quartos de hospital. Durante anos, a única terapia que fiz foram os analgésicos de venda livre. A minha saúde continuava a deteriorar-se e a esperança parecia distante.
Assim, descobri a Associação “Dah”, a comunidade de doentes com Hipertensão Pulmonar (HP) que lutam ao nosso lado, e a terapêutica adequadas para a HP. Com a concordância dos meus médicos, comecei a utilizá-las e senti logo uma melhoria. Nessa altura, o medicamento era desconhecido para muitos médicos e farmacêuticos. Tinha de o comprar fora da Bósnia-Herzegovina, e cada mês era uma batalha — uma luta por mais uma caixa de medicamentos, uma luta pela vida, uma luta para respirar.
Só no ano passado é que este medicamento passou a estar disponível na farmácia do meu hospital. Mas o acesso ainda é inconsistente — um mês está disponível, no outro não. Há problemas constantes com a aquisição. Nunca sabemos quando estará disponível novamente.
Já passou da hora do nosso país tratar os doentes com Hipertensão Pulmonar (HP) com a seriedade que merecem, como pessoas que dependem de terapias dispendiosas. Precisamos de acesso contínuo à medicação que nos dá vida. Não desistiremos da luta por um amanhã melhor — a nossa vontade de viver é mais forte do que qualquer coisa. Mas precisamos de ajuda. O acesso
ao tratamento não deve ser incerto, as nossas vidas dependem de cada comprimido.