06/10/2025
Reflexão :
Onde estou eu, a Helena, no meio disto tudo?
Hoje queria partilhar convosco uma reflexão que vem bem do fundo do meu coração, abrir-vos um pouco a porta de um dos meus maiores conflitos internos.
Andei o verão todo à procura de uma lata com o meu nome.
Não encontrei - e acreditem que era uma espécie de missão conectiva, todos lá em casa estávamos empenhados na procura!
Até que …
A única que apareceu dizia “Mãe”.
Foi a minha filha mais velha que a encontrou e ficou tão feliz quando me entregou a lata — achou mesmo que tinha resolvido um problema.
“Afinal, tu és Mãe, não és?!”
Pois ..
Mas, cá dentro, a equação era - e tem sido - bem mais difícil de resolver.
Por momentos, fiquei a pensar se não seria uma brincadeira do Universo - Helena não é assim um nome tão único, pois não?!? - mas não…
Acontece mesmo que sou, sou “a mãe”.
O pilar.
A referência.
E nesse momento, o conflito de uma vida apertou ainda mais:
Onde cabe a mulher por trás da mãe, da terapeuta, da cuidadora?
Quantas de nós nos perdemos nos papéis que desempenhamos?
Quantas de nós sonhamos ser mães e esse sonho é engolido no meio dos outros?
Quantas vezes procuramos ser vistas através dos nossos filhos, tentando preencher, sem querer, uma dor de não termos sido reconhecidas quando também éramos apenas meninas?
Quantas vezes fugimos de nós mesmas em nome do amor?
Hoje, partilho esta imagem como símbolo dessa busca.
Um lembrete de que ser mãe é sagrado, mas ser mulher inteira também é.
E em jeito de homenagem à minha própria mãe, que também se chama Helena e que ontem celebrou mais um ano de vida 🥳🥳
E todas as Helenas do meu sistema familiar:
“Eu vejo-te mãe, através de mim, através das minhas filhas, e das filhas das filhas que hão-de vir.
Eu vejo-te, mesmo quando não foste vista, nem como mãe, nem como mulher.
E também vejo e honro todas as mulheres do meu sistema, e que possamos todas encontrar o nosso nome.
A nossa voz.
Foi a coragem do vosso amor que me trouxe até aqui e me permitiu continuar na busca por ser quem sou, pelo meu nome”.
💬 E tu, sentes que tens sido vista — por ti mesma?