14/01/2023
DISTORÇÕES COGNITIVAS
As lentes com que olhamos o mundo e a nós próprios definem as nossas emoções, sentimentos, experiências e os nossos comportamentos. As lentes podem estar opacas, não nos permitindo ver a luz do que nos rodeia, podem ser muito escuras e nessa escuridão até nos podemos sentir inicialmente protegidos mas com o passar do tempo deixamos de ver as cores, a diversidade que existe lá fora e dentro de nós. Por vezes, as lentes estão estilhaçadas e vemos tudo fragmentado, não conseguindo unir, significar a nossa realidade, outras vezes as lentes estão aumentadas como lupas e sentimo-nos pequeninos, às vezes até engolidos pelo que nos rodeia, o mundo é visto como ameaçador. Também pode acontecer exatamente o contrário, olharmos e vermos tudo pequeno, insignificante, aborrecido, chegando mesmo a não ter sentido. As lentes desfocadas não permitem ver com clareza e cansam o nosso olhar porque nos obrigam a um esforço constante. As lentes também podem ter tonalidades de cores, rosa, amarelo, azul, castanho, induzindo-nos em erro porque a vida é multicolor e não tem apenas uma perspetiva.
Em determinados momentos da nossa vida, essas lentes podem ser usadas para ver o mundo, por vários motivos e circunstâncias, mas importa que não se colem ao nosso olhar, que as saibamos retirar, esfregar os olhos e permitir-nos um novo olhar.
Merecemos um olhar renovado sobre nós próprios e sobre o nosso mundo para que nos possamos pensar, sentir e agir de forma diferente e desta forma ter vivências diversificadas daquilo que somos como pessoas e dos papéis que temos na nossa vida. Não controlamos o que nos acontece, mas temos responsabilidade sobre a forma como lidamos com os acontecimentos.
Observar aquilo que acontece no nosso mundo interno, identificar distorções cognitivas, padrões de comportamento, estar atentos ao nosso diálogo interior…promover o nosso autoconhecimento, podendo recorrer a ajuda profissional quando necessário é investir no nosso bem-estar e nossa saúde mental.