14/11/2024
Desde sempre gostei de escrever. Desde sempre o meu pai me diz que devia escrever mais. E as pessoas que conheço que escrevem regularmente sempre me descreveram a prática como algo altamente terapêutico e positivo nos seus dias.
Sempre achei que só conseguia escrever em viagem... Era o momento em que sentia que tinha algo para contar. Nem que fosse apenas a mim mesma.
O que raio tem uma pessoa para escrever no dia-a-dia das rotinas? Onde raio haverá inspiração para escrever quando as paisagens são sempre as mesmas?
Ainda assim, volta e meia lá me perdia eu a comprar mais um bloquinho, porque “desta vez é que vai ser” e “com este bloquinho é que vou começar a escrever”.
Há 2 meses dei por mim com mais um bloquinho novo nas mãos. Também dei por mim a passar por mudanças de vida e a não querer repetir os padrões e soluções que tenho repetido infinitamente nestes 40 anos.
No meio disto, surgiu, quase naturalmente, a necessidade de reformular uma série de características em mim própria. Comecei a perceber como levo a vida e a constatar que repetir as mesmas fórmulas é simplesmente inútil. Deixa-me estagnada.
No meio disto, comecei a escrever todos os dias. Primeiro, como uma forma de descarregar a ansiedade que sentia, e que se transformou em um exercício e ferramenta de auto-análise.
Percebi que há algo de mágico quando se escreve. A ideia flui, a mão materializa, as pontas soltas organizam-se; os pensamentos, rápidos demais, ganham tempo para serem vistos e para dialogar entre si.
Das mil formas que procuro para crescer como ser humano, escrever tornou-se o espaço onde decido ser apenas eu. Fora das expectativas alheias e fora das minhas próprias expectativas acerca de mim mesma.
E tu? Quais são as tuas ferramentas?