04/11/2023
Oṁ sarvam vai pūrṇam
“Todas as práticas de yoga, sejam elas mais dóceis ou mais desafiantes, são sempre as adequadas desde que exista o entendimento do seu propósito maior. As nossas preferências são válidas, mas a verdadeira liberdade reside na capacidade de estar bem com o que quer que se apresente. Isto é válido na aceitação da capacidade do corpo/mente quando vamos para cima do tapete, também o é quando conseguimos esse mesmo olhar em relação a todos os caminhos que já trilhamos. Nunca houve uma prática ou um caminho errado, também nunca nos perdemos. Se houve sensação de desamparo, divisão, diferença ou inadequação, tudo isso fez (faz) parte do processo. (…)
E mesmo quando o mundo pareça colapsar, mesmo quando tudo se revele inadequado e desajustado, que a nossa atitude possa ser firme, mas o nosso olhar possa ser livre de julgamento e resistência ao que a vida traz, por muito desafiantes que sejam os acontecimentos.
Que nos nossos olhos possa haver conhecimento suficiente para poder abraçar a prática de yoga, que é um ensaio da vida, na sua multiplicidade de eventos. Que não nos fiquemos apenas pelo fortalecimento de braços e pernas, por um corpo mais ou menos definido e flexível, mas que possamos cultivar e estabelecer a nossa prática de yoga no tapete e na vida, sobre pilares fortes e resistentes: os do conhecimento, do amor e da confiança.
Escolhamos ser luz, calor, aconchego e refúgio para nós e para o outro.”
Ser bom o suficiente para praticar yoga não deveria ser uma questão. Somos todos bons o suficiente e o yoga não existe para medir as capacidades de quem quer que seja. A tendência para a análise é fria, crítica e dura.
O tapete de yoga serve para nos descobrirmos gentis, doces, seguros, receptivos e compassivos, mesmo quando tudo o que acontece em cima dele f**a longe do que idealizamos para nós.
Todas as práticas de yoga, sejam elas mais dóceis ou mais desafiantes, são sempre as adequadas desde que exista o entendimento do seu propósito maior. As nossas preferências são válidas, mas a verdadeira liberdade reside na capacidade de estar bem com o que quer que se apresente. Isto é válido na aceitação da capacidade do corpo/mente quando vamos para cima do tapete, também o é quando conseguimos esse mesmo olhar em relação a todos os caminhos que já trilhamos. Nunca houve uma prática ou um caminho errado, também nunca nos perdemos. Se houve sensação de desamparo, divisão, diferença ou inadequação, tudo isso fez (faz) parte do processo.
A vida é muito mais do que um cardápio onde selecionamos os momentos que preferimos. É ilusão e falta de discriminação achar que ela vai estar sempre em harmonia com os nossos desejos. Podemos entender que na maioria das vezes, a prática de yoga e a vida oferece-nos não o que apreciamos tanto, mas o que mais precisamos. Tudo o que chega e tudo o que vai, é sempre o adequado.
Não há coincidências signif**ativas e espantosas a acontecerem. Não existem acasos. Quem ainda não percebeu quanta ordem e inteligência existe na física ou na biologia? Não há fenómenos aleatórios inexplicáveis, nem na natureza, nem no universo, nem nas nossas vidas. O que pode haver é desconhecimento, ignorância, o que naturalmente nos deixa num lugar de sofrimento.
É importante Śraddhā - cultivar uma confiança que vai crescendo quando, através de conhecimento, entendemos que nada está e nunca esteve fora do lugar.
E mesmo quando o mundo pareça colapsar, mesmo quando tudo se revele inadequado e desajustado, que a nossa atitude possa ser firme, mas o nosso olhar possa ser livre de julgamento e resistência ao que a vida traz, por muito desafiantes que sejam os acontecimentos.
Que nos nossos olhos possa haver conhecimento suficiente para poder abraçar a prática de yoga, que é um ensaio da vida, na sua multiplicidade de eventos. Que não nos fiquemos apenas pelo fortalecimento de braços e pernas, por um corpo mais ou menos definido e flexível, mas que possamos cultivar e estabelecer a nossa prática de yoga no tapete e na vida, sobre pilares fortes e resistentes: os do conhecimento, do amor e da confiança.
Escolhamos ser luz, calor, aconchego e refúgio para nós e para o outro.
Oṁ sarvam vai pūrṇam
Honrando o conhecimento no aprender e no ensinar.