22/10/2025
Os estilos de vinculação tornaram-se rótulos.
Ansiosa, evitante, desorganizada, segura….
Mas a vinculação nunca foi uma tipologia de categorização. É um processo vivo, relacional, que se molda às experiências de segurança ou ameaça.
Quando dizemos “sou ansiosa” ou “sou evitante”, estamos a esquecer-nos de algo essencial: nós não nascemos assim.
Tornámo-nos assim em resposta ao que vivemos.
Cada padrão é uma estratégia de proteção aprendida, uma tentativa inteligente de sobreviver a um amor/cuidado que, em algum momento, foi imprevisível ou inseguro.
A boa notícia é que o que foi aprendido também pode ser desaprendido.
A vinculação é plástica.
Transforma-se quando encontramos relações estáveis, previsíveis, empáticas. Em terapia, na amizade, no amor, podemos reconfigurar a forma como nos ligamos ao outro.
Para o terapeuta, fica o lembrete ético:
rotular é fixar, cristalizar na “doença”, incapacitar à mudança. Ajudar a compreender é libertar.
O teu padrão não é quem tu és. É apenas a melhor forma que encontraste, um dia, para te manter segura.