
01/09/2025
À medida que a vida avança, é expectável assistir a um aumento de papeis que desempenhamos e passamos a ter mais funções e tarefas. Começamos a ter uma carreira, uma casa, cuidados de saúde diferentes, filhos, amigos e/ou relacionamento. É normal que o peso da responsabilidade aumente e surjam fases de maior confusão e desorganização, em que todos estes papeis e funções que desempenhamos gritam ao mesmo tempo por atenção. Há momentos em que isto tudo pode gerar uma grande instabilidade emocional e desorganização mental, sem saber como sair deste caos e voltarmos a estar equilibrados.
É impossível colocarmos a vida e a nossa rotina em pausa para orientar este caos que sentimos, ela continua sempre ativa enquanto todos estes papeis e tarefas chamam por atenção (não existe um botão para desligar). Mas então, que gritos atendemos primeiro, quando não podemos parar a nossa vida para reorganizar o caos?
Somos tanto. Dentro de nós há um tanto de papeis a representar e tarefas a cumprir. É preciso organização e prioridades para conseguirmos ser isto tudo. É impossível acudirmos a tudo com a mesma intensidade e prioridade, mesmo que pareça impossível e que todos os gritos sejam interpretados como um pedido de ajuda imediato. Para conseguirmos estar mais organizados e prevenir uma desorganização mental, é importante priorizar os gritos. Nem todos os pedidos de atenção da nossa vida conseguem ser resolvidos no momento que queremos e não dependem totalmente de nós, há situações que saem foram do nosso alcance.
Quando sentirmos toda a nossa vida a gritar por socorro e atenção ao mesmo tempo, temos de parar e questionar: que situações e papeis necessitam de uma atenção imediata, o que posso fazer para reorganizar esta área da minha vida e o quanto da situação está ao meu alcance para, efetivamente, conseguir mudar algo?
Podemos ter imensos papeis e mil e uma tarefas para acudir, mas com organização, limites e prioridades. E assim conseguimos ter todos estes papeis dentro de nós a coexistirem com estabilidade e mais saúde mental.
Maria Pereira
Psicóloga