Maria Pereira - Psicóloga

Maria Pereira - Psicóloga Ajudar pessoas e trabalhar no seu bem-estar é a minha missãoque todos os dias me concretiza e enche de satisfação.

Dedico-me com empenho e carinho a cada cliente, trabalhando para ajudar a compreender a sua história de vida e alcançar maior bem estar. Um consultório em que a Psicologia é feita com amor e cada história é recebida com acolhimento, escuta, ética e empenho

À medida que a vida avança, é expectável assistir a um aumento de papeis que desempenhamos e passamos a ter mais funções...
01/09/2025

À medida que a vida avança, é expectável assistir a um aumento de papeis que desempenhamos e passamos a ter mais funções e tarefas. Começamos a ter uma carreira, uma casa, cuidados de saúde diferentes, filhos, amigos e/ou relacionamento. É normal que o peso da responsabilidade aumente e surjam fases de maior confusão e desorganização, em que todos estes papeis e funções que desempenhamos gritam ao mesmo tempo por atenção. Há momentos em que isto tudo pode gerar uma grande instabilidade emocional e desorganização mental, sem saber como sair deste caos e voltarmos a estar equilibrados.
É impossível colocarmos a vida e a nossa rotina em pausa para orientar este caos que sentimos, ela continua sempre ativa enquanto todos estes papeis e tarefas chamam por atenção (não existe um botão para desligar). Mas então, que gritos atendemos primeiro, quando não podemos parar a nossa vida para reorganizar o caos?
Somos tanto. Dentro de nós há um tanto de papeis a representar e tarefas a cumprir. É preciso organização e prioridades para conseguirmos ser isto tudo. É impossível acudirmos a tudo com a mesma intensidade e prioridade, mesmo que pareça impossível e que todos os gritos sejam interpretados como um pedido de ajuda imediato. Para conseguirmos estar mais organizados e prevenir uma desorganização mental, é importante priorizar os gritos. Nem todos os pedidos de atenção da nossa vida conseguem ser resolvidos no momento que queremos e não dependem totalmente de nós, há situações que saem foram do nosso alcance.
Quando sentirmos toda a nossa vida a gritar por socorro e atenção ao mesmo tempo, temos de parar e questionar: que situações e papeis necessitam de uma atenção imediata, o que posso fazer para reorganizar esta área da minha vida e o quanto da situação está ao meu alcance para, efetivamente, conseguir mudar algo?
Podemos ter imensos papeis e mil e uma tarefas para acudir, mas com organização, limites e prioridades. E assim conseguimos ter todos estes papeis dentro de nós a coexistirem com estabilidade e mais saúde mental.

Maria Pereira
Psicóloga

Quando pensamos em solidão, associamos a alguém que está só, sem suporte social e familiar. É um dos maiores medos que e...
28/08/2025

Quando pensamos em solidão, associamos a alguém que está só, sem suporte social e familiar. É um dos maiores medos que encontro em consulta. Hoje vou falar do outro lado da solidão, aquela que muitos não falam e que é das dores que mais causa sofrimento, a que se disfarça, esconde e é a mais difícil de compreender.
Solidão nem sempre significa estar fisicamente só. É muito mais do que isso. Ela não acontece só no silêncio e, pode surgir, também, em ambientes cheios de movimentação e ruídos, como quando estamos rodeados de pessoas como os nossos amigos, familiares e colegas.
Quando construímos laços com pessoas, criamos a expetativa que aquela rede de suporte vai preencher a nossa vida com cumplicidade, identificação e companheirismo, mas nem sempre isto acontece.
Estar perto de pessoas significativas e, mesmo assim, sentirmo-nos sós, faz com que se experiencie um vazio, desconexão e incompreensão, como se faltasse algo em nós e nas relações que estabelecemos com estas pessoas. É como estar num jantar, convívio de amigos, reunião familiar e, mesmo assim, sentir que estamos ausentes, não pertencemos aquele lugar e não há satisfação naquele momento e que nos falta algo. Esta solidão acompanhada pode ser muito dura.
Sentir solidão mesmo tendo um conjunto de pessoas significativas na nossa vida pode ser uma oportunidade muito importante para fazer uma pausa e compreender este sentimento, refletindo sobre as nossas necessidades, o que está em falta, o que precisamos reforçar em nós e redefinir limites. Por vezes, é fundamental parar um pouco para observar a nossa caminhada e reajustar a nossa bússola para perceber o que precisamos fazer diferente para conseguirmos dar um sentido à nossa vida e conquistar um bem-estar interior.
Ficar onde nos adoece, traz vazio e insatisfação não é a melhor solução. O importante não é a quantidade de amigos, familiares e convites que temos. O essencial é sentirmos que a vida que levamos faz-nos sentido e que aqueles que estão ao nosso redor complementam a nossa felicidade, sentimos pertença, identificação, e que nos aquecem o coração.
Fique atento à sua solidão. Acredito que ela poderá ter mensagens muito importantes sobre a sua vida e quem está à sua volta, mas também poderá querer transmitir muita informação sobre si, os seus interesses e necessidades.
Como se sente quando está num grupo de pessoas?

Maria Pereira
Psicóloga

Texto publicado na minha crónica quinzenal para o Jornal Correio dos Açores.
Para ler em: https://correiodosacores.pt/2025/08/28/a-solidao-acompanhada/

Esta semana, para a minha crónica quinzenal no jornal Correio dos Açores, decidi falar sobre a visão distorcida e utópic...
30/05/2025

Esta semana, para a minha crónica quinzenal no jornal Correio dos Açores, decidi falar sobre a visão distorcida e utópica que as redes sociais podem trazer à nossa vida e saúde mental.
Um tema que é muito falado em consulta e desafio todos os meus seguidores a refletir e questionar: que relação tenho com as redes sociais e que impacto traz à minha saúde mental, auto-estima?

20/05/2025

Não costumo aceitar convites para falar sobre mim. Sei que, muitas vezes, os convites chegam para cuscar a minha deficiência e tornar a conveersa em algo capacitista e fatalista, como se fosse algo terrivel.
Há mais de um mês recebi um convite da jornalista Carolina Sousa para conversar comigo num programa que dá a conhecer as personalidades da região. Queria falar sobre mim., o meu percurso pessoal e profissional, e desconstruir mitos. A minha primeira reação foi não aceitar para me proteger de conversas intrusivas.
Após pensar muito, concluí: por que não ser eu a partilhar um testemunho alegre, leve e quebrar barreiras, mitos?
Foi uma conversa leve, de desconstrução de mitos em torno da deficiência e mais uma oportunidade para falar do meu amor à psicologia.
Obrigada à jornalista Carolina Sousa pela leveza e respeito com que falou de temas que muitas vezes as pessoas consideram algo terrível (e na televisão colocam a música triste como fundo).
Que esta saída da minha zona de conforto possa ajudar as pessoas a olhar com mais empatia e menos tabus.
Quem diria, uma mulher com deficiência tem um curso, desenvolvimento normal e é empresária! (contém ironia e capacitismo).
Espero que seja uma conversa que vos faça sntido e possam conhecer melhor quem está atrás desta página (uma pessoa normalissima, como qualquer outra).

Com amor,

Maria 🧡

Abril é um mês especial, remete-nos sempre para uma data muito importante, a festa da liberdade. Quando pensamos nesta c...
24/04/2025

Abril é um mês especial, remete-nos sempre para uma data muito importante, a festa da liberdade. Quando pensamos nesta comemoração do 25 de Abril, refletimos sobre a nossa liberdade, a de dizer o que queremos e ser quem desejamos. Nestas últimas semanas, pensei muito no quão poderoso é podermos ser quem queremos e lutarmos pela pessoa que gostávamos de ser, sem limitações.
A liberdade é um tema fundamental em consulta. Quando as pessoas procuram a psicologia é porque algo está a limitar o seu funcionamento e não estão a conseguir ser quem querem. Chegam em busca de quebrarem barreiras que os aprisionam, na esperança de serem livres e a sua melhor versão.
Ainda vivemos presos em várias ditaduras que bloqueiam o caminho para a liberdade. As redes sociais, positividade tóxica, comparações e validações externas são algumas das barreiras que nos impedem de chegar à pessoa que queremos ser. Passamos uma vida inteira a comparar e inferiorizar as nossas conquistas e vida em favorecimento dos outros, procuramos a perfeição nas redes sociais e vivemos presos às opiniões e crenças dos outros.
Que possamos refletir sobre tudo o que nos prende para sermos quem queremos, sem comparações, pressão de seguir determinados padrões e livres da validação externa. Porque o caminho que escolhemos, só a nós tem de fazer sentido.
Nesta semana, que tanto se vai falar de liberdade, lutemos também pela nossa. Que possamos todos ser a nossa melhor versão, sem limitações, mas com toda a liberdade!
No fim das contas, teremos, sempre, de ser nós a lutar pela nossa liberdade, seja ela qual for.

Maria Pereira
Psicóloga

Esta semana, para a minha crónica no jornal Correio dos Açores, decidi escrever sobre a romantização do trabalho em exce...
17/04/2025

Esta semana, para a minha crónica no jornal Correio dos Açores, decidi escrever sobre a romantização do trabalho em excesso.
Numa sociedade que prioriza a exaustão, enche as agendas até ao limite, trabalha fora de horas e está sempre disponível, onde ficam as outras áreas da nossa vida, os nossos interesses?

Para ler em:
https://correiodosacores.pt/.../a-romantizacao-do.../

Estamos a poucos dias da comemoração do Dia do Pai. Quando pensamos nesta celebração, idealizamos cenários quase perfeit...
18/03/2025

Estamos a poucos dias da comemoração do Dia do Pai. Quando pensamos nesta celebração, idealizamos cenários quase perfeitos, com famílias completas, unidas e felizes a celebrar o amor. Apesar de ser esta a representação que nos vem logo à mente quando pensamos neste dia, esta comemoração pode ter significados e importâncias diferentes para cada um de nós.
O contacto com tantas histórias em consulta, fez-me entender que o Dia do Pai pode ser um dia de celebração, mas também de tristeza, vazio e saudade. Apesar de ser caracterizada por uma data feliz, não podemos esquecer que não só de pais e filhos felizes e unidos se constrói este dia. O Dia do Pai, para quem está a passar pela perda de um progenitor, ativa emoções intensas e variadas, e reforça o vazio e saudade de quem já partiu e não pode estar presente para celebrar esta relação.
Tal como a figura maternal, os pais, em relações saudáveis, são figuras muito importantes durante todo o nosso desenvolvimento. Transmitem pilares fundamentais como suporte emocional, afeto, segurança, paz, estabilidade e valores.
Sabemos que o luto é uma reação normal à perda de alguém significativo na nossa vida, mas o luto por uma figura que pode representar um pilar tão fundamental, é como ver ruir uma parte importante da nossa história, é perder um suporte, alguém que nos acompanhou em tantos momentos da nossa vida. E tudo se intensifica ao passar por datas que nos relembram esta perda irrecuperável.
Viver o Dia do Pai sem uma figura paterna pode ser uma celebração gatilho para um vazio e saudade. Estar, fisicamente, sem o nosso pai, não significa que já não nos é permitido celebrar este dia. E todo o tempo que passei com o meu pai, o sentimento que construímos e as memórias que ficaram?
Quando perdemos alguém que amamos, é normal que as emoções que preenchem este dia são caracterizadas pela perda, mas não se esqueça que há toda uma vida em que viveu com o seu pai, e estas memórias e afeto nunca vão desaparecer, merecem continuar a ser relembradas, celebradas e homenageadas.
Nesta celebração que está a chegar, apesar de tudo o que possa ver das pessoas que o rodeiam e das redes sociais, o mais importante é que viva este dia conforme aquilo que faz sentido para si e para o seu coração. Só as suas emoções e o amor é que são importantes neste momento.
Um abraço apertado a todas as pessoas que estão a sofrer antecipadamente com a chegada deste dia e que vão viver este momento sem uma pessoa muito especial.

Maria Pereira
Psicóloga

Texto publicado na minha crónica quinzenal do Jornal Correio dos Açores:

https://correiodosacores.pt/2025/03/13/o-vazio-e-a-saudade-no-dia-do-pai/

Nunca se falou tanto de emoções como no momento presente. Apesar da maior consciência e informação que temos atualmente ...
28/02/2025

Nunca se falou tanto de emoções como no momento presente. Apesar da maior consciência e informação que temos atualmente sobre emoções, ainda vivemos numa sociedade que repudia admitir as suas fragilidades e inseguranças, e poucos têm coragem de sair deste registo.
Crescemos rodeados da crença de que não devemos mostrar os nossos dias menos felizes. Partilhar os nossos fracassos fragilidades e emoções, é percecionado como algo negativo e que faz de nós inferiores, porque devemos estar sempre bem e só expor aquilo que é positivo e faz de nós pessoas felizes e superiores.
Este pensamento está tão enraizado em nós, que cada vez mais nos cruzamos com a positividade tóxica, seja nas redes sociais ou em conversas com amigos e familiares, em que a regra principal é que só podemos partilhar tudo o que seja agradável e crie uma imagem de nós positiva e feliz.
Nesta crença de que as emoções, dificuldades e emoções não devem ser partilhadas, estamos a construir uma sociedade que vive com a ilusão de que tudo se conquista facilmente, sem dificuldades e que somos todos muito fortes. Este positivismo tóxico e perfecionismo, faz com que estejamos a desenvolver pessoas que não têm uma boa saúde mental, uma vez que vivem num pensamento positivo e expetativa do facilitismo, e quando são confrontados com dificuldades, não têm ferramentas para lidar com os problemas e caem num abismo e deceção sobre a vida.
Numa sociedade que defende o perfecionismo e a positividade tóxica, reconhecer as nossas fragilidades é um ato de coragem e amor próprio. Porque ensinam-nos, diariamente, que mostrar aos outros as nossas emoções é sinal de fraqueza.
Corajosos daqueles que não deixam o perfecionismo e positividade tóxica serem incutidos nas suas crenças e rotina. Porque a vida faz-se de alegria e conquistas, mas também de falhas, dificuldades e noticias menos boas.
Quem não aceitar este caminho nada linear que é a vida, nunca vai poder desfrutar desta viagem na totalidade, mas sim viver de acordo com crenças irrealistas criadas pelos outros, que são recheadas de vergonha e negação.

Maria Pereira
Psicóloga

Somos seres sociais, integrados em vários relacionamentos, e necessitamos estabelecer interações uns com os outros. Atra...
20/02/2025

Somos seres sociais, integrados em vários relacionamentos, e necessitamos estabelecer interações uns com os outros. Através destes laços que construímos com família, amigos e colegas de trabalho, encontramos uma rede de suporte que nos ajuda em momentos de maior dificuldade ou que partilham connosco a alegria nas nossas conquistas, facilitando uma melhor saúde mental.
Para ter relacionamentos saudáveis, é fundamental realizar um trabalho de autoconhecimento, que consiste em aprendermos quem somos, o nosso potencial, as nossas fragilidades, limites e o que queremos para a nossa vida. Só com este trabalho é que vamos conseguir viver os nossos relacionamentos de forma positiva e estável.
Quando não realizamos este trabalho, e por consequência não desenvolvemos uma auto-estima positiva, temos dificuldade em afirmarmo-nos numa relação e acabamos a procurar nos outros aquilo que nos falta e não conseguimos encontrar no nosso interior. Passamos a ter relacionamentos em que dependemos deles para ser felizes e ter estabilidade emocional.
A dependência emocional surge nesta situação descrita acima, quando projetamos as nossas expetativas e necessidades nos outros e acabamos por depender desta pessoa para estar bem. Está normalmente relacionada com uma baixa auto-estima de um dos parceiros, uma vez que a pessoa sente que não é o suficiente e deposita toda a sua felicidade no outro, pois só assim consegue preencher o que falta em si. O parceiro representa a sua metade, aquilo que falta e vem acrescentar. O medo excessivo de perder ou fazer algo errado que leve ao término da relação é uma constante no relacionamento, pois não nos conseguimos imaginar sem aquela pessoa, uma vez que ela é a razão do nosso bem-estar e felicidade.
Durante o meu percurso como psicóloga clínica, sou muitas vezes abordada sobre a importância de encontrar alguém que complete, preencha a vida e dê cor aos seus dias. Para muitas pessoas, estar num relacionamento é encontrar alguém que complete, que preencha o que falta na sua vida e garanta maior alegria.
Esta busca desenfreada por encontrar “a nossa metade da laranja” pode ter as sensações contrárias às que procuramos, as de bem-estar, segurança e conforto. Ao procurarmos com tanta pressão alguém que nos ajude a completar e preencha o que falta na nossa vida, pode ser sinal de que a nossa felicidade depende do outro e estamos perante um caso de dependência emocional.
Mas, será que devemos mesmo procurar a nossa metade nos outros? Será que os outros devem ter a função de completar a nossa vida e bem-estar? Para estas questões começo já por dizer que…. não! Os outros não devem servir para completar, mas sim de complemento. E qual a diferença?
Completar significa preencher algo que está em falta. Antes de procurarmos alguém que preencha e complete a nossa vida, precisamos ser nós os pioneiros desta mudança e trabalho. A felicidade e bem-estar devem começar em nós e não depender de ninguém. Encontrar alguém que nos complemente significa que nós estamos bem com a pessoa que somos, na nossa companhia, estamos confiantes e felizes, e ao encontrar alguém que goste só vai acrescentar mais bem-estar e riqueza ao que já sinto, mas não vou colocar à responsabilidade desta pessoa toda a minha felicidade.
Ter relacionamentos é fundamental para a nossa saúde mental, mas a nossa felicidade também tem de começar no nosso interior com aceitação e satisfação da pessoa que somos, por isso é tão importante fazer este trabalho de autoconhecimento e reforço da nossa autoestima.
Não procure alguém que o complete, mas sim alguém que o complemente e enriqueça mais do que aquilo que já é. Porque não podemos viver de metades, devemos estar inteiros e quem surgir na nossa vida só vem dar ainda mais corte a este bem-estar.
Encontre alguém que acrescente saúde mental à sua vida, e não que a sua saúde dependa dela.

Texto publicado hoje na edição do Jornal Correio dos Açores, inserido na minha crónica quinzenal sobre saúde mental

https://correiodosacores.pt/2025/02/20/gosto-de-ti-mas-tambem-gosto-de-mim/

Fevereiro, para muitos, representa o mês do amor, e estando na semana do Dia dos Namorados, é comum ver um aumento de pu...
12/02/2025

Fevereiro, para muitos, representa o mês do amor, e estando na semana do Dia dos Namorados, é comum ver um aumento de publicações sobre relacionamentos. Hoje quero falar sobre uma competência que considero fundamental em qualquer relação e ainda temos muita dificuldade em desenvolvê-la.
A comunicação é uma competência imprescindível enquanto seres individuais e que estão integramos em vários relacionamentos. Falamos muito sobre comunicar, mas ainda pouco falamos sobre a importância do saber comunicar bem. Explicam-nos os benefícios de dialogar, mas nunca nos esclarecem uma comunicação o mais adequada possível.
Comparo a comunicação a um pilar de uma casa. Se, na nossa casa, temos pilares em mau estado, com sinais de ruir, certamente não estamos em segurança na nossa habitação e pode levar a sérios riscos e prejuízos num futuro, seja a curto ou longo prazo. O mesmo acontece com a comunicação na nossa vida. Se não soubermos como comunicar, falar das nossas opiniões, necessidades, pensamentos e emoções, como podemos ter relacionamento saudáveis?
Na generalidade, encontro muitas pessoas em consulta com um tipo de comunicação agressiva, prontas para atacar as fragilidades do outro e sem espaço para escutar com empatia. A comunicação não deve ser um momento de tiro ao alvo em que gritamos as nossas angústias, mas depois não fazemos nada com as informações que são partilhadas. Comunicar vai para além do partilhar informação, é mostrar quem somos e o que precisamos, dando a conhecer as nossas necessidades, emoções e fragilidades.
E então, em que tipo de comunicação devemos apostar?
Devemos apostar numa comunicação clara, assertiva e com o objetivo de partilha de necessidades, resolução de problemas e encontro de soluções. É preciso escutar mais, com audição bem atenta, empática e compreensiva.
Ao trabalhar para desenvolver uma comunicação mais assertiva, irá observar uma melhoria nas relações à sua volta. Ou não fosse a comunicação um dos grandes pilares das relações, e sem pilares fortes uma casa não se consegue suster.
Neste mês em que falamos tanto de amor, fortaleça as suas relações e trabalhe a sua comunicação.

Maria Pereira
Psicóloga

23/01/2025

Hoje volto a falar de emoções. Como escrevi num texto anterior, aqui no jornal, as emoções são reações a situações que ocorrem no nosso dia a dia e têm um papel imprescindível na nossa vida. Cada uma delas tem a sua função, enviando mensagens importantíssimas sobre como devemos lidar com cada situação que surge na nossa rotina.
Quando pensamos na palavra ansiedade, associamos a perigo, desconhecido e desconfortável. Todos nós já sentimos ansiedade alguma vez na vida e acredito que pensamos imediatamente que era desagradável e não queríamos sentir esta emoção.
Apesar de todo o desconforto que ela pode trazer, a ansiedade é uma emoção tal como a alegria, tristeza ou raiva, e é uma resposta natural a situações que ocorrem na nossa rotina. Tal como as outras emoções, a ansiedade também tem uma função na nossa vida e envia mensagens imprescindíveis para sabermos como lidar com determinados acontecimentos.
A ansiedade tem uma função adaptativa, ou seja, ajuda a enfrentar desafios e situações que não estamos habituados, confortáveis e podem representar perigo. Por exemplo, quando fazemos uma apresentação para um público desconhecido e de grande dimensão, é esta emoção que nos manda um aviso de que esta situação é desconhecida e desconfortável para nós e permite pensar numa resposta de ação.
Somos bombardeados, diariamente, com diversas e distintas informações e opiniões sobre a ansiedade.Seja na televisão com testemunhos de pessoas que convivem com esta emoção, ou livros que prometem mil e umas estratégias para combater a ansiedade e livrarmo-nos dela em um determinado número de dias, acabamos todos a pensar o mesmo desta emoção, que é uma vilã e tem de ser excluída da nossa vida a todo o custo.
Mas então, se tem um papel importante na nossa vida, por que consideramos a ansiedade a vilã das emoções?
Como escrevi anteriormente, associamos sempre a ansiedade a algo negativo e desconfortável, em parte devido à crença que se desenvolveu na nossa sociedade de que só devemos sentir emoções consideradas agradáveis e que é preciso evitar a todo o custo o que nos traz sofrimento. Esqueceram-se de nos avisar de que todas as nossas emoções têm um papel fundamental e o evitamento faz com que o sofrimento aumente a longo prazo.
A ansiedade pode ser protetora ou vilã, mas tudo depende da forma como lidamos com ela e que decisões tomamos perante os sinais que ela nos envia. Ao estar numa situação de perigo e desconforto, esta emoção vai enviar uma mensagem para si a avisar de que o acontecimento que estamos a experienciar é considerado desconfortável. É neste momento, após a mensagem, que vamos definir que impacto a ansiedade vai ter na nossa vida, pois ou decidimos desafiar o nosso desconforto e aprendemos a ultrapassar e lidar com a situação, ou evitamos a situação e a ansiedade não é combatida, o que pode levar a limitações a longo prazo, na nossa rotina, como no trabalho, relacionamentos e lazer.
O acompanhamento em consulta de psicologia pode ser uma excelente ferramenta para compreender a sua ansiedade, as suas raízes e como aprender a lidar com ela para que não seja uma vilã e limitação na sua vida.
Não precisamos ter uma má relação com a ansiedade e percecioná-la como inimiga ou vilã da nossa história. Apesar das situações desconfortáveis e sintomas desagradáveis que pode desencadear, a ansiedade pode ter um papel muito importante na nossa vida. Ao sabermos lidar com ela, pode ser uma fantástica aliada que nos ensina onde está o perigo e o desconforto, ajudando a saber lidar melhor com as situações que surgem na sua vida e contribuir para uma melhor saúde mental.

Texto publicado na minha crónica quinzenal, no Jornal Correio dos Açores
Pode ser lida através do website: https://correiodosacores.pt/2025/01/23/ansiedade-a-vila/

Começamos, há uma semana, 2025. No início de cada ano, é muito comum dedicarmos tempo para fazer uma reflexão geral e pe...
09/01/2025

Começamos, há uma semana, 2025. No início de cada ano, é muito comum dedicarmos tempo para fazer uma reflexão geral e perceber se conseguimos cumprir tudo aquilo a que nos propusemos.
Somos movidos pela crença de que sempre que um novo ano começa, é uma oportunidade para iniciarmos tudo do zero e temos uma nova tentativa para voltar a tentar alcançar objetivos e mudanças que há muito desejamos. Com este entusiasmo por começar uma suposta nova vida, acabamos a ser impulsionados por expressões como “ano novo, vida nova”, “este ano é que vai ser!” e “tenho de concretizar isto até ao final do ano!”, o que faz com que se estabeleçam novas metas a que chamamos de resoluções de Ano Novo. Prometemos comer sempre saudável, emagrecer 10 quilos em pouco tempo, ler mais de 20 livros em tempo recorde ou deixar de fumar, acabando por colocar pressão de que temos de mudar tudo de uma vez e com prazos apertados.
Com esta pressão, exigência e rapidez, entramos numa competição excessiva para sermos os melhores e pessoas totalmente diferentes daquilo que fomos no ano anterior, o que pode resultar em ansiedade e frustração caso não consigamos alcançar as metas a que nos propusemos.
Com isto não quero dizer que definir metas é proibido e prejudicial. Não, é benéfico definir objetivos e trabalharmos para os mesmos, a fim de chegarmos às mudanças e vida que desejamos. O problema é a pressão e pressa e que colocamos neles.
Então, como podemos definir resoluções para este novo ano sem comprometer a nossa saúde mental?
Ao estabelecer objetivos, a nossa prioridade deve ser pensar nas nossas necessidades. Muitas vezes, nesta altura do ano, temos a tendência de espreitar para as metas que as pessoas à nossa volta definiram, pensando que devemos todos ter os mesmos objetivos, desenvolvendo comparações irrealistas, pois não temos todos as mesmas necessidades e interesses. O que precisamos mudar, que áreas da minha vida sinto que é importante modificar algumas coisas, o que gostava de fazer diferente, são reflexões que devemos fazer para conseguir resoluções de Ano Novo ajustadas à nossa vida e que fazem sentido no nosso desenvolvimento.
Quando identificamos as nossas metas para o novo ano, temos a tendência de criar objetivos grandes e vagos, o que pode dificultar o caminho até à concretização desta resolução. É fundamental estabelecer metas alcançáveis, ou seja, em vez de definir um objetivo tão grande, devemos começar por identificar pequenos passos específicos que precisamos para chegar a este objetivo maior. Ao definirmos objetivos específicos, ajuda a diminuir a pressão para realizar uma conquista tão grande, proporciona uma maior sensação de realização à medida que cada fase é alcançada e aumenta a motivação para continuar a trabalhar para chegar ao nosso grande objetivo.
Para além destes pontos importantes que mencionei acima, é também fundamental desenvolver respeito pelo nosso caminho e compreender que nem todos conquistamos metas na mesma velocidade, porque temos rotinas, capacidades e dificuldades diferentes. Podemos ter um objetivo semelhante a um amigo ou familiar, mas ele pode precisar de 5 meses e nós de 1 ano para conquistar a meta, porque não vamos ter o mesmo percurso e cada um tem a sua história, individualidade.
Estamos a iniciar o ano de 2025, mas não precisamos colocar tanta pressão e rapidez em definir e alcançar as nossas resoluções só porque é um novo ano no calendário, temos de ser uma pessoa completamente diferente e mudar tudo ao mesmo tempo. Devemos trabalhar para a mudança, não porque é um novo ano no calendário, mas porque faz sentido e sentimo-nos preparados para iniciar o caminho para este objetivo.
Para todos os que me acompanham neste mundo da escrita, um feliz 2025 com resoluções sem pressão, adequadas a si, realistas e sem pressa.

Texto publicado na edição de Hoje do Correio dos Açores, na minha crónica quinzenal: https://correiodosacores.pt/2025/01/09/a-corrida-as-resolucoes-de-ano-novo

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Sobre Mim

Ajudar pessoas e trabalhar no seu bem-estar mental é a minha missão profissional que todos os dias me concretiza e enche de satisfação.

Sou Psicóloga, membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses, com experiência profissional na área de psicologia clínica e da saúde, intervindo em diversas perturbações mentais com crianças, adolescentes e adultos.

Tenho ainda o gosto por partilhar os meus conhecimentos com os outros e ensinar um pouco mais sobre psicologia, o que fez com que adquirisse competências para a prática da profissão de formadora.

Dedico-me com muita determinação e empenho a cada cliente, tentando alcançar um maior bem estar na sua vida e um desenvolvimento pessoal saudável.