29/10/2025
Muitos cuidadores, perante cansaço e frustração, concluem: "Eu acolho as emoções dele/a, mas não resulta!"
Em consulta, quando exploramos como frequentemente resolvem os desafios impostos pelas crianças, os cuidadores, distanciados emocionalmente do momento desafiante, conseguem consciencializar-se de que aquilo que acreditam ser "validação" poderá funcionar, na verdade, como reverso.
Apresentar uma solução imediata para o problema que a criança identificou, pode impedir a verdadeira demonstração da compreensão da dificuldade - a verdadeira validação.
Estamos tão focados em resolver a situação, no intuito de cessar o sofrimento da criança, que não nos permitimos ficar com aquela emoção.
Ficar só, sem tentar apressar a eliminação da mesma.
Quando dizemos "Eu compreendo que, mas...", na verdade, estamos a comunicar que não compreendemos, porque o "mas" tende a anular o que dizemos antes.
OU
Quando dizemos "Deixa lá, filho, um dia vais conseguir!", estamos a negligenciar o que, naquele momento, a criança sente, por nos estarmos a focar naquilo que um dia, acreditamos, ela pode vir a conseguir.
Um dia (futuro), não é aquele dia (presente).
E a frustração daquele momento precisa de acolhimento e validação.
O sentimento de que não está a ser compreendida pode gerar na criança um aumento da carga emocional, desencadeando a intensificação da emoção em causa (raiva, angústia, frustração), por isso é que, muitas vezes, os pais concluem, precipitadamente, que não resultou.
🦋Assim, questione-se: "Quando acho que estou a validar a emoção da minha criança, será que estou mesmo a fazê-lo?"