Fátima Poucochinho Psicóloga

Fátima Poucochinho Psicóloga Olá sou a Fátima. Sou Psicóloga Infanto Juvenil. Membro da Ordem dos Psicólogos Portugueses Olá, eu sou a Fátima Poucochinho, sou psicóloga infantojuvenil.

Há mais de 25 anos que acompanho crianças, adolescentes e as suas famílias, sempre com o compromisso de compreender os seus sentires, perspetivas e afetos. Ao longo dos últimos 25 anos tenho tido o privilégio de “trabalhar” com crianças e adolescentes em estreita ligação com as suas famílias, tendo por base os seus sentires, perspetivas e afetos. A metodologia que uso é muito focada na criança/jov

em e na família, exatamente por essa ordem: Primeiro há a fase do diagnóstico em que é fundamental perceber o funcionamento e as necessidades da criança/jovem e, depois, em função da individualidade de cada uma, é envolvida a família quer através da gestão de estratégias ante o diagnóstico efetuado à criança/jovem, quer no envolvimento direto nas sessões terapêuticas. A nível juvenil, recorro a técnicas dentro da área da arte terapia, musicoterapia, terapia cognitivo comportamental, terapia dinâmica, adaptando a sua intervenção de acordo com a especificidade do jovem e de acordo com o diagnóstico efetuado ao mesmo. Estas são algumas das áreas de intervenção do meu trabalho…

Perturbações Emocionais
Medos e fobias | Sintomatologia ansiosa e depressiva | Traumas | Autoestima | Mutismo | Luto

Perturbações de Eliminação
Enurese | Encoprese

Perturbações do Comportamento
Perturbação da Hiperatividade e Deficit de Atenção | Comportamentos Disruptivos e de Oposição | Agressividade | Desregulação emocional | Desobediência | Isolamento

Perturbações da Aprendizagem e Escolares
Dislexia/ Disortografia | Dificuldades na Leitura e da Escrita | Deficit de atenção | Bullying | Autismo | Síndrome de Asperger

Outras Problemáticas
Separação e Divórcio (regulação das responsabilidades parentais) | Maus-tratos | Problemas Familiares | Situações de Luto | Crianças e Jovens em risco

O verbo “parenting”,  que em inglês transformou o substantivo “pai/mãe” numa ação, só começou a ser usado há poucas déca...
25/05/2025

O verbo “parenting”, que em inglês transformou o substantivo “pai/mãe” numa ação, só começou a ser usado há poucas décadas. Em Portugal, embora não tenhamos uma tradução direta com a mesma força, o fenómeno não nos passou ao lado. Também aqui a parentalidade se tornou um projeto: planeado, acompanhado, partilhado, otimizado.
Ser pai ou mãe deixou de signif**ar apenas proteger, alimentar, orientar. Tornou-se sinónimo de “moldar”, “estimular”, “potenciar”.
A criança não cresce apenas, é “desenvolvida”...
O lazer é “estimulação cognitiva”...
A br**cadeira livre dá lugar a atividades extracurriculares cuidadosamente escolhidas.
E sim, a intenção é boa.
Afinal, ler com os filhos, contar histórias, passear no parque ou visitar o Oceanário são experiências que enriquecem emocional, linguística e cognitivamente.
Mas o que acontece quando essa intenção se transforma em exigência constante?
Começam a crescer também os níveis de ansiedade parental.
Começam a surgir pais exaustos, que sentem que precisam dar sempre mais.
Começam a surgir crianças com agendas preenchidas, mas menos espaço para o tédio, o improviso ou a liberdade de ser só… crianças.
É começamos a esquecer que o que faz diferença na vida de uma criança não é a quantidade de atividades que faz, mas a qualidade das relações que tem.
Não é preciso "produzir experiências" todos os dias, estar presente já é, muitas vezes, o mais importante.
Em Portugal, como noutros países, importa recentrar o foco:
- Menos perfeição.
- Mais presença.
- Menos comparação.
- Mais confiança nas rotinas simples, no amor imperfeito e nas escolhas possíveis de cada família.
Educar não é competir.
É acompanhar. E crescer juntos.

Fatima Poucochinho
www.fatimapoucochinho.com

Acabou de deixar o seu filho na escola…Ele agarra-se à sua perna. Os olhos enchem-se de lágrimas. Suplica para não o dei...
22/05/2025

Acabou de deixar o seu filho na escola…
Ele agarra-se à sua perna.
Os olhos enchem-se de lágrimas.
Suplica para não o deixar.
Como mãe/pai tenta sorrir. Repete que vai voltar. Talvez até combine um “regresso antes do lanche” ou f**a mais uns minutos, só para ver se ele acalma.
É impossível não se sentir dividida/o. Está a fazer tudo por amor. Mas... e se, sem querer, estiver a aumentar a ansiedade do seu filho?

É aqui que muitas famílias me procuram:
“Como é que o ajudo a ultrapassar isto sem o traumatizar ainda mais?”
A verdade é que, quando hesitamos, explicamos demais ou demonstramos insegurança ao sair, passamos (sem querer!) uma mensagem perigosa:
“Se a mãe/pai está assim, talvez isto seja mesmo grave…”
E o medo cresce.

O que ajuda mesmo?
→ Um adeus curto, calmo e confiante.
→ E uma validação firme e segura:
“Eu sei que custa. Mas tu és capaz. E eu volto já.”

Isto não apaga a dor da despedida.
Mas constrói, aos poucos, a resiliência emocional, ou seja, a capacidade para lidar com a frustração, com a espera, com a ausência. Uma ferramenta essencial para a vida.
E é exatamente sobre isto que falo no meu workshop online: Da explosão ao Equilíbrio”, um guia prático e empático para pais que querem ajudar os seus filhos a gerirem as suas emoções mais intensas!
Inclui eBook, estratégias para o dia-a-dia e exercícios prontos a aplicar em casa.

Se sente que este post é para si (ou para alguém que conhece), deixe um 💜 nos comentários.
Partilhe com quem possa estar a vivenciar uma situação semelhante.
E se quiser saber mais sobre o workshop, envie mensagem ou aceda ao site www.fatimapoucochinho.com

A ansiedade nem sempre aparece de forma óbvia.Nas crianças, ela esconde-se em comportamentos que, à primeira vista, pode...
19/05/2025

A ansiedade nem sempre aparece de forma óbvia.
Nas crianças, ela esconde-se em comportamentos que, à primeira vista, podem parecer birras, manias ou apenas "fases".
Mas há sinais que merecem atenção.

- Queixas físicas sem causa aparente
Dores de barriga, cabeça, náuseas ou sensação de mal-estar que surgem antes da escola, de eventos sociais ou mudanças na rotina.

- Irritabilidade e choro “sem motivo”
F**am facilmente frustrados, reagem de forma intensa a contrariedades pequenas e têm dificuldade em recuperar o controlo.

- Dificuldade em dormir ou medos noturnos
Demoram a adormecer, pedem para dormir com os pais ou acordam várias vezes com medo, mesmo em ambientes seguros.

- Pensamentos repetitivos ou perguntas insistentes
"Mas e se...?", "E se a mãe morrer?", "E se eu vomitar na escola?"
A criança procura controlar o ambiente através de perguntas, numa tentativa de se acalmar.

- Evitação de situações novas
Recusam ir a aniversários, escola, atividades extracurriculares ou até sair de casa, por medo ou desconforto que não sabem explicar.

Lembre-se:
Uma criança ansiosa não está a “fazer fita”.
Está a viver um desconforto real e precisa de adultos que a ajudem a entender o que sente, sem julgamento.

Se reconheceu o seu filho nestes sinais, procurar apoio pode ser o primeiro passo para devolver-lhe segurança...

Fatima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

"Acho que ninguém me entende…"Esta foi a primeira frase da Mariana, uma jovem de 16 anos que recebi em consulta.Não me o...
17/05/2025

"Acho que ninguém me entende…"
Esta foi a primeira frase da Mariana, uma jovem de 16 anos que recebi em consulta.
Não me olhava nos olhos. Mexia nos dedos, roía as peles, e com a voz quase a sussurrar foi continuando:
"É como se eu estivesse aqui... mas não estivesse. Como se tudo fosse meio falso. Às vezes até eu pareço falsa. Tipo... será que isto está mesmo a acontecer?"

Fiquei em silêncio. Dei-lhe espaço...
Já ouvi isto antes. Muitas vezes...
Sei que quando um adolescente tenta explicar algo assim, é porque está mesmo a viver algo profundamente assustador.

A "Mariana" não estava a dramatizar. Não estava a inventar.
Estava a descrever, com as palavras que tinha, uma experiência real de despersonalização.

A despersonalização acontece quando o sistema nervoso entra em sobrecarga... E em vez de "explodir", desliga.
É um mecanismo de defesa automático, uma forma de proteção, como se o cérebro dissesse:
“Isto é demasiado para ti. Eu trato disto por ti e tu não precisas sentir nada.”

Era isso que estava a acontecer com a "Mariana"...E o resultado?
Ela sentia-se desligada de si, do seu corpo, do que a rodeia.
E ela não sabia como explicar isso sem temer que a achassem maluca...

E por isso não explicou. Escondeu. Calou.
E a sensação de solidão foi crescendo cada vez mais.

Em consulta, com tempo, com vínculo e sem pressa, fomos dando nome a este vazio estranho.
Fomos entendendo o que o corpo queria dizer quando desligava.
E, passo a passo, fomos chamando a "Mariana" de volta ao seu corpo, à vida, à presença.

Porque a despersonalização não é loucura.
É uma dor muitas vezes silenciosa, muitas vezes não reconhecida.

E cada vez há mais "Marianas", jovens que carregam o mundo às costas, mas com poucas palavras para o descrever.

Se sente que o seu filho está "estranho", "longe", "desligado"...
não ignore.... Muitas vezes é o corpo dele a pedir ajuda da única forma que sabe....

Fatima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

“Não quero que ele fique triste.”“Tenho pena de dizer que não.”“Se eu disser que não, ele vai achar que não gosto dele.”...
15/05/2025

“Não quero que ele fique triste.”
“Tenho pena de dizer que não.”
“Se eu disser que não, ele vai achar que não gosto dele.”

Este é o discurso de muitos pais que amam profundamente os filhos.
Pais que querem proteger, acolher, fazer diferente.
Pais que, no fundo, têm medo de magoar — e então evitam o conflito.

Mas o que acontece quando, por amor, nunca dizemos “não”?
Quando, para evitar uma birra, cedemos sempre mais um bocadinho?
Quando queremos tanto que o nosso filho seja feliz… que não lhe damos espaço para f**ar frustrado?

Acontece que estamos a ensinar que amor é igual a ausência de limites.

E a verdade é que nenhuma criança cresce segura se tudo à volta dela é maleável.
A parentalidade “boazinha” (sempre leve, sempre permissiva, sempre a evitar o desconforto) tem um custo emocional real:
- Crianças que não sabem lidar com o “não” do mundo real.
- Crianças que desregulam com facilidade.
- Crianças que se sentem rejeitadas ao primeiro limite, porque nunca aprenderam que limite também é cuidado.
- Crianças que esperam que tudo aconteça à sua maneira — e se não acontece, colapsam.

Ser um bom pai ou uma boa mãe não é agradar sempre.
É ser firme com ternura.
É saber validar a emoção, mas manter o limite.
É dizer:
“Eu percebo que estás zangado. Eu também estaria.
E mesmo assim, a resposta continua a ser não.”

A criança que aprende a ouvir “não” com amor cresce mais segura.
Porque sabe que, mesmo frustrada, continua a ser amada.
E isso… isso vale muito mais do que “fazer tudo para evitar a birra”.

Fatima Poucochinho
Psicologa Infanto Juvenil
www.fatimapoucochino.com

Pode parecer apenas uma “mania”.Pode começar com um fio de cabelo puxado distraidamente enquanto vê televisão.Ou com um ...
13/05/2025

Pode parecer apenas uma “mania”.
Pode começar com um fio de cabelo puxado distraidamente enquanto vê televisão.
Ou com um pedacinho de sobrancelha arrancado em momentos de ansiedade.
Mas aos poucos, os pais notam falhas, pequenas zonas mais despidas no couro cabeludo, ou mesmo no corpo.
E vêm as perguntas:
“Porquê que ela faz isto?”
“Está a chamar a atenção?”
“É psicológico?”

Sim. É emocional. Mas não é uma forma de chamar a atenção.
É uma forma de acalmar por dentro o que ainda não se consegue expressar por fora.
Arrancar cabelos é um comportamento que, em muitos casos, surge como resposta a:
Ansiedade,
Sobrecarga emocional,
Tensão interna que a criança ainda não sabe nomear.

É mais comum do que parece e tem um nome:
Tricotilomania, um comportamento compulsivo, muitas vezes inconsciente, que serve como regulação emocional.

Mas por que motivo está a surgir cada vez mais cedo?
Porque estamos a viver num tempo onde as crianças são expostas a mais estímulos, mais exigência e menos espaço para descarregar.
Porque muitas não sabem pedir ajuda, mas o corpo fala.

O que podem os pais fazer para ajudar?
- Evitar gritar, repreender ou envergonhar
A criança, na maioria das vezes, não controla totalmente o impulso. Repreendê-la só aumenta a ansiedade e reforça o ciclo.
- Observar os momentos em que o comportamento acontece
É em momentos de stress? Tédio? Sozinha? Na hora de dormir? Ao ver TV?
- Oferecer substitutos reguladores
Massas de modelar, bolas anti-stress, peluches com texturas, para que possa aliviar a tensão de forma segura.
- Falar sobre emoções e ajudar a criança a nomeá-las
“As vezes, quando sentimos coisas difíceis e não sabemos como dizer, o corpo tenta resolver sozinho. Vamos tentar ajudar o teu corpo a não fazer isso.”
- Procurar apoio psicológico
Porque há sempre uma história por trás do comportamento. E quanto mais cedo for acolhido, mais fácil será trabalhar a origem.

Se reparou que o seu filho ou filha arranca cabelos, pestanas, ou pêlos é importante estar atento porque trata-se de um comportamento que sinaliza que o corpo está a pedir ajuda.
E a sua escuta segura, enquanto figura parental, pode ser o primeiro passo para ajudar a criança a aprender a falar com a boca, o que as emoções fazem sentir...

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

Esta é uma frase que oiço muitas vezes na clínica.Pais atentos, presentes, afetivos — que não cobram, não comparam, não ...
10/05/2025

Esta é uma frase que oiço muitas vezes na clínica.
Pais atentos, presentes, afetivos — que não cobram, não comparam, não exigem notas perfeitas.
Mas, ainda assim, vivem com uma criança que se culpa, se cobra e se frustra com facilidade......Uma criança que quer fazer tudo bem à primeira, que não aceita falhar e que diz frases como:
“Não está perfeito.”
“Não sei fazer, então mais vale não tentar.”
“Tu estás só a dizer isso para eu não f**ar triste.”

Estas são crianças com uma relação com o seu "eu" muito rígida.
São mais sensíveis ao erro. Mais intolerantes à frustração.
Mais exigentes consigo próprias.
Não aceitam falhar — e, quando falham, sentem-se erradas como um todo.
O problema é que com o tempo, o “não gosto de mim” pode instalar-se.
Quieto.
Escondido.
Por vezes camuflado num comportamento desafiador, “mandão” ou num “ego inflado” que fala alto só para esconder um “eu” demasiado cansado de se provar a si próprio.

E por mais elogios que recebam, por mais que lhes digam “está ótimo”, isso nem sempre chega ou pior, pode até aumentar a pressão.
Porque há elogios que, mesmo com boa intenção, alimentam essa voz:
“Tu consegues tudo o que queres.”
“Sabia que ias fazer bem, como sempre.”

E sem darmos conta, transformamos o “és bom” em “tens de ser bom sempre”.
Criamos, sem querer, uma identidade colada ao desempenho.

Dica para pais:
Estas crianças não precisam de mais elogios, precisam de mais espaço para falhar sem perder valor.
E é nesse espaço seguro que a autoestima verdadeira começa a respirar.

Fatima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

É sempre uma guerra quando lhe tiro o tablet…”Já ouviu ou disse esta frase aí por casa?Se sim, respire fundo… Não está s...
09/05/2025

É sempre uma guerra quando lhe tiro o tablet…”
Já ouviu ou disse esta frase aí por casa?

Se sim, respire fundo… Não está sozinho. E não, o seu filho não é malcriado nem está "viciado" só porque faz uma birra quando tem de desligar o ecrã.

A verdade é que o tempo de ecrã ativa o cérebro infantil como poucas coisas fazem. Estimula, distrai, dá uma sensação imediata de prazer. Para uma criança, cujo cérebro ainda está em desenvolvimento, parar esta fonte de estímulo tão intensa é como pedir a um adulto para parar de ver uma série super empolgante no melhor episódio.

Do ponto de vista neurológico, quando interrompemos o tempo de ecrã de forma brusca, o cérebro da criança entra num estado de “alarme”. Há uma libertação súbita de frustração e, muitas vezes, a criança ainda não tem maturidade emocional suficiente para regular tudo aquilo que está a sentir.

Resultado? Birra.

Mas aqui está o ponto essencial: o problema não é a birra em si, é o que fazemos com ela.

Se respondemos com castigos, ameaças ou retirámos os ecrãs sem qualquer preparação, estamos apenas a reforçar a luta de poder e a aumentar a tensão emocional.
Mas se conseguimos prevenir, preparar e validar, então ensinamos. E educamos.

Como?

Antecipe: Avise com antecedência. Diga, por exemplo:
"Faltam 5 minutos para terminarmos. Depois vamos
lanchar juntos."

Valide: "Eu sei que querias continuar a jogar. Eu
também gosto quando estou entretida com algo."

Ofereça uma transição suave: tenha uma alternativa preparada (livro, lanche, momento de conexão, etc.)

Educar é sobre ensinar, não impor.
Sobre guiar, não dominar.
E é precisamente nos momentos mais difíceis que temos a maior oportunidade de educar com presença e empatia.

Fatima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

Este é o Diogo.O Diogo tem 6 anos e em casa é falador, inventa histórias, canta alto, faz perguntas atrás de perguntas.M...
07/05/2025

Este é o Diogo.
O Diogo tem 6 anos e em casa é falador, inventa histórias, canta alto, faz perguntas atrás de perguntas.

Mas na escola...
O Diogo não fala. Não responde à professora. Não br**ca com os colegas.
F**a quietinho, calado, quase invisível.

Não é teimosia.
Não é “manha”.
É mutismo seletivo, uma forma de ansiedade intensa que bloqueia a fala em certos contextos.

Por dentro, o Diogo quer muito conseguir falar.
Mas o corpo dele congela. O coração acelera. A voz desaparece.
É como se, de repente, o mundo f**asse perigoso demais para se expor.

E quanto mais lhe dizem “Tens de falar!” ou “Vá, não custa nada”…
Mais difícil se torna.
Mais medo ele sente.
Mais o corpo se fecha.

O que o Diogo precisa é de segurança emocional.
De um adulto que veja além do silêncio.
Que valide o que ele sente.
Que não force, mas acompanhe.

O mutismo seletivo precisa de intervenção delicada, respeitosa e com tempo.
E sim, é possível ajudar.
Crianças como o Diogo não precisam de pressão ou insistência para falar...
Crianças como o Diogo precisam é de segurança emocional, de um adulto que saiba esperar, que ofereça previsibilidade, que aceite o silêncio sem forçar, que use formas alternativas de comunicação até que estejam prontas.
Com compreensão e apoio certo, a voz volta a encontrar espaço.

Não por imposição. Mas por confiança.

Se se identif**a com isto, ou conhece alguém a passar por esta situação, partilhe comigo ou deixe a sua dúvida no site www.fatimapoucochinho.com

O CORPO LEMBRA O QUE A MENTE ESQUECE…As crianças são seres fantásticos…Defende-se das coisas como ninguém, ou melhor, tê...
05/05/2025

O CORPO LEMBRA O QUE A MENTE ESQUECE…

As crianças são seres fantásticos…Defende-se das coisas como ninguém, ou melhor, têm um cérebro super protetor que evita a todo o custo o sofrimento, a angústia e, principalmente, todo e qualquer ataque ao EU (ainda em construção) dos seus “donos”.

Assim, cognitivamente, nada se passa e tudo o que de mau possa estar a acontecer, o amigo cérebro trata de apagar ou esconder.

Só temos um problema… O cérebro pode apagar ou até esconder…Mas tudo o que é sensação, tudo o que é emoção, o corpo armazena! E por mais estratégias defensivas que o cérebro queira usar para proteger o EU da criança, tudo, mas mesmo tudo f**a guardado no corpo….

O que é que isto implica?
Implica que, por mais que o cérebro da criança a queira proteger o corpo vai sempre recordar. E, por isso, há mínima sensação ou emoção que se assemelhe ao estímulo negativo vivido, por mais que não queira, e porque a sua grande função é proteger, o cérebro vai disparar um sinal de alerta, e a criança irá sentir exatamente o que sentiu no passado, ainda que não saiba, no presente, porquê que o está a sentir.

O coitado do cérebro tem muito boas intenções, mas a verdade é que, nestas situações f**a altamente confuso…Se por um lado tem de esconder o evento que possa ter gerado mau estar á criança, por outro lado tem de alertá-la quando situações/sensações semelhantes a esse evento aparecem …

Quando este sinal de alerta é disparado, o corpo pode reagir de 3 formas : Luta, ou foge ou bloqueia…
- Quando usa a estratégia da luta, a criança pode adotar comportamentos de oposição, de agressividade, de impulsividade, de agitação, de reatividade excessiva;

- Quando usa a estratégia da fuga, põe para dentro o sinal de alerta e todas as sensações a ele associadas, tendo depois como consequência, por norma, o desenvolvimento de sintomatologia física como dor de cabeça, dor de barriga, má disposição…é o corpo a dizer que alguma coisa não está bem e que não pode mais continuar a fugir;

- E finalmente, quando usa a estratégia do bloquear simplesmente desliga e a capacidade de reação inibe-se.

…No fundo, este alerta não é uma coisa má. É uma espécie de lembrete para a criança perceber que precisa de ajuda…O problema é que, tendo o cérebro escondido o problema em si, a criança não percebe essa necessidade.
E quanto menos a criança percebe, mais o alarme dispara, e quanto mais ele dispara mais a criança vai f**ando alarmada e assustada. Muitas vezes, é nestes contextos que surgem os quadros de ansiedade infantil.

Na verdade, as estratégias defensivas podem ser muito importantes para a fase em que são criadas, mas tornam-se, em muitos casos, grandes barreiras ao desenvolvimento saudável da criança.

Por isto têm de ser os pais a estar alertas e a olhar para além do visível, olhar para além do que o comportamento mostra…É que por detrás do comportamento, existe uma criança e, por vezes, o comportamento é um sinal de alerta e não apenas falta de educação ou “mania”

Fatima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

Hoje o post é para as mães!É também, de alguma forma, para mim.Hoje quero lembrar a todas as mães que ser mãe não é sobr...
04/05/2025

Hoje o post é para as mães!
É também, de alguma forma, para mim.

Hoje quero lembrar a todas as mães que ser mãe não é sobre ser perfeita.
É sobre ser suficientemente boa.

Numa sociedade que constantemente nos pressiona para sermos melhores, mais presentes, mais organizadas, mais tudo, é fácil esquecermo-nos de que as crianças não precisam de mães perfeitas.
Precisam de mães reais — mães que erram, que pedem desculpa, que se zangam, mas que regressam, reparam e continuam a construir a relação.

É nesse ciclo de imperfeição e reparação que os filhos aprendem o que é a verdadeira segurança emocional.

Donald Winnicott, pediatra e psicanalista, ensinou-nos que a base de um desenvolvimento emocional saudável não está na perfeição, mas naquilo que ele chamou de ser uma "mãe suficientemente boa".

Uma mãe suficientemente boa é aquela que, entre acertos e falhas, oferece uma presença segura.
Que não elimina toda a dor, mas ensina a criança a lidar com ela.
Que não impede todas as frustrações, mas ajuda a encontrar caminhos para ultrapassá-las.
Que não afasta todos os medos, mas caminha ao lado.

É assim que ajudamos as crianças a crescer emocionalmente fortes — não num ambiente perfeito, mas numa relação real, onde há espaço para a verdade, o afeto e a aceitação.

Neste Dia da Mãe que se aproxima, permita-se celebrar a mãe que é.
Celebre o seu esforço, a sua intenção, as suas tentativas e o amor que coloca em cada dia.

Ser uma mãe suficientemente boa é, afinal, ser exatamente aquilo de que o seu filho mais precisa.

Um abraço cheio de respeito, ternura e gratidão a todas as mães que, todos os dias, dão o melhor de si.

Fátima Poucochinho
www.fatimapoucochinho.com

**“Mas eu já lhe expliquei mil vezes… e ele não me ouve!”**Quantas vezes já sentiu isto?A verdade é que, em momentos de ...
03/05/2025

**“Mas eu já lhe expliquei mil vezes… e ele não me ouve!”**
Quantas vezes já sentiu isto?

A verdade é que, em momentos de birra, choro ou frustração intensa, não é que a criança não queira ouvir — ela não consegue ouvir. E há uma explicação neurológica muito simples para isso.

O nosso cérebro tem várias áreas com funções diferentes.
A parte que nos ajuda a pensar, a refletir, a controlar impulsos e a compreender linguagem chama-se córtex pré-frontal.
Metaforicamente falando, podemos imaginar esta parte do cérebro como o “centro de controlo” de um avião.

Agora imagine isto:
Quando a criança está tranquila, o avião está a voar tranquilamente. O piloto (córtex pré-frontal) está ao comando, sem piloto automático, a tomar decisões.

Mas quando a criança entra em desregulação emocional — birra, medo, frustração, cansaço — o avião entra em turbulência...E quando isto acontece, o “piloto” sai do cockpit. Quem assume é o “modo automático de sobrevivência” — o cérebro mais instintivo, mais reativo.

E aqui está o ponto importante:
Enquanto a criança está em turbulência emocional, o piloto não está lá. Não adianta explicar, pedir, ameaçar ou dar lições, porque o cérebro não está preparado para ouvir.

O que ela precisa nesse momento é de algo muito mais básico, mas essencial:
Segurança.

Precisa sentir que o adulto está ali, presente, calmo, previsível. Alguém que não aumenta a tempestade, mas ajuda a passar por ela.

Validar a emoção, dizendo coisas como “vejo que estás mesmo zangado”, “eu entendo que isso te deixou triste”, é como dar à criança um “paraquedas emocional” que a vai ajudando a voltar ao controlo do avião.

Depois, quando a turbulência passa e o piloto volta ao comando, aí sim… o cérebro está novamente disponível para aprender, ouvir, conversar, pensar em alternativas.

Educar não é reagir no meio do caos. É esperar pelo momento certo para ensinar.
E esse momento vem depois da ligação, depois do acolhimento, depois da segurança.

Antes de ser capaz de nos ouvir, a criança precisa de se sentir segura com quem a está a guiar.

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
www.fatimapoucochinho.com

Endereço

Portimão

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 10:00 - 18:30
Terça-feira 10:00 - 18:30
Quarta-feira 10:00 - 18:30
Quinta-feira 10:00 - 18:30
Sexta-feira 10:00 - 18:30

Telefone

+351962209121

Notificações

Seja o primeiro a receber as novidades e deixe-nos enviar-lhe um email quando Fátima Poucochinho Psicóloga publica notícias e promoções. O seu endereço de email não será utilizado para qualquer outro propósito, e pode cancelar a subscrição a qualquer momento.

Entre Em Contato Com A Prática

Envie uma mensagem para Fátima Poucochinho Psicóloga:

Compartilhar

Categoria