19/09/2025
Existe uma enorme falta de informação dos pais sobre os verdadeiros perigos a que os adolescentes são expostos tanto nas redes sociais como esta, como das plataformas de jogos em rede. Mas, existe ainda mais nos jovens, que estão longe de imaginar aos que estão expostos, pela fase de desenvolvimento em que se encontram.
ADOLESCENTES EM PERIGO!
O parlamento francês chamou “um cancro” à rede social mais querida dos adolescentes, acusando-a de ser uma "armadilha algorítmica", prejudicial e perigosa, porque os expõe a conteúdos ilícitos, colocando, deliberadamente, em perigo a saúde e a vida dos utilizadores. Daí que tenha proposto a proibição de redes sociais a menores de 15 anos, e entre os 15 e os 18 um recolher noturno obrigatório. Recomendando uma medida que configure o “delito de negligência digital” para “os pais irresponsáveis”. O presidente francês apoia as propostas apresentadas, semelhantes às que já se aplicam na Austrália, onde menores de 16 anos são proibidos de aceder às redes sociais. E Ursula von der Leyen declarou que, até ao final do ano, virá a pedir a um painel de peritos conselhos sobre a melhor abordagem a levar a efeito na Europa sobre este tema.
Perante tantos sinais, tão exuberantes, de preocupação das autoridades sobre o efeito das redes sociais na adolescência não deveriam os pais assumir, de forma pró-activa, atitudes de proteção dos seus filhos?
Serão todas estas decisões exageradas e pouco ponderadas ou haverá uma espécie de défice de atenção de todos nós em relação aos riscos que os adolescentes parecem estar a ser, continuamente, expostos? E se houver - por desconhecimento; porque a consequência dessa exposição não se traduz, aos nossos olhos, desde logo, em comportamentos perigosos; ou porque ela se dá com os adolescentes dentro de casa e longe de “más companhias” - não poderão os pais, muito longe daquilo que imaginam, estar a incorrer em atitudes de negligência parental?
Havendo alterações claras do comportamento dos adolescentes em consequência da exposição às redes sociais, não será uma urgência de todos que do dolo, a determinar-se que existiu, se retirem as consequências devidas e que, entretanto, se tomem medidas de controle destes conteúdos?
É claro que destas medidas voltaremos a escutar o “é proibido proibir” ou o apelo à auto-regulação dos adolescentes. Mas serão eles crescidos e esclarecidos o suficiente para que, só por si, façam face a tantos perigos e saibam proteger-se, quando nós estamos a ter tantas dificuldades para o fazer?