26/10/2023
De uma forma simples e genérica, existem 4 grupos de psicofármacos: ansiolíticos, antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos.
Na ansiedade intensa e persistente são prescritos, sobretudo, ansiolíticos.
Mas será que podemos falar em tratamento?
Tratar, no contexto da saúde, remete para um processo conducente à cura ou a um estado muito próximo da mesma.
𝘊𝘶𝘳𝘢𝘳 (𝘤𝘶·𝘳𝘢𝘳)
1. 𝘙𝘦𝘴𝘵𝘢𝘣𝘦𝘭𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘰𝘶 𝘳𝘦𝘤𝘶𝘱𝘦𝘳𝘢𝘳 𝘢 𝘴𝘢ú𝘥𝘦; 𝘱ô𝘳 𝘧𝘪𝘮 𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘥𝘰𝘦𝘯ç𝘢.
2. 𝘚𝘢𝘳𝘢𝘳, 𝘵𝘳𝘢𝘵𝘢𝘳.
(…) 𝘪𝘯 𝘋𝘪𝘤𝘪𝘰𝘯á𝘳𝘪𝘰 𝘗𝘳𝘪𝘣𝘦𝘳𝘢𝘮 𝘥𝘢 𝘓í𝘯𝘨𝘶𝘢 𝘗𝘰𝘳𝘵𝘶𝘨𝘶𝘦𝘴𝘢
Reconhecer que não há nenhum fármaco que trate e ansiedade, ou qualquer outra doença mental, é reconhecer o domínio dos fatores psicológicos na origem e manutenção do sofrimento mental. Os ansiolíticos não tratam a ansiedade, controlam-na pela mitigação dos seus sintomas; sendo que estes se voltam a manifestar, a curto ou médio-prazo, quando se cessa a toma destes fármacos.
As limitações dos psicofármacos são incontornáveis. Falham no mais importante: na intervenção no conflito psicoafectivo que também é responsável pela modelação respostas orgânicas, entre as quais, a comunicação entre as células do sistema nervoso central. A psicoterapia é a única forma de aceder a este conflito que, sem ela, se vai mantendo inalterado e se vai perpetuando através, por exemplo, de uma ansiedade crónica, intermitente ou contínua.
O que eu tenho vindo a testemunhar, ainda assim, é uma cada vez mais consolidada preferência por uma oportunidade de autoconhecimento, como única via de transformação do sofrimento e de mudança psicológica, em detrimento da medicação. E o meu sentimento é de grata confiança de que o paradigma está a mudar!