
09/02/2023
Sou a Ângela, mãe da Maria, que, orgulhosamente, amamento desde 2020. Sou casada com o Pedro, que é músico, e que todos os dias torna a minha vida mais feliz e leve.
Sou licenciada em bioquímica e mestre em enologia, porque o tempo é demasiado curto para estudarmos só um assunto.
Fascina-me a condição humana, a interação da nossa espécie com o que nos rodeia e a forma como a vida em sociedade nos molda a todos.
Ser mãe mudou profunda e irremediavelmente a minha existência. No olho do furacão de um pós-parto de solidão e revolta (olá, pandemia. Olá, violência obstétrica), no momento em que sentia que tudo tinha falhado, agarrei-me àquilo que podia controlar e fiz da amamentação a minha bóia de salvação, aquilo que, tenho a certeza, me impediu de afogar numa depressão pós-parto. Li muito, muito. Blogs, grupos do Facebook, fóruns, centenas de artigos científicos (bendito PubMed) e fiquei capaz de debitar todos os porquês de o leite materno ser a melhor opção, a evolução da amamentação ao longo da história, a revolução industrial e a introdução dos leites artificiais, as questões-tabu da sexualização do corpo, do benefício do aleitamento em bebés com mais de seis meses, etc, bem como a parte fisiológica do processo, as questões hormonais, de nutrição, metabólicas e tudo o que envolve. Aprendi e ajudei-me a mim e a algumas amigas com bebés pequenos. Senti a minha dor como uma força motriz a guiar-me a fazer algo por mais mulheres e bebés com experiências de vida mais ou menos semelhantes à minha.
Nesse sentido (e obrigada a quem leu até aqui), decidi fazer formação formal e acreditada em aleitamento materno, de modo a poder prestar apoio fidedigno e certificado.
Tornei-me assessora de lactação e, desde então, tenho ajudado, apoiado, acalentado famílias nas suas jornadas de amamentação.
Ninguém é uma ilha. Não estamos sozinhos.
Obrigada por estarem aí. ❤️