“Construir caminhos.”
As glândulas salivares (GS) são órgãos anexos à primeira porção do tubo digestivo. Por se relacionarem anatomica e fisiologicamente com a boca, estas glândulas exócrinas podem ser consideradas como fazendo parte do aparelho estomatognático. A saliva desempenha variadas e importantes funções e alterações da sua quantidade ou qualidade predispõem à ocorrência de várias patologias.
Na população geral, o conhecimento sobre GS é exíguo ou nulo. Entre os profissionais de saúde, é de percepção que as doenças das GS são incomuns. Contudo, esta ideia é devida à disseminação do contacto dos problemas destes órgãos por diversas áreas do conhecimento e à dificuldade de distinção de alguns quadros clínicos com outras patologias, como patologia dento-alveolar ou orofaríngea.
A dispersão da abordagem das GS faz com que cada profissional contacte com um número mais reduzido de casos. Por outro lado, o confundimento com problemas em estruturas topograficamente próximas é responsável pelo sub-diagnóstico, o que – não obstante o reconhecimento de patologia salivar – pode conduzir a um tratamento inadequado ou à persistência da situação clínica.
Por forma a conseguir-se um diagnóstico correcto e atempado e uma terapêutica dirigida e eficaz, evitando situações indefinidas ou arrastadas, é essencial o conhecimento dos fundamentos da clínica das GS e a identificação das apresentações mais habituais e importantes. E é igualmente determinante a actualização sobre possibilidades de tratamento, especificamente as mais conservadoras.