01/08/2025                                                                            
                                    
                                                                            
                                            Ter depressão é ver o quarto inteiro sujo e bagunçado e não conseguir arrumar.
Ter ansiedade de querer arrumar todo o quarto, porque não consegue se sentir confortável nele como está.
Ter os 2 é chorar e não ter disposição para arrumar o quarto mesmo tentando muito.
Aquela imagem de um quarto sujo e bagunçado, onde a pessoa se sente paralisada, é um retrato poderoso da depressão. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) nos ajuda a entender que essa paralisia não é preguiça, mas um sintoma. 
A depressão pode distorcer nossos pensamentos (cognições), levando a crenças como "não consigo", "não vale a pena" ou "sou incapaz". Esses pensamentos negativos geram emoções de tristeza e desesperança, que por sua vez, resultam em comportamentos de inatividade e evitação, como não arrumar o quarto.
Por outro lado, a ansiedade pode nos impulsionar a querer arrumar tudo imediatamente, sentindo um desconforto intenso com a desordem. No entanto, essa urgência pode ser esmagadora, levando a um ciclo de tentativas frustradas e mais ansiedade. 
A TCC nos ensina a identificar e desafiar esses pensamentos ansiosos, como "preciso fazer tudo perfeito agora" ou "se não arrumar, algo ruim vai acontecer".
Quando depressão e ansiedade coexistem, o cenário se agrava: a vontade de arrumar (ansiedade) é anulada pela falta de energia e desesperança (depressão). 
A TCC propõe quebrar esse ciclo vicioso. Comece com pequenas ativações comportamentais: escolha uma única peça de roupa para dobrar, um copo para lavar. 
Não se preocupe com a perfeição, apenas com o início. Cada pequena ação, por menor que seja, é uma evidência contra os pensamentos negativos e um passo para retomar o controle. Identifique os pensamentos automáticos que surgem ("isso é inútil", "não vai adiantar") e questione-os. 
A mudança começa com um pequeno passo, tanto no quarto quanto na mente.