Na Primavera de 2006, dois jovens cirurgiões gerais, Jaime Vilaça e Luís Miguel Couceiro, encontraram-se em Estrasburgo no European Institute of Telesurgery para estagiar. O entusiasmo nas técnicas minimamente invasivas para diagnóstico e terapêutica consumiu horas de intensos debates que os levavam constantemente a confrontar a realidade portuguesa. A abrangência e transversalidade, da laparoscopia à endoscopia, das técnicas de radiologia de intervenção às novas abordagens transviscerais, em tudo expunham dois aspectos prementes: por um lado o constante desenvolvimento tecnológico e as suas implicações económicas, por outro a necessidade de uma aprendizagem técnica e teórica que acompanhasse a evolução dos tempos. A apreciação desta realidade mostrava difíceis barreiras a derrubar para a generalização destes procedimentos. Não obstante a transversalidade de muitas técnicas, como é exemplo a laparoscopia, estas são tratadas por diferentes especialidades como estanques e exclusivas, quando existe todo um património tecnológico, técnico, conceptual e de planificação que constitui um valioso denominador comum que vale a pena explorar. No tocante ao investimento na formação a regra geral é que resulta de iniciativas individuais, muitas vezes em fase avançada de carreira como se de mais um degrau se tratasse na técnica clássica. A ideia de formação de uma associação jovem, multidisciplinar, de divulgação e com forte componente incentivador e pedagógico, surgiu com o altruísmo de tentar contrariar a rota que nos diverge dos países mais evoluídos. De regresso a casa, a ideia consolidou-se e encontrou quórum num grupo de 5 cirurgiões gerais que em Outubro de 2006 fundaram oficialmente a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva (spcmin). Foram eles:
Luís Miguel Couceiro do Hospital de Trás os Montes e Alto Douro
Jaime Vilaça do Hospital de Santo António no Porto
Rui Mendes da Costa do Hospital de Valongo
Humberto Cristino de Hospital de S. João no Porto
Mário Marcos do Hospital de Santo António no Porto
O tempo passou e a ideia maturou. Outras iniciativas iam surgindo, e foi o encontro feliz desses sonhos que fez passar da teoria à prática com uma conversa com o Dr. Novo de Matos, responsável da Unidade de Vídeo-Cirurgia do Hospital de S. Entusiasmado com aquela que também era a sua meta, organizou a primeira reunião da emergente sociedade com representatividade nacional. Foi no Luso a 14 de Abril de 2007. Éramos onze. Seguiu-se a realização da Assembleia-geral com a eleição dos corpos sociais em 22 de Setembro. Em Maio de 2008 organizamos o 1º Congresso Nacional e outras iniciativas foram concretizadas noemadamente a realização de cursos de laparoscopia básicos e avançados.