22/12/2020
Quando falo repetidas vezes sobre o ato meditativo, não me refiro a permanecer de pernas traçadas, sentado no chão, de olhos fechados a tentar não pensar em nada. A meditação começa sentado de olhos fechados e transcende a todos os níveis da vida. Quando me alimento, quando tomo banho, quando convivo com outras pessoas, quando passeio, tento permanecer em estado meditativo. E permanecer neste estado é estar consciente do momento presente, é dar uso aos meus sentidos de forma a poder estar o máximo possível presente, num determinado sítio, naquele determinado momento. Quando fiz esta viagem a Varsóvia estava longe de saber o que era isto, mas já tinha um vislumbre do prazer que é apreciar o momento presente. Eu, que não gosto de frio, pude apreciá-lo, sem questionar, saboreando a capacidade da minha pele e do meu corpo poder senti-lo. Senti os odores no ar, dos fritos, do vinho quente típico da Polónia, observei as expressões de tristeza e de alegria nas pessoas que por mim passavam, aprendi e percebi que tenho prazer em tocar em texturas e, por isso, tocava em pedras de monumentos, em relevos e estátuas, madeiras e pedra. Apreciei a arquitetura e a paisagem envolvente e deixei apurar o meu sentido de presente. Hoje, 3 anos depois, percebo já conscientemente o quão vantajoso é poder desenvolver este “músculo” mental e poder levar este estado meditativo para o meu dia a dia, no stress do trabalho e das situações que diariamente vivemos, tanto as boas, como as más, como as neutras. O presente é o único momento que temos garantido e, ainda assim, demoramos tanto tempo para o perceber. Um feliz e santo Natal para todos 🤍✨