03/10/2025
Mais serviços médicos, mais especialidades, salvaguarda dos direitos dos trabalhadores, etc ...
Antes diziam que era para fechar, agora já é para vender a privado, após passagem para a gestão da misericórdia 🤬🤡
Ganhem juízo
O futuro do hospital de S. João da Madeira vem sendo noticia nos últimos dias, seja em campanhas eleitorais, redes sociais ou petições públicas, abordado por vezes com excesso de ruído e relevantes equívocos, sem a necessária informação. Travar o infundado alarme social e estabelecer a confiança em quem estima este bem social da cidade, justifica os esclarecimentos aqui prestados.
Primeiramente, uma afirmação categórica: o hospital de S. João da Madeira não vai fechar. Depois, uma segunda afirmação categórica: o hospital vai manter-se no SNS, com acesso livre e gratuito a todas as pessoas que dele precisem. Apenas muda a gestão, que passa para a Misericórdia, uma instituição centenária dos sanjoanenses e da cidade, sua proprietária. A Misericórdia construiu o hospital para servir os sanjoanenses, e agora vai retomá-lo com a mesma Missão, servir os sanjoanenses.
Nas negociações em curso para tratar da mudança da gestão está assente que a atividade do hospital dirigida à população de S. João da Madeira vai aumentar. A cirurgia de ambulatório manter-se-á muito relevante, mas acrescentar-se-á a cirurgia de internamento, atividade que hoje o hospital não tem.
A cirurgia será referenciada pela Consulta Externa, onde os doentes chegarão encaminhados pelos Centros de Saúde / USF, sendo que deverão ter disponíveis consultas em mais cinco especialidades para além das nove que já existem (Cirurgia Geral, Ginecologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Ortopedia, Gastroenterologia, Cardiologia, Pneumologia e Urologia, Cirurgia Plástica, Medicina Interna, Medicina Física e Reabilitação, Pediatria e Nutrição). Com menos tempo de espera pela consulta do que atualmente.
Apenas as especialidades de Oncologia e Saúde Mental/ Psiquiatria saem para o Hospital S. Sebastião, mas essa não é uma consequência da alteração da gestão. É uma decisão da ULS de Entre Douro e Vouga já anteriormente tomada, estando estas provisoriamente no Hospital de S. João da Madeira até que se concluam as obras nas novas instalações, em Santa Maria da Feira. Assim estava previsto, assim será, independentemente da passagem da gestão.
Nos meios de diagnóstico haverá imagiologia e análises clínicas. E o Serviço de Urgência Básica continuará a existir, mas agora a funcionar 24h por dia, todos os dias da semana, todo o ano, ficando conectado com a Linha SNS 24, tornando-a numa urgência de referência regional para doentes agudos menos urgentes (pulseiras verdes e azuis).
Quanto aos trabalhadores, terão o direito de optarem. Se escolherem trabalhar no hospital de S. João da Madeira sob gestão da Misericórdia não perderão o vínculo público e terão rigorosamente respeitados os atuais direitos e antiguidade.
Estes são pressupostos já acordados, sendo que não há (ainda) um acordo porque o SNS tem de informar as quantidades de produção que pretende contratar (em linha com o histórico do hospital) e que financiamento se propõe atribuir. Só quando estes dados estiverem disponíveis e conciliados entre as partes, haverá um acordo fechado. Nessa altura, os seus termos serão prontamente divulgados aos sanjoanenses, aos atores institucionais e políticos.
Em resumo, e para que não sobrem dúvidas: o hospital de S. João da Madeira vai continuar no SNS, a prestar um serviço público e gratuito, gerido pela Misericórdia, com mais valências e uma maior proximidade aos sanjoanenses, ficando nas mãos destes a gestão do seu futuro.
Quando o processo for consumado e o funcionamento do hospital estiver consolidado, o número de sanjoanenses aqui tratados sem precisarem de transferência para Santa Maria da Feira vai aumentar exponencialmente. O hospital será um destino e não um mero ponto de passagem.
A Misericórdia não vai deixar que o hospital se degrade ou desapareça, nem vai deixar que fique como está hoje. Tem de se desenvolver, servindo os sanjoanenses e as populações vizinhas. É para realizar esta Visão que está empenhada em assumir a sua gestão.
O Provedor
Francisco Nélson Pereira Lopes