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Erros Sensoriais e Descompasso SensorialPorque é que o cérebro parece, por vezes, "desligado" — e como trazê-lo de volta...
31/10/2025

Erros Sensoriais e Descompasso Sensorial
Porque é que o cérebro parece, por vezes, "desligado" — e como trazê-lo de volta ao funcionamento normal

Quando os doentes me dizem: "Sinto que algo está errado no meu próprio corpo", estão a descrever a experiência de um erro sensorial. Quando acrescentam: "e o mundo não corresponde ao que sinto", trata-se de uma discrepância sensorial. Não se trata de defeitos de carácter ou de queixas vagas; são fenómenos mensuráveis ​​de um cérebro preditivo que tenta manter um corpo complexo em equilíbrio num mundo agitado.

A seguir, vamos analisar o signif**ado destes termos, a ciência por detrás deles, como se desenvolvem, o que corre mal em diferentes condições e — mais importante — o que podemos fazer a esse respeito.

O que é um “Erro Sensorial”?
Um erro sensorial é a diferença entre o que o seu cérebro espera sentir e o que o corpo realmente regista. Pense no cérebro como um mecanismo de previsão: prevê o próximo milésimo de segundo de visão, equilíbrio, tato, som e sinais internos. Quando a entrada real se afasta desta previsão, a diferença é um erro. O cérebro usa este erro para atualizar o seu modelo de si no mundo.

Num sistema saudável, os pequenos erros são normais e úteis; refinam o movimento, a postura e a perceção.

Num sistema desregulado, os erros são demasiado grandes, demasiado frequentes ou demasiado ambíguos, pelo que o cérebro não consegue reduzi-los de forma eficiente. Fadiga, tonturas, dor, ansiedade e “névoa mental” surgem, normalmente, de seguida.

O que é uma “Incompatibilidade Sensorial”?
Uma incompatibilidade sensorial ocorre quando dois (ou mais) fluxos sensoriais discordam sobre o mesmo evento. Os seus olhos dizem que o ambiente está parado, mas o seu sistema vestibular diz que se está a mover (navio de cruzeiro, headset de realidade virtual). Ou as suas articulações dizem que está a inclinar-se enquanto a sua visão insiste que está direito. Esta discrepância obriga o cérebro a escolher, reponderar ou fundir informações contraditórias. Se ele não consegue reconciliá-las rapidamente, sente-se desorientado, enjoado, irreal ou inseguro.

A Investigação, em Linguagem Simples
A neurociência moderna define o cérebro como um órgão preditivo e bayesiano: minimiza as surpresas comparando as previsões com os dados recebidos (erro de previsão) e reponderando as sensações de acordo com a sua precisão (confiança). Diversas linhas de investigação clássicas tornam isto concreto:

Integração multissensorial (colículo superior, córtex parietal posterior, junção temporoparietal): o cérebro funde a informação visual, auditiva, táctil, vestibular e propriocetiva quando esta concorda e separa-a quando entra em conflito.

Paradigmas de ilusão (Mão de Borracha, McGurk, conflito visual-vestibular): as discrepâncias controladas demonstram a facilidade com que o cérebro pode ser persuadido a adoptar um modelo corporal ou do mundo impreciso quando um canal é sobrecarregado.

Modelos internos do cerebelo: o cerebelo prevê as consequências sensoriais do movimento; erros grandes e persistentes levam à recalibração (como na adaptação prismática).

Reponderação vestíbulo-visual: após lesão vestibular, a recuperação bem-sucedida correlaciona-se com a reponderação flexível em direção à visão e proprioceção, seguida pela reintegração gradual das pistas vestibulares.

Interocepção e ínsula: a discrepância entre o estado corporal e a sua previsão amplif**a a ansiedade, a dor e a disautonomia.

Codif**ação preditiva na dor, enxaqueca e perturbações funcionais: quando a ameaça ou dor esperada é elevada e a precisão sensorial é baixa, o cérebro pode "explicar" a entrada ambígua como dor, tontura ou fadiga.

Desenvolvimento: Como os Sistemas Aprendem a Comunicar
Desde a infância que o cérebro se está a calibrar:

Primeiros meses: Os reflexos primitivos desaparecem à medida que a visão, a entrada vestibular e a propriocepção aprendem a alinhar-se. O cerebelo e o tronco cerebral constroem mapas temporais; o córtex parietal constrói o esquema corporal.

Primeira infância – infância: Janelas de oportunidade para os movimentos oculares, postura, marcha e coordenação óculo-manual. Os fluxos sensoriais são podados, sincronizados e recebem "pesos".

Adolescência: A integração refina-se sob carga — desporto, leitura, stress social, ecrãs, veículos — testando a flexibilidade de reponderação.

Idade adulta: A integração é robusta, mas plástica; lesões, doenças ou sobrecarga podem desajustar o sistema. Com treino, pode ser reajustado.

O que corre mal?

Erro de canal único: Um sensor está ruidoso (por exemplo, proprioceção do pescoço após uma lesão cervical). O cérebro diminui o peso deste sensor ou f**a preso a ele, levando a mapas distorcidos. Incompatibilidade multicanal: Dois ou mais sistemas discordam (por exemplo, movimento visual + vestibular estático). Se o cérebro não consegue reponderar de forma flexível, os sintomas persistem e generalizam-se.

O que acontece no cérebro durante os erros e incompatibilidades?

Cerebelo: calcula os erros de previsão de movimento e recalibra os modelos internos.

Núcleos vestibulares do tronco cerebral: resolvem conflitos visuais-vestibulares; projetam-se para centros autónomos (náuseas, frequência cardíaca).

Córtex parietal posterior e junção temporoparietal (JTP): fundem a informação sobre a perceção do corpo no espaço; incompatibilidades aqui são sentidas como inclinação, deriva ou despersonalização.

Ínsula e cíngulo anterior: rastreiam o erro interoceptivo; se amplif**ado, a experiência manifesta-se como ansiedade, palpitações e desregulação da respiração.

Redes pré-frontais: estabelecem expectativas; elevada ameaça/previsão pode "explicar" informação ambígua como dor ou tonturas.

Gânglios da base: ajustam o ganho de movimento; A instabilidade na perceção do peso corporal é sentida como início e paragem abruptas, sobrecarga ou bradicinesia.

Centros autónomos (NTS, hipotálamo): propagam esta discrepância, provocando náuseas, suores e tonturas.

Sistemas Sensoriais Envolvidos
Visão: acuidade visual, alinhamento ocular, vergência, perseguição visual, sacadas, fluxo ótico.

Vestibular: canais semicirculares (rotação), otólitos (inclinação/translação), perceção da gravidade.

Propriocepção: fusos musculares, mecanorrecetores articulares (especialmente na coluna cervical e nos pés).

Somatossensação: tacto ligeiro, vibração, dor, temperatura.

Audição: pistas espaciais, perceção temporal, intensidade (relacionadas com o equilíbrio e a atenção).

Interoceção: batimentos cardíacos, respiração, intestino, temperatura, estados hormonais.

Olfato/Gustação: contexto e acoplamento autónomo.

Cópia Eferente Motora: o que o cérebro enviou versus o que percebeu que aconteceu.

Combinações Comuns de Erros e Inconsistências (Exemplos)
Visual-Vestibular: corredores de supermercado, scroll, realidade virtual → tonturas, náuseas, confusão mental.

Propriocepção Cervical-Vestibular: lesão do pescoço + equilíbrio → inclinação, oscilação, dores de cabeça.

Visão-Propriocepção: má coordenação ocular + instabilidade nos pés → marcha desajeitada, fadiga ao ler.

Interocepção-Exterocepção: palpitações em ambiente silencioso → ansiedade, desrealização.

Motor-Sensorial (Eferência-Aferência): intenção versus sensação → ataxia, atraso, correções semelhantes a tremores.

Perceção Temporal Auditivo-Visual: ambientes ruidosos → sobrecarga, desencadeadores de enxaqueca.

Termo/Nocepção-Propriocepção: disfunção das fibras finas → sensação de queimadura ao toque ligeiro.

Condições que envolvem frequentemente erros/desfasamentos sensoriais
Perturbações pós-concussão e pós-universitárias (incluindo PPPD)

Enxaqueca (especialmente sensibilidade ao movimento visual)

Lesão cervical em chicote e vertigem cervicogénica

Disfunção da visão binocular, insuficiência de convergência

Enjoo, cinetose (enjoo cibernético)

Distúrbios neurológicos funcionais

Dor crónica, SDRC (Síndrome de Dor Regional Complexa), fibromialgia

Perturbação do espectro do autismo e diferenças no processamento sensorial

PHDA (Perturbação de Débarquement) e perturbação do desenvolvimento da coordenação

Disautonomia/POTS (desfasamento interoceptivo)

Ansiedade, despersonalização/desrealização

Neuropatias (fibras finas), desaferentação periférica

Síndromes parkinsonianas e cerebelosas (défices de recalibração)

Sintomas típicos relatados pelos doentes

“O chão parece um trampolim.”

“Os supermercados dão-me enjoo.”

“A minha cabeça está pesada; o meu corpo está leve.” “Estou aqui, mas não estou.”

Visão turva ou intermitente com movimentos da cabeça

Calor, ardor ou frio interpretados erradamente como dor

Fadiga, confusão mental, dificuldade de concentração

Ansiedade que surge com os sinais do corpo

Como os erros sensoriais se tornam persistentes

A perturbação inicial (lesão, doença, stress, sobrecarga) aumenta o erro.

As estratégias de proteção (evitação, contração, dependência visual) reduzem a exposição, mas congelam a ponderação desadaptativa.

A ameaça preditiva aumenta; o cérebro atribui uma elevada precisão à previsão e uma baixa precisão aos novos dados.

Generalização: os gatilhos propagam-se — viagens de carro → lojas → ecrãs → ambientes sociais.

O descondicionamento e a deriva autonómica amplif**am os sintomas para estímulos cada vez mais pequenos.

Avaliação: Identif**ando a Discrepância
Histórico de gatilhos (fluxo ótico, movimentos da cabeça, padrões complexos, calor/frio, esforço cardiovascular)

Te**es de movimento ocular (perseguição visual, sacadas, reflexo vestíbulo-ocular, estabilidade da fixação, vergência)

Equilíbrio e marcha em diferentes condições (olhos abertos/fechados, superfícies complacentes, movimento da cabeça)

Erro de posicionamento da articulação cervical (alvo laser, precisão de relocalização)

Acuidade visual dinâmica, impulso cefálico, sensibilidade optocinética

Tarefas interocetivas (respiração ritmada, monitorização da frequência cardíaca)

Carga cognitiva com o movimento (custo da dupla tarefa)

Te**es de reponderação sensorial (qual o canal dominante? qual o subutilizado?)

Tratamento: Como Reajustamos o Sistema
Princípios

Especificidade: treinar a discrepância exata que provoca os sintomas, na dose correta.

Exposição gradual: desafio suficiente para criar erros corrigíveis, mas não o suficiente para causar sobrecarga.

Reponderação: reduzir temporariamente um canal excessivamente dominante e amplif**ar o subutilizado, reintegrando-os de seguida.

Contexto e estado: a regulação autonómica (respiração, ritmo, sono) melhora a precisão dos sinais.

Ferramentas e Exemplos

Vestibular-Visual

Estabilização do olhar (VOR x1/x2) progredindo para fundos complexos.

Exposição optocinética com parâmetros controlados.

Movimentos de cabeça durante a marcha; seguida, adicionar alvos visuais e realizar tarefas duplas.

Dosagem gradual do fluxo ótico em VR/AR ou em ecrã.

Propriocepção Cervical

Ativação dos músculos flexores/extensores profundos do pescoço; posicionamento da omoplata.

Tarefas de precisão de reposicionamento da cabeça laser. Torção cervical com perseguição suave (conforme tolerado).

Terapias manuais e de movimento para restaurar a aferência articular.

Visão e Oculomotor

Terapia de vergência, acomodação, exercícios de perseguição/sacadas relacionados com a postura.

Trabalho de visão ambiente (consciência periférica) com equilíbrio.

Estratégias com prismas ou oclusão em casos selecionados, com plano de desmame.

Propriocepção e Pés

Exposição à textura dos pés descalços; formação com apoio curto.

Progressões de postura: firme → espuma → estreito → unipodal com movimento da cabeça.

Tarefas locomotoras com superfícies e ritmos variáveis.

Interocepção e Sistema Nervoso

Respiração em frequência ressonante; trabalho de tolerância ao CO₂.

Sustentação isométrica ou cardio ligeiro para titular a sensibilidade do barorreflexo.

Digitalização corporal com movimento (emparelhamento interocepção + exterocepção).

Sincronização Auditivo-Visual

Sincronização com metrónomo; Exercícios de sincronização audiovisual.

Exposição ao campo sonoro com controlo de intensidade e complexidade.

Mapeamento da dor e do corpo.

Imagética motora graduada, discriminação esquerda/direita, terapia com espelho.

Treino de discriminação táctil e contraste de temperatura.

Integração Cognitivo-Motora

Progressão de dupla tarefa (caminhada + recordação; equilíbrio + cálculo).

Alternância de tarefas sob fluxo ótico leve.

Âncoras de Estilo de Vida

Regularidade do sono e higiene da luz (luz do dia de manhã, penumbra à noite).

Estabilidade glicémica e hidratação para reduzir o ruído na interocepção.

Dosagem de força e resistência para melhorar a relação sinal-ruído.

Competências de gestão do stress: ritmo, limites e rituais de recuperação.

Adjuvantes (quando apropriado)

Filtros visuais temporários ou lentes coloridas para sensibilidade ao movimento.

Estimulação vestibular ruidosa ou ressonância estocástica (casos seleccionados).

Adjuvantes de neuromodulação (p. ex., tDCS/TMS) combinados com treino específico.

Suporte farmacológico para enxaqueca, distúrbios vestibulares ou disfunção autonómica grave como parte de um plano coordenado.

Uma Estrutura de Progressão Simples

Estabilize a base: respiração, sono, nutrição, ritmo diário suave.

Mapeie o erro: identifique o gatilho mais pequeno fiável.

Dose a discrepância: 3 a 8 minutos de exposição específ**a, 1 a 2 vezes por dia, sem sobrecarga.

Reajuste e realinhe: priorize os canais subutilizados (por exemplo, reduza os estímulos visuais enquanto carrega o sistema vestibular/propriocetivo) e, em seguida, reintegre a visão.

Aumente a complexidade: adicione tarefas cognitivas, velocidade e ambientes.

Generalizar para a vida: dos exercícios clínicos → casa → comunidade → desporto/trabalho.

Reveja e reajuste: recalibre semanalmente os limites e as metas.

Como se sente quando funciona
Os gatilhos tornam-se pequenos "sinalizações" em vez de ondas gigantes.

A sua postura e movimentos oculares parecem fluidos, menos "fixos".

Pode fazer compras, andar de carro, ler e navegar na internet durante mais tempo com menos esforço.

A ansiedade diminui porque os sinais do seu corpo voltam a fazer sentido.

O mundo parece estável; sente-se presente nele.

Considerações finais
Os erros e incompatibilidades sensoriais não são o inimigo; são mensagens. Num sistema resiliente, estas mensagens orientam a adaptação. Num sistema sensibilizado, tornam-se repetitivas e impactantes. O caminho a seguir não é silenciar os sentidos, mas ensiná-los a funcionar em harmonia novamente — um sinal, uma respiração, um desafio cuidadosamente doseado de cada vez.

https://drtraster.substack.com/p/sensory-errors-and-sensory-mismatch?fbclid=IwY2xjawNxZ3tleHRuA2FlbQIxMABicmlkETFaN09vd0djU3JRZjA4TGR5AR51kW17OfxyGCqZUcKnABPH3qYkC3wYCcbfrmviCWAFDHh891fV7LEDljTfaw_aem__Gz9xybxULy1Usmwvs83Ug

Why the brain sometimes feels “off”—and how to bring it back online

O sistema vestibular é um sistema sensorial responsável por fornecer ao nosso cérebro informação sobre o movimento, a po...
31/10/2025

O sistema vestibular é um sistema sensorial responsável por fornecer ao nosso cérebro informação sobre o movimento, a posição da cabeça e a orientação espacial; está também envolvido em funções motoras que nos permitem manter o equilíbrio, estabilizar a cabeça e o corpo durante o movimento e manter a postura.

Quando um abraço se torna sombrio: como os parceiros manipuladores usam o toque.O toque pode fortalecer laços e acalmar ...
24/10/2025

Quando um abraço se torna sombrio: como os parceiros manipuladores usam o toque.

O toque pode fortalecer laços e acalmar o stress, mas nem todo o afeto é sincero. Um novo estudo revela que as pessoas com traços da "tríade negra" — narcisismo, psicopatia e maquiavelismo — utilizam frequentemente o toque físico para controlar ou manipular os seus parceiros românticos.

As mulheres com estes traços eram mais propensas a usar o toque de forma manipulativa, embora não gostassem de ser tocadas, enquanto os homens ansiosos usavam o toque para se tranquilizarem. As descobertas revelam que mesmo gestos que parecem amorosos podem mascarar o controlo e a intenção egoísta.

Factos Principais:

Toque Manipulador: As pessoas com elevados níveis de narcisismo, psicopatia e maquiavelismo utilizam frequentemente o toque para controlar os seus parceiros.
Diferenças de Género: As mulheres com traços da tríade sombria resistiam ao toque, mas usavam o toque de forma manipulativa; os homens usavam o toque para se tranquilizarem.
Potencial Terapêutico: Compreender o uso indevido do toque pode orientar intervenções que promovam o afeto saudável e recíproco.
Fonte: Universidade de Binghamton

Um abraço pode acalmar a mente, reduzir o stress e, de facto, ativar a oxitocina, a "hormona do amor", no corpo. Mas uma nova investigação da Universidade Binghamton, Universidade Estadual de Nova Iorque, revela que nem todos os abraços são inofensivos – alguns parceiros usam o toque como forma de controlo.

As pessoas com traços de personalidade da "tríade negra" – narcisismo, psicopatia e maquiavelismo – são mais propensas a usar o toque para manipular os seus parceiros, de acordo com um novo artigo publicado na Current Psychology por Richard Mattson, professor de Psicologia na Universidade de Binghamton, e uma equipa de estudantes.

"A novidade no nosso trabalho não está apenas na identif**ação de usos problemáticos do toque – é na ligação destes comportamentos ao tipo de pessoa que tende a usá-los com um parceiro romântico", disse Mattson.

"Não só não se obtêm os benefícios do toque nestas relações, como o outro lado disto é que são poderosas, pelo que podem ser usadas ao serviço de si mesmo, em detrimento do parceiro na relação."

Um dos focos da ciência dos relacionamentos nos últimos anos tem sido a forma como as pessoas podem aproveitar o toque nos relacionamentos para promover a saúde geral do relacionamento. Enquanto a maioria dos psicólogos interessados ​​neste tema se concentra nos benefícios do toque, Mattson e a sua equipa queriam explorar o lado mais sombrio.

“É um tema bastante discutido na ciência dos relacionamentos, mas adotamos uma perspetiva ligeiramente diferente, referindo que nem todas as formas de toque são bem-intencionadas, mesmo que, topograf**amente, pareçam semelhantes a outros tipos de toque”, disse Mattson.

“O que estávamos a observar é o uso manipulador do toque, juntamente com a preferência do indivíduo por não ser tocado.”

A equipa investigou como os estilos específicos de vinculação e os traços de personalidade impactam a forma como as pessoas dão e recebem afeto físico nas relações íntimas.

Entrevistaram mais de 500 estudantes universitários, perguntando sobre o seu conforto geral ao serem tocados, até que ponto se esquivariam ao toque devido ao desconforto e ao seu uso do toque de formas que não são benéf**as para a outra pessoa.

Descobriram que aqueles com traços de personalidade da "tríade sombria": psicopatia, narcisismo e maquiavelismo (ou seja, astuto, manipulador) são mais propensos a usar o toque para manipular o seu parceiro numa relação.

Os resultados variaram consoante o género. Para os homens, o conforto ao ser tocado estava mais associado à insegurança na relação.

Os homens ansiosos sobre o seu estado de relacionamento eram mais propensos a usar o toque para obter segurança das suas parceiras, enquanto aqueles que se sentiam desconfortáveis ​​com a proximidade não gostavam de ser tocados, independentemente de outros traços de personalidade.

As mulheres que possuíam traços da "tríade sombria" sentiam-se mais desconfortáveis ​​quando eram tocadas, mas eram mais propensas a utilizar o toque como meio de manipulação.

As pessoas com altos níveis de traços da tríade sombria tendem a ter relações românticas de curto prazo, disse Mattson. Estão repletos de dificuldades, por vezes até de violência. No entanto, os investigadores não sabem muito sobre como estes traços se manifestam especif**amente nos relacionamentos.

“Presume-se que o cerne destes traços seja uma orientação ‘eu, primeiro, tu, segundo’”, disse Mattson.

“E estávamos a examiná-lo tal como se manifesta em algo extremamente importante para as relações, que é a forma como os indivíduos se orientam e trocam afeto através do toque. Por isso, pensámos que este poderia ser um mecanismo-chave para explicar os problemas que os indivíduos com traços da tríade sombria enfrentam nos relacionamentos”.

Mattson disse que esta informação poderia ajudar a identif**ar áreas para potencial intervenção clínica.

“O toque por si só pode ser paliativo para situações em que alguém precisa de apoio, e sabemos que isso tem efeitos positivos na saúde, mesmo que a pessoa considere o toque físico aversivo”, disse Mattson.

“Podemos potencialmente alavancar o toque nestes cenários para ter intervenções na linha da frente e baratas para aqueles que não aprenderam a usar o toque de formas saudáveis ​​e recíprocas e, em vez disso, dependem dele para controlo ou autoproteção?”

https://neurosciencenews.com/dark-triad-touch-manipulation-29838/?fbclid=IwY2xjawNoGXRleHRuA2FlbQIxMABicmlkETFaN09vd0djU3JRZjA4TGR5AR6PaQmvGXpV1Trb0gbfQAQqmP-umZ1Qv-WEWrkkjpNiCTinqjLqUxJ2JtCOrw_aem_NJuA6kxxNzjnv3baweritA

A new study reveals that people with “dark triad” traits—narcissism, psychopathy, and Machiavellianism—often use physical touch to control or manipulate their romantic partners.

24/10/2025
A organização motora hierárquica do sistema nervoso central envolve distintos níveis de controlo: o córtex pré-frontal p...
14/10/2025

A organização motora hierárquica do sistema nervoso central envolve distintos níveis de controlo: o córtex pré-frontal para o planeamento de alto nível, o córtex pré-motor e o córtex motor primário para sequenciamento e execução, os gânglios da base e o cerebelo para modulação e coordenação, e a medula espinhal para transmissão de comandos e execução de reflexos.

Esta estrutura permite movimentos voluntários complexos, com níveis mais elevados a especif**ar o objetivo e níveis mais baixos a lidar com a execução detalhada dos comandos musculares.

Eis alguns exemplos dos diferentes níveis de controlo motor:
• Associação e córtex pré-frontal: Responsável pelo nível mais elevado de planeamento. Determina a necessidade de movimento e a intenção de movimento, integrando a informação sensorial para preparar o sistema motor.
• Córtex pré-motor e área motora suplementar: Estas áreas estão envolvidas na organização da sequência de movimentos e na preparação do corpo para a ação. A área motora suplementar é crucial para a coordenação dos movimentos bilaterais.
• Córtex motor primário: Esta região é o local onde o movimento é iniciado. Contém um mapa motor do corpo e envia comandos específicos através da medula espinhal para ativar os músculos necessários para uma ação específ**a.
• Gânglios da base: Atua como modulador, selecionando e iniciando programas motores e controlando parâmetros de movimento como a velocidade, a força e a amplitude.
• Cerebelo: Desempenha um papel crítico na coordenação de movimentos, no tempo e no ajuste fino para precisão e equilíbrio. Trabalha em conjunto com os gânglios da base.
• Medula espinal: O nível mais baixo na hierarquia, que recebe sinais do cérebro e os executa através da ativação de neurónios motores que controlam músculos específicos. Contém também os circuitos neurais para os reflexos, que podem ser acionados independentemente do cérebro.

De um modo geral, o movimento é fundamental para todos os aspetos da nossa vida. Da respiração ao andar, da escrita ao franzir da testa, cada comportamento é controlado pelo sistema motor.

Porque é tempo de reformar o Índice de Massa CorporalUm número crescente de investigadores defende o fim do IMC como med...
07/10/2025

Porque é tempo de reformar o Índice de Massa Corporal

Um número crescente de investigadores defende o fim do IMC como medida de saúde, argumentando que é ultrapassado, enganador e baseado na discriminação. A métrica, uma simples relação peso/altura, não tem em conta a distribuição de gordura, massa muscular, idade ou etnia — mas ainda assim influencia as decisões médicas e a perceção pública.

Um novo estudo insta os decisores políticos a deixarem de depender do IMC e, em vez disso, a concentrarem-se em indicadores holísticos de bem-estar. Os investigadores realçam que redefinir a saúde é essencial para reduzir o estigma e melhorar os cuidados a diversas populações.

Factos Principais:

Medida Desatualizada: O IMC nunca foi concebido como uma ferramenta de saúde e não capta a verdadeira composição corporal.
Consequências Prejudiciais: A dependência do IMC reforça o estigma e restringe o acesso médico a muitos grupos.
Nova Direção: Os investigadores recomendam a substituição do IMC por métricas que reflitam melhor a saúde e o bem-estar geral.
Fonte: Universidade de Waterloo

À medida que novos dados do Statistics Canada revelam que dois terços dos canadianos são considerados com excesso de peso ou obesidade, os investigadores estão a exortar o público e os decisores políticos a repensar a forma como definimos e medimos a saúde — começando por uma das métricas mais utilizadas — o índice de massa corporal (IMC).

Durante décadas, o IMC — uma simples relação entre o peso e a altura — tem sido tratado como um padrão de ouro na saúde pública e na prática médica. Influencia tudo, desde aplicações de fitness até decisões clínicas sobre elegibilidade para cirurgia e controlo da dor.

Mas, de acordo com um novo estudo liderado por Waterloo, o IMC conta apenas uma fração da história da saúde de uma pessoa e faz mais mal do que bem quando é utilizado.

“Está a tornar-se cada vez mais conhecido que o IMC não mede o que muitas pessoas pensam”, disse o Dr. Aly Bailey, principal autor do estudo e professor no Departamento de Estudos de Recreação e Lazer de Waterloo.

“Não consegue distinguir entre músculo e gordura, não tem em conta o local onde a gordura está distribuída no corpo e ignora fatores importantes como a idade, o s**o e a raça. Duas pessoas podem partilhar o mesmo IMC, mas ter perfis de saúde completamente diferentes”.

Os investigadores alertam que as limitações do IMC têm consequências no mundo real. Pode influenciar o acesso a cuidados médicos, reforçar estereótipos prejudiciais sobre corpos “normais” e contribuir para o estigma — especialmente para pessoas com corpos racializados, deficientes, idosos ou volumosos.

Originalmente desenvolvido no século XIX para identif**ar estatisticamente o “homem médio”, o IMC é uma medida baseada na altura e no peso.

“No entanto, o que muitas pessoas geralmente não sabem é que o IMC nunca foi criado a pensar na saúde”, disse Bailey.

“Em vez disso, era uma ferramenta estatística utilizada para justif**ar ideias ra***tas e antigordura e outras formas de discriminação. Rapidamente se tornou uma suposta medida de saúde, beleza e fitness”.

Com base em apelos feitos por ativistas, o estudo descreve possíveis caminhos a seguir. Uma abordagem é continuar a utilizar o IMC, mas apenas com o reconhecimento explícito do seu historial ra***ta e problemático.

Outra é considerar medidas mais subtis e válidas do tamanho corporal, ou incluir indicadores que monitorizem os resultados reais em saúde. A outra opção, mais ousada, que os autores defendem com mais veemência, é rejeitar completamente o IMC.

Questões-chave respondidas:
P: Porque é que o IMC ainda é utilizado se é falho?
R: É simples, rápido e amplamente adotado, mas a conveniência ofuscou as suas limitações científ**as.

P: O que torna o IMC problemático?
R: Não distingue entre gordura e músculo, ignora a distribuição da gordura e foi desenvolvido com base em suposições enviesadas sobre o "homem médio".

P: Que alternativas estão os investigadores a sugerir ao IMC?
R: Avaliações mais holísticas — como indicadores de saúde metabólica, fatores de estilo de vida e exames de composição corporal — oferecem uma imagem mais justa do bem-estar.
ndice de massa corporal: qual a sua utilidade?

O índice de massa corporal (IMC) é uma métrica ubíqua e frequentemente utilizada na investigação sobre a imagem corporal: como correlato, covariável, descritor e muito mais. No entanto, a história ra***ta desta medida é muitas vezes desconhecida ou não reconhecida.

O IMC foi cunhado por Ancel Keys, que utilizou as estatísticas de peso e altura de Adolphe Quetelet, tornando-se mais tarde uma medida da chamada "saúde".

O fundador da eugenia, Francis Galton, utilizou as estatísticas de Quetelet para determinar o anormal, num esforço conjunto para eliminar os corpos considerados "inaptos".

O IMC tem sido utilizado para comparar corpos a ideais masculinistas brancos há décadas (por exemplo, na cobertura de seguro de saúde, acesso à saúde), algo com que os estudiosos da imagem corporal devem preocupar-se se o nosso objetivo coletivo é subverter ideais de beleza irrealistas, prejudiciais e prejudiciais — e não validá-los inadvertidamente.

Na investigação sobre a imagem corporal até à data, o uso/utilidade do IMC ajudou a desvendar a complexa relação entre as imagens corporais negativas e positivas: o IMC está consistentemente relacionado com ambas.

No entanto, também tem sido utilizado em excesso, e argumentamos — de forma acrítica e inadequada — por ignorar a questão fundamental: a discriminação da gordura e o estigma do peso.

Pensando com o trabalho da teórica crítica da raça Sara Ahmed (2019) sobre o "uso", iniciámos uma conversa sobre as potenciais implicações do uso/desuso do IMC.

Descrevemos a utilização, a utilidade e o esgotamento do IMC e oferecemos reflexões sobre o que signif**a ser um utilizador crítico ou um rejeitador declarado desta métrica.

https://neurosciencenews.com/bmi-health-neuroscience-29772/?fbclid=IwY2xjawNRp-9leHRuA2FlbQIxMABicmlkETFaN09vd0djU3JRZjA4TGR5AR6G3-_KLze7jcC9l0L2LbhecZ13YpGe6yIN6bVX-FVB_OW4c9LI5hRXgTFaiw_aem_OphVaDOocOxe1tSQqUVCwg

A growing number of researchers are calling for the end of BMI as a measure of health, arguing it’s outdated, misleading, and rooted in discrimination.

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Centro Osteopático de Santa Clara presta serviços de Osteopatia, Kinesiologia Aplicada (ICAK), Functional Neurology P-DTR .

.Março 2019 P-DTR Proprioceptive Deep Tendon Reflex, Lisbon

.Fevereiro 2018 Advanced Osteopathic Structural Analysis and Treatment, Coimbra

· Setembro 2017 NET (Neuro Emotional Technique) Londres, UK