15/10/2025
Hoje damos voz a um luto que é, tantas vezes, vivido em silêncio.
Quando um bebé morre antes de nascer, a dor é real, mesmo que o mundo à volta nem sempre a reconheça.
Para os pais, esse bebé já existia: nos sonhos, nas expectativas, nas transformações do corpo e na vida que começava a ser imaginada.
Mas, com frequência, a sociedade responde com silêncio ou com frases como “ainda vais ter outro” ou “aconteceu porque tinha de acontecer”, negando o sofrimento e deixando os pais sozinhos na sua perda.
Esse desmentido social desautoriza a dor e interrompe o trabalho psíquico necessário à elaboração do luto. O luto precisa de reconhecimento, de um Outro capaz de escutar.
Os grupos de suporte e a terapia individual podem oferecer esse espaço de escuta e simbolização, onde cada história encontra lugar, cada dor ganha nome e cada perda é finalmente reconhecida.
Falar da perda gestacional é mais do que recordar: é reconhecer o amor e o vínculo que existiram, dar existência psíquica ao que ficou suspenso no tempo e no desejo.
Hoje lembramos todas as vidas interrompidas e todos os pais que ficaram com o vazio nos braços, mas o laço vivo no coração e na memória. 💫