Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil

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Não acredito em processos terapêuticos nos quais os planos são olhados e postos em ação sem qualquer flexibilidade. Os p...
14/07/2024

Não acredito em processos terapêuticos nos quais os planos são olhados e postos em ação sem qualquer flexibilidade. Os planos são, sem dúvida alguma, um guia orientador de grande relevância para o percurso vivido em conjunto com a criança, mas devem ter sempre subjacente a noção de que as necessidades flutuam e a adaptação pode ser necessária.
Por isso mesmo, as sessões destas últimas semanas têm sido diferentes do registo habitual para algumas das crianças que acompanho.

Falo-vos de casos que vão passar por processos de transição, seja de ciclo, ou de contexto escolar, e em que é importante para as crianças existir um processo de antecipação sobre esta (grande) mudança que se aproxima. Aqui, entra a relação terapêutica que temos bem estabelecida e que permite que este trabalho, que pode ser um potenciador de (ainda maior) ansiedade, aconteça num espaço afetivo seguro e contentor.

Dizer também que este processo não é igual para todos. Os conhecimentos sobre Neurodiversidade têm que entrar em jogo, de forma a que o que aqui é feito esteja de acordo com as necessidades de cada um e para que a autonomia, a autodeterminação e a autoadvocacia não sejam esquecidas.

Experimentamos as disciplinas e encontramos formas de a criança comunicar o que sente sobre cada uma delas; pensamos sobre (novos) espaços que poderão ser tranquilizadores em momentos caóticos; representamos visualmente as mudanças horárias que vão acontecer; criamos recursos concretos que possam ajudar a criança nos desafios, amenizar exigências que possa sentir e facilitar a compreensão por parte do outro; visitamos os locais, tornando-os reais, com o tempo e a tranquilidade realmente necessários - e a mão dada acaba sempre por surgir aqui, de forma muito natural e dando o sinal de “estamos juntos”. Tudo isto, sempre com a criança, as suas necessidades e interesses, pensamentos e opiniões, a orientar.

No final, este grande passo que se aproxima, já não parece assim tão assustador 🫱🏼‍🫲🏾💛

Nas últimas semanas houve a necessidade de fazer uma pausa nos objetivos terapêuticos já definidos de alguns meninos par...
03/07/2024

Nas últimas semanas houve a necessidade de fazer uma pausa nos objetivos terapêuticos já definidos de alguns meninos para os poder apoiar na transição escolar - farei um post especif**amente sobre isto em breve.

Acredito que as mudanças letivas sejam motivo de ansiedade para (quase) todas as famílias, mas quando falamos de crianças neurodivergentes e, em particular, daquelas cuja imprevisibilidade é um desafio (que são a maioria, na verdade), esta fase tem uma conotação distinta.

Assim sendo, e tal como o ano passado, trago-vos algumas sugestões de como fazer esta antecipação através de uma prática neuroafirmativa:
⭐️ Preparar a transição com antecedência para que possa existir uma assimilação progressiva e uma maior previsibilidade associada;
⭐️ Utilizar pistas visuais no apoio a esta antecipação, uma vez que conseguem providenciar informação mais concreta e possivelmente mais fácil de reter;
⭐️ Visitar o (novo) espaço escolar antes do início do ano letivo;
⭐️ Ver fotografias do novo educador/professor(es), colegas e outros adultos relevantes (e.g.: do/a funcionário/a que se encontra no portão);
⭐️ Ver fotografias do espaço escolar: refeitório, ginásio, salas, pormenores importantes das salas, wc...;
⭐️ Realizar com a criança o novo percurso escola-casa;
⭐️ Se existir algum vídeo de apresentação da escola, vê-lo com a criança (f**a aqui uma ideia para as escolas implementarem na receção aos seus alunos!);
⭐️ Ao iniciar a escola, se possível, fazer adaptações crescentes no horário de permanência;
⭐️ Procurar que a criança tenha um papel ativo e envolvido no processo, o que inclui encontrar formas de expressar o que sente face à situação;
⭐️ Reunir previamente com a equipa educativa e transmitir todas as informações relevantes sobre a criança;
⭐️ Tendo em conta que se trata de uma fase mais exigente, poderá fazer sentido procurar remover outras exigências não relevantes;
⭐️ Ter presente que pode ser necessário adaptar as acomodações da criança;
⭐️ Compreender que as capacidades da criança podem flutuar;
⭐️ Repetir as dinâmicas de antecipação, pois a repetição irá ajudar a criança a melhor integrar o que vai acontecer.

Ajudou?
Se achou estas ideias interessantes, partilhe com mais famílias 😊

Acompanho um menino 🧒🏻 em terapia que, muito recentemente, começou a olhar com frequência para a palma da sua mão. Num t...
28/06/2024

Acompanho um menino 🧒🏻 em terapia que, muito recentemente, começou a olhar com frequência para a palma da sua mão. Num tempo variado e com aparente curiosidade (para os olhos que a procuram).

Começaram a surgir comentários por parte dos seus pares. A verdade é que o ser humano parece ter uma tendência natural em de alguma forma estranhar aquilo que não lhe é familiar. Questionar até, muitas vezes com camadas de crítica, aquilo que os outros fazem de diferente de si próprio.
No caso das crianças, é de facto algo que sentem como diferente e que não compreendem (ainda) muito bem - e está tudo certo com isso. Os pensamentos sobre saem cá para fora através de palavras, mas também de ações, e é aqui que é tão importante a atuação de um adulto com uma postura compreensiva e inclusiva.

Posto isto, introduzi um “exercício” com elas, em que lhes peço para olharem para a palma da própria mão e dizerem o que vêem. Partilhar se existe algo que lhes desperta a curiosidade.
As crianças falaram sobre os pormenores das linhas e de como elas são diferentes de pessoa para pessoa. Falaram dos feixes de luz que aparecem entre os dedos se direcionarmos a mão para a janela ou candeeiro. Falaram sobre as sombras que conseguimos criar e também sobre a estrutura dos dedos: os tamanhos e o quanto é possível ou não aproxima-los, como pode parecer que até encaixam uns nos outros.

Criou-se uma curiosidade partilhada. O 🧒🏻 é agora mais compreendido pelo outro e a imagem que este outro criou de si transformou-se. Foi também desenvolvido um momento em que as crianças olharam para si próprias e perceberam que nas diferenças existem também igualdades.

Muitas das crianças que acompanho ouvem que não se conseguem colocar no lugar dos outros (será mesmo assim?), mas a verdade é que são poucos os que se disponibilizam a colocar no lugar delas. A ver com os seus olhos. Compreender com o seu pensamento. Atuar como atuam.

As pessoas pedem-lhes, o que não lhes dão.
Será isso justo?

🌈 “LIVRO” DIGITAL SOBRE NEURODIVERSIDADE PARA CRIANÇAS 🧒🏻👧🏽Já aqui comentei diversas vezes o quanto acho que a Neurodive...
06/06/2024

🌈 “LIVRO” DIGITAL SOBRE NEURODIVERSIDADE PARA CRIANÇAS 🧒🏻👧🏽

Já aqui comentei diversas vezes o quanto acho que a Neurodiversidade deveria ser um tema a abordar como outro qualquer. Afinal de contas, falamos de uma diversidade que é natural ao ser humano, que faz parte de nós.
Também acredito que deve ser tema independentemente de existir uma criança neurodivergente na turma. A probabilidade de nos cruzarmos com pessoas ND ao longo da nossa vida é gigante. Se podemos criar desde cedo um caminho de respeito e compreensão porque não fazê-lo?

No entanto, em Portugal temos uma grande lacuna: não existem livros infantis sobre Neurodiversidade em português. Temos sim livros sobre populações específ**as, frequentemente as mesmas (o que até me faz pensar na falta de representatividade), ou livros sobre desafios particulares. Faltam livros que expliquem este conceito às crianças e que incluam uma grande variedade de populações e as suas vivências.

Nesse sentido, criei uma espécie de “livro” a que chamei de “Juntos somos uma Super Equipa” e que pretende precisamente colmatar este vazio. Pode ser utilizado na sua versão digital, ou impresso. Em grupo, ou individualmente.

No "Juntos somos uma Super Equipa" vais encontrar:
⭐️ Uma explicação simples sobre o cérebro, com exemplos concretos da sua atuação no dia a dia;
⭐️ Outras formas de diversidade, mais concretas/percetíveis para a criança e que fazem a ponte para a diversidade neurológica;
⭐️ Vários exemplos concretos desta diversidade: no brincar, comunicação, aprendizagem e processamento sensorial.
⭐️ Salientar que não existem formas de funcionamento melhores que outras e que, todas juntas, conseguem formar uma equipa.
⭐️ Exemplos de acomodações, estratégias, "novas lentes" importantes para que as crianças se sintam fortes e seguras. Alguns destes exemplos aplicam-se até a criança neurotípicas, com o intuito de facilitar a identif**ação com a criança neurodivergente;
⭐️ Pequeno exercício final facilmente adaptável.

Este recurso é gratuito e está disponível aqui: https://mailchi.mp/f34add0aeb5f/conteudos

📖 BIBLIOTECA INFANTIL DA NEURODIVERSIDADE: AUTISMO ✨Voltamos à rubrica que pretende analisar livros infantis sobre Neuro...
03/06/2024

📖 BIBLIOTECA INFANTIL DA NEURODIVERSIDADE: AUTISMO ✨

Voltamos à rubrica que pretende analisar livros infantis sobre Neurodiversidade. A partir de agora, vai passar a acontecer de maneira a ser possível trazer cada livro de forma individual. Assim, poderei também partilhar alguns registos que permitam perceber o conteúdo.

Sobre o livro “O Leo e o Polvo” 🐙:
👉🏼 Para crianças que tenham um interesse signif**ativo por animais marinhos este livro pode ser particularmente apelativo, uma vez que a sua história acontece à volta de uma amizade com um polvo, trazendo até diversas curiosidades sobre este animal;
👉🏼 Aborda necessidades sensoriais;
👉🏼 Explica alguns dos desafios sentidos pela própria criança e estes podem ser facilmente generalizados para o seu dia a dia;
👉🏼 Fala-nos sobre a importância de os interesses específicos serem valorizados e como eles podem ser um ponto de partida para a conexão com o outro e desenvolvimento de relações.

❗️Nota 1: o termo “síndrome de Asperger” encontra-se desatualizado e tem uma história negativa associada, pelo que pode fazer sentido a sua não utilização.
❗️Nota 2: Na capa e contracapa deste livro existe a referência ao Autismo, pelo que é necessária atenção se for utilizado com crianças que não tenham conhecimento do seu diagnóstico.

Que tal, já conhecias “O Leo e o Polvo”? O que sentes quanto a ele?

Focamo-nos muito na fala, naquilo que é expresso através da oralidade.Esquecemo-nos que o corpo é, em si, uma fonte muit...
02/06/2024

Focamo-nos muito na fala, naquilo que é expresso através da oralidade.
Esquecemo-nos que o corpo é, em si, uma fonte muito rica de conhecimento sobre a criança. Ele carrega consigo as suas vivências e transmite-nos mensagens através de tensões, gestos, movimentos, posturas, ações.

Na Terapia Psicomotora é para isto que direcionamos o nosso olhar e pensar. Não precisamos que as crianças falem, para as ouvirmos. Precisamos sim de dois corpos (criança e terapeuta) que se sintonizam e relacionam. 💛

Se o meu filho faz ainda mais tiques quando lhe digo para parar, como é que não é uma provocação? 💭Tendencialmente, se u...
31/05/2024

Se o meu filho faz ainda mais tiques quando lhe digo para parar, como é que não é uma provocação? 💭

Tendencialmente, se um comportamento se intensif**a quando pedimos à criança que o interrompa, acreditamos que ele tem algum quê de provocação.
No caso da Touretre, esta intensif**ação acontece porque a esfera emocional entra em jogo, sendo esta a que tem uma das maiores influências na expressão dos tiques.

Assim sendo, quando o adulto adota estes mecanismos como forma de os cessar, está na verdade a criar caminho para que os tiques se intensifiquem. Além disso, criam-se também as vivências para que a criança comece a desenvolver formas de camuflagem - tema que falarei posteriormente.

Muitas vezes, isto não é intuitivo para o adulto e está tudo bem com isso. O importante é estar disponível para aprender e procurar aplicar estas novas noções na relação com a criança, de forma a que ela possa viver a sua neurodivergência de forma (mais) tranquila.

O Paradigma da Neurodiversidade trouxe consigo uma visão respeitadora, afirmativa e tão necessária sobre a diversidade n...
28/05/2024

O Paradigma da Neurodiversidade trouxe consigo uma visão respeitadora, afirmativa e tão necessária sobre a diversidade neurológia humana.

Neste curso online e assíncrono, vamos mergulhar em conjunto neste paradigma transformador de crenças, conceitos, atitudes e práticas. Constituído por 8 módulos e cerca de 15 horas de conteúdos, desde aulas, recursos complementares, artigos e sugestões de vídeos, onde imperam as vozes das pessoas neurodivergentes.

Podes conhecê-lo melhor e proceder à tua inscrição, aqui: https://mailchi.mp/ee050d8e7246/zdtdqfx7ga

A Tourette é uma neurodivergência cuja característica principal é a presença de tiques motores e, pelo menos, um tique v...
27/05/2024

A Tourette é uma neurodivergência cuja característica principal é a presença de tiques motores e, pelo menos, um tique vocal.

Ao ser uma neurodivergência, signif**a que estamos perante uma criança com um funcionamento neurológico 🧠 com características próprias que se refletem especif**amente na forma do seu corpo atuar (e não só).
Assim sendo, não podemos afirmar que os tiques têm uma motivação intrínseca subjacente. Uma “vontade”. Eles são, na verdade, involuntários.

É compreensível o quão desafiantes eles podem ser para os adultos em redor, principalmente quando falamos de tiques mais chamativos e da presença em espaços públicos, mas...

… Se eles são desafiantes para ti, imagina como será para a criança que os faz? 💭
A criança que vê as atenções centradas em si. Que recebe comentários negativos. Que é castigada, julgada.

É então de grande importância que o adulto evite atitudes que possam fazer com que a criança se sinta culpada (por algo que ela nem controla).

É difícil viver num mundo onde a nossa forma de pensar, sentir, brincar, atuar é vista como errada.É difícil viver num m...
23/05/2024

É difícil viver num mundo onde a nossa forma de pensar, sentir, brincar, atuar é vista como errada.

É difícil viver num mundo onde, direta ou indiretamente, nos é dito e mostrado que não é propriamente bom sermos como somos. Não estamos bem. Precisamos de correção. Uma transformação para algo que nos é impossível de atingir, ou que, para o fazermos, teremos inevitavelmente que esconder ou tentar eliminar partes de nós. Da nossa essência.

Com o tempo, começam a desenvolver-se máscaras que nos distorcem passo a passo, mas que deixam os outros mais confortáveis na nossa presença. Parece até que assim nos aceitam melhor. Ja não ouvimos tantos gritos, não f**amos tantas vezes de castigo, não nos dizem tantas palavras que nos fazem perceber que não somos suficientes. E isso, por si só, passa-nos a mensagem de que este é o caminho para termos mais paz neste mundo exigente e com expectativas irrealistas.

Mas se do lado de fora existe mais tranquilidade, do lado de dentro existe um conflito que se forma e ganha vida. Um conflito capaz de nos acompanhar durante muito tempo e que nos deixa num terreno deixo de dúvidas.

Como seria se o mundo assumisse que ser diferente signif**a apenas que existem diferentes formas de estar certo?

- Uma carta da infância neurodivergente

Vamos fazer com que se escrevam cartas distintas desta? 💛

A verdade é que não é por um livro infantil abordar a Neurodiversidade, que isso signif**a que o seu conteúdo é aquele q...
17/05/2024

A verdade é que não é por um livro infantil abordar a Neurodiversidade, que isso signif**a que o seu conteúdo é aquele que poderá melhor explicar a (natural) diversidade neurológica e transmitir uma mensagem de aceitação e respeito para com esta.

Assim sendo, tive a ideia 💡 de trazer uma rubrica onde faço uma pequena análise de livros que conheço.
O objetivo não é dar a minha opinião, mas sim partilhar conteúdos específicos de cada livro que devem ser tidos em consideração se decidirmos utiliza-lo e como.

De salientar que não é por um livro ter❗que esse é um sinal de que não deve ser utilizado. A seu uso poderá continuar a fazer sentido, mas será importante uma adaptação tendo em conta os pontos referidos.

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A Psicomotricista

O meu nome é Paula Rodrigues, vivo em Sintra e sou a psicomotricista por detrás desta página!

A alegria e a maneira de viver das crianças foi-me contagiando aos poucos. Ter a possibilidade de promover o seu desenvolvimento e ajudá-las a ultrapassar a suas dificuldades, bem como das suas famílias, são duas coisas que me fazem sentir muito agradecida por ter escolhido esta profissão. Ser recebida com "Ahhhhhh", ou "Paulaaaaaa", em forma de gritos e as despedidas com abraços e beijinhos para o ar, são as provas de que preciso para sentir que estou a fazer algo de bem. Provas estas que vão muito para além dos números, tão valorizados nos dias de hoje!

Para qualquer pai, mãe, ou outro familiar que esteja aí desse lado: quero que saibam que nunca vou desistir da vossa criança, nem de vocês. Sei que o trabalho em conjunto com a família é fundamental para que possamos todos chegar muito mais longe - tal como nesta fotografia, das nossas borboletas.

Vamos caminhar juntos?