20/10/2025
Isto não é culpa tua.
As palavras deles não falam sobre ti; falam sobre eles. Quem magoa não tem força; tem medo. Quem humilha esconde a própria vergonha. Não acredites no que dizem para te destruir.
Fala.
Falar sobre o que te está a acontecer é um acto de coragem. Mesmo que aches que ninguém vai ouvir. Há sempre alguém disposto a ouvir: um professor, um familiar, um psicólogo, um amigo, ou eu: podes enviar-me uma mensagem. Eu vou ler. Estou aqui. Fala. Falar quebra a muralha de silêncio que protege quem agride.
Não te isoles, não isoles ninguém.
É isso o que o bullying quer. Não tens de lutar sozinho. Se vires alguém a passar pelo mesmo, a tua voz pode ser a diferença entre o desespero e a esperança. Não é preciso seres herói. Basta dizer “eu vi”. Basta não rir. Basta estar presente. Se conseguires, guarda provas: mensagens, capturas de ecrã, testemunhos, o que houver. No cyberbullying, o telemóvel ou o computador podem ser usados como armas, mas também podem ser usados para te proteger. A justiça, muitas vezes, pode começar com pequenos registos.
Cuida de ti. O que sentes é real. Não é exagero, não é drama. A dor invisível é uma dor verdadeira. Não carregues a vergonha que não te pertence. A vergonha pertence a quem agride, a quem vê, a quem escolhe calar-se. Ajuda os outros quando puderes; deixa que te ajudem também.
Não acredites na mentira mais cruel de todas: a de que estás sozinho. Não estás. A tua voz vale mais do que os risos que tentam silenciá-la. Tu importas.
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20 de Outubro, Dia Mundial do Combate ao Bullying
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