12/01/2024
Janeiro frio e molhado enche a tulha e farta o gado
Quer dizer o ditado que se Janeiro for frio e molhado, a colheita prevê-se farta e o gado não passará fome.
As chuvas de Janeiro humedecem bem as terras ajudando a encher a reserva de águas subterrâneas fundamentais para a evolução das plantações nas estações mais quentes.
O frio ajuda a conservar os produtos nos celeiros e prolonga o desenvolvimento das culturas impedindo desenvolvimentos inoportunos das culturas.
Até agora os dias do mês assim têm agoirado.
Os ritmos da natureza ainda existem e afirmam a sua força. Ou seja, o sol continua a nascer e pôr-se, o fluxo das marés continuam a existir e estes fenómenos continuam poderosos e a exercer uma enorme influência nos seres humanos.
Assim, podemos pensar, como o respeito pelos ritmos naturais influenciarão a nossa vida? O nosso corpo acompanha ciclos ou ritmos naturais, ou pelo menos deveria acontecer assim. Não é um acaso que a maioria de nós dorme durante a noite e circula e trabalha durante o dia. A vida está pensada desta forma, porque os ritmos naturais assim o definem até hoje. Os ritmos externos e internos são apenas duas expressões dos próprios ciclos naturais, que se apresentam cuidadosamente ordenados.
A natureza está no homem e o homem está na natureza, porque o homem é produto da história natural e a natureza é condição concreta, então, da existência humana. (MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. Coleção Primeiros Passos, São Paulo: Brasiliense, 1985)
No princípio da humanidade, havia uma unicidade orgânica entre o homem e a natureza, onde o ritmo de trabalho e da vida dos homens se associava ao ritmo da natureza. No contexto do modo de produção capitalista, este vínculo foi rompido, pois a natureza, antes um meio de subsistência do homem, passa a integrar o conjunto dos meios de produção do qual o capital se beneficia. Partindo desse pressuposto, a separação do homem de suas condições naturais de existência não é "natural", mas histórica, tendo em vista que a prática humana encontra-se vinculada a sua história. A perda da identidade orgânica do homem com a natureza, se dá a partir do capital, que gera a contradição e que, na contradição, gera a perda da identif**ação do homem com a natureza e, consequentemente, a degradação ambiental.
Nas regiões do planeta onde o inverno é seco, as árvores perdem as folhas, algumas espécies de animais hibernam durante o inverno, outras apenas entram no chamado sono invernal. O metabolismo destes animais f**a reduzido, como forma de manter a energia. O homem não foge desta realidade, embora não hiberne, o seu corpo pede mais reserva de energias.
Não queremos promover a inércia, pelo contrário, queremos promover o equilíbrio da natureza humana para que o cultivo da terra e o nosso bem-estar tenha o mesmo esmero.
Para aquecer, além da lareira (ou aquecedor) ainda podemos promover o movimento e podar as frutíferas, semear favas e ervilhas, lavrar e adubar a terra, colher as ervas semeadas no outono e as perenes. Muito mais do que aquecer o corpo, estas atividades invernosas são terapêuticas para a mente, um terreno que podemos cultivar para manter saudável pois o bem-estar também passa pela saúde mental.
Mais do que esperar que a chuva passe, tentemos encontrar o arco-iris.