01/08/2025
Amamentei os meus gémeos quase até os 2 anos. E se o fiz, foi pela principal razão de ter a oportunidade como Trabalhadora Independentemente, de gerir o meu horário e dar esse privilégio aos meus filhos e à nossa vinculação.
Há 5 anos atrás esta já era uma realidade escassa para muitas mulheres, mas nos dias de hoje, ainda menos se torna.
Estamos a recuar no tempo, como se os direitos da Mulher, nunca tivessem existido.
Este, que não só é um direito da Mulher, é também do filho que esta carrega nos braços, determina muito daquilo que ele se tornará em adulto. E parece-me, que quem ultimamente anda a rever as leis, não sabe que vínculo é esse.
A amamentação, quando vivida de forma saudável para ambos, mãe e bebé, representa muito mais do que apenas nutrição. É nesse vínculo, que o bebé começa a formar a sua segurança interna, a capacidade de confiar, de receber amor sem esforço, de sentir presença emocional e conexão com o corpo. É também nesta fase que se começam a construir as bases do autovalor, da identidade e de uma relação saudável com o feminino e com as mulheres.
Este início de vida, tão delicado e essencial, deixa marcas profundas para o bem ou para a dor.
Por isso, é urgente olharmos com mais consciência, cuidado e estrutura para as mães e bebés em Portugal.
Porque ainda se faz muito pouco perante o que realmente importa: acolher emocionalmente quem dá a vida e quem a está a começar.
Olhar para a promoção de uma amamentação saudável é olhar para a base de um futuro mais seguro, mais saudável e mais humano!