
30/11/2023
Dicas dificultar a adaptação dos estudantes ao ensino superior
Termina o 12º ano. Concurso superior. Será que a média é suficiente? Entrei. Fazer a matrícula. Estarei no curso certo? Estarei à altura da exigência do curso? Alunos deslocados. Encontrar uma casa. Alunos com dificuldades financeiras. Conhecer pessoas novas. Estudar de forma diferente. São inúmeras as possibilidades, mas todos sabemos quão desafiante pode ser a adaptação ao ensino superior. E sabemos também que adaptação gera ansiedade.
São vários os estudos acerca da saúde mental dos jovens. Mais concretamente dos jovens universitários. Por isso, é cada vez mais importante estar atento e cuidar.
Há imenso fatores que podem contribuir para que estes anos sejam mais prazerosos: a valorização do empenho pelas instituições; as relações entre colegas; a relação entre docentes e estudantes.
E é sobre esta última que vos falo hoje. Sobre a importância que um docente universitário pode ter na vida dos alunos. Sobre a participação do docente universitário na adaptação dos estudantes ao ensino superior. E mais: sobre o modelo que um docente universitário pode ser para os alunos.
Por isso, é com uma preocupação gigante que ouço os desabafos de alguns estudantes universitários que têm chegado até mim.
O mais recente diz respeito a um conceituado professor que decidiu fugir do plano de estudos que se propôs ensinar (tudo incrível até aqui) e dar “dicas” sobre saúde mental. Segundo o próprio, é muito fácil ter a saúde mental em dia: “fazer desporto”. (Não, não estamos a falar de um professor que ministre qualquer curso na área do desporto). Vai mais longe. “NÃO RECORRAM A PSICÓLOGOS OU PSIQUIATRAS PORQUE É UM CAMINHO SEM RETORNO: QUANDO SE ENTRA JÁ NÃO SE SAI”. E mais “A ÚNICA COISA QUE OS PSICÓLOGOS E OS PSIQUIATRAS VÃO FAZER É DAR-VOS MEDICAÇÃO”.
Caro professor, a terapia é mesmo um caminho sem retorno. A busca pelo autoconhecimento é viciante e tem tanto de assustadora como de transformadora. Lamento muito que nunca se tenha permitido a tal experiência. Mas convido-o a experimentar, garantido que não se vai arrepender.
(continua nos comentários)