29/11/2025
āØQuando a Dor Antiga Fala Mais Alto do que o Amor: Um Olhar ClĆnico sobre Escolhas Afetivas e Autocura
Nas relaƧƵes afetivas, muitas vezes confundimos vĆnculo com necessidade, presenƧa com esperanƧa e amor com a tentativa silenciosa de reparar feridas antigas. Em diversos casos clĆnicos, observa-se que a ligação persistente com alguĆ©m indisponĆvel nĆ£o corresponde a amor adulto, mas sim Ć ativação de um padrĆ£o emocional profundamente enraizado: a crianƧa interna que ainda deseja ser vista, escolhida e validada.
š”Quando alguĆ©m insiste em relaƧƵes que reiteradamente oferecem pouco, nĆ£o estamos perante desejo genuĆno, mas sim um ciclo de repetição. Trata-se de um mecanismo psicológico amplamente descrito na literatura ā um reencontro inconsciente com experiĆŖncias precoces nas quais o afeto estava condicionado ao desempenho, Ć adaptação ou Ć espera.
š«A verdadeira mudanƧa nĆ£o ocorre quando o outro finalmente escolhe a pessoa, mas quando ela decide interromper o padrĆ£o, reconhecer a origem da dor e oferecer a si própria aquilo que sempre faltou: cuidado, valor e limites saudĆ”veis. Este movimento Ć© central para processos de regulação emocional, diferenciação do self e reorganização dos modelos internos de relação.
š¤No Ć¢mbito das intervenƧƵes psicológicas contemporĆ¢neas, observa-se que relaƧƵes maduras e equilibradas florescem quando hĆ” autoconsciĆŖncia, responsabilidade afetiva e capacidade de estabelecer vĆnculos sem que o passado determine o presente.
RelaƧƵes saudĆ”veis constroem grandes riquezas ā emocionais, profissionais e relacionais.
São elas que ampliam o potencial humano, fortalecem a autonomia e sustentam trajetórias pessoais e profissionais mais coerentes e sustentÔveis.
Psicóloga MÓnica Oliveira
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